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IRBR3: O que esperar das ações de IRB após alta de 37% no ano, conforme a análise técnica

Para buscar uma reversão de tendência, os papéis de IRB precisam romper a região dos R$ 40

Rodrigo Petry

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O investidor de IRB (IRBR3) sabe bem o que são altas e baixas. Apenas neste ano, suas ações deixaram o Ibovespa, no primeiros meses de 2023, mas conseguiram retornar, agora, ao índice, para o período de maio a agosto.

A saga, porém, do acionista de IRB vem do início de 2020, quando a revelação erros em sua contabilidade fizeram seu valor de mercado desabar. Mas, neste ano, finalmente, as coisas parecem estar voltando ao trilhos.

Tanto que desde o início do ano suas ações saltaram 37%, enquanto em maio avançam 14%, na esteira do balanço do 1º trimestre. No pregão desta terça-feira (23), suas ações recuaram 0,8%, terminando cotadas a R$ 35,37.

Diante disso, confira, agora, o que grafistas consultados pelo InfoMoney esperam para os papéis da resseguradora.

IRB (IRBR3): Análise técnica

Para a analista da Clear, Pam Semezzato, as ações de IRB seguem em tendência de baixa, tendo falhado o rompimento do último fundo, em R$ 19,50, indicando uma lateralização, enquanto não romper o topo anterior, de R$ 40,20.

“A ação está está trabalhando na LTB (linha de tendência de baixa) de longo prazo e mudou seu comportamento com essa última alta, de março até hoje”, avalia Pam.

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Entretanto, aponta ela, para se considerar uma reversão de tendência, a ação “ainda precisa formar um fundo mais alto do que o anterior e, principalmente, romper o topo anterior, de R$ 40,20.”

Gráfico semanal IRB: Agosto/19 a maio/23

Fonte: ProfitChart. Elaboração: Pam Semezzato

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Em relação ao curtíssimo prazo, porém, Pam avalia que o ativo está em forte movimento de alta, “bem diferente das pernas de alta anteriores”.

Para ela, caso a ação consiga romper a resistência anterior, iria confirmar um fundo duplo no médio prazo [veja o gráfico abaixo], que teria como objetivos R$ 54,00, R$ 59,00, R$ 64,50 e 100% em R$ 85,85.

“Caso não rompa, seguimos considerando como lateralização e pode testar o suporte de R$ 19,50 novamente”, pondera ela.

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Gráfico diário IRB: Agosto/22 a maio/23

Fonte: ProfitChart. Elaboração: Pam Semezzato

O analista Breno Ráo, do PagBank, destaca que, pelo gráfico semanal [veja logo abaixo], o suporte do ativo está na faixa dos R$ 18,50, representado por um potencial padrão fundo duplo, “o qual seria confirmado caso haja fechamento e permanência do preço acima da zona de resistência dos R$ 40,00“.

“Tal fato também configuraria topos e fundos ascendentes no médio prazo. O saldo de volume (OBV) apoia o rompimento para cima, entretanto o histograma MACD parece querer assumir descendência. No geral, seria bem natural o preço sentir baixas nas próximas semanas após buscar essa região de resistência”, analisa ele.

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Gráfico semanal IRBR3: março/22 a maio/23

Fonte: trvd. Elaboração: Breno Ráo

Em relação ao curto prazo, ele aponta que, além da faixa de resistência dos R$ 40,00, o preço também se depara com a média móvel de 200 períodos [linha azul do gráfico logo abaixo] nos R$ 37,95.

“Junto a isso, a linha MACD cruzou na venda (para baixo) recentemente, com divergência de baixa pelo histograma MACD e, também, pelo Índice de Força Relativa, o qual estava sobrecomprado”, explica.

Conforme ele, essa configuração “sugere baixas para o preço de IRBR3 no curto prazo”.

Gráfico IRBR3: novembro/22 a maio/23

Fonte: trvd. Elaboração: Breno Ráo

O analista da Top Gain, Matheus Lima, pontua que, mesmo após um agressivo agrupamento de suas ações, realizado no final do ano passado, o papel registra, nos últimos meses, uma sequência de valorizações, levando seu preço das mínimas anteriores, em R$ 18,30, para a região de topo em que se encontra atualmente.

Nos últimos dias a ação chegou a bater nos R$ 38,00. Nesta terça, fechou em R$ 35,37.

“Essa região (em que se encontra nos últimos dias) é de altíssima relevância, por conta de um gap de baixa, deixado no gráfico diário [veja abaixo], que ainda permanece, sem ter sido fechado”, explica ele.

Gráfico diário do IRBR3

Fonte: ProfitChart. Elaboração: Matheus Lima

Lima ressalta que, apesar do ânimo instalado das últimas semanas, com o papel, vale reforçar o quanto o momento é crucial para o ativo.

“Caso rejeite a resistência de R$ 42, teremos mais um topo na mesma região, o que facilmente pode se tornar uma nova etapa de quedas, dentro da tendência de longo prazo”, analisa ele.

Gráfico semanal de IRBR3

Fonte: ProfitChart. Elaboração: Matheus Lima

Por fim, Enrico Cozzolino, head de análise da Levante, destaca que, olhando para o gráfico semanal [veja logo abaixo], a tendência da ação segue de baixa no longo e médio prazos, com indefinição de preços, mesclando momentos de maior ou menor volatilidade.

Conforme ele, no curto prazo, ocorreram “algumas tentativas frustradas de repique de preços, mas todas encontrando pontos de resistência.”

Gráfico semanal IRBR3

Fonte: ProfitChart. Elaboração: Enrico Cozzolino

Para Cozzolino, um cenário otimista de IRB seria o fechamento acima da média longa de 200 períodos, no gráfico diário [veja abaixo], com indicadores técnicos mostrando volume positivo. Do contrário, estaria a continuidade da tendência de baixa, com o ativo renovando suas mínimas históricas.

A análise da Levante aponta como pontos de suporte R$ 32,70 (1) e R$ 26,40 (2), enquanto as resistências estão em R$ 38,20 (1) e R$ 42,40 (2).

Fonte: ProfitChart. Elaboração: Enrico Cozzolino

“O IRB talvez seja um dos exemplos mais claros de que o stop loss pode ser o maior amigo do investidor, mesmo de longo prazo, já que no passado por questões envolvendo a divulgação dos resultados, os fundamentos da empresa foram questionados pelo mercado, resultando em uma forte tendência de baixa, que no acumulado chega na casa dos 90% de queda”, contextualiza e finaliza Cozzolino.

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Rodrigo Petry

Coordenador de Projetos Editoriais. Atuou como editor de mercados e investimentos no InfoMoney, liderando o Ao Vivo da Bolsa e o IM Trader. Antes, foi editor-chefe do portal euqueroinvestir, repórter do Broadcast (Grupo Estado) e revista Capital Aberto. Também foi Gestor de Relações com a Mídia do ex-Grupo Máquina e assessor parlamentar.