IRB: JPMorgan vê desafio para lucro e corta IRBR3 a venda após rali; ação cai 4,6%

O rebaixamento ocorre após uma alta de 28% desde maio ante 4% do Ibovespa, com IRBR3 subindo 65% apenas em agosto

Lara Rizério

Sede da resseguradora IRB(Re) - Foto: Divulgação
Sede da resseguradora IRB(Re) - Foto: Divulgação

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O IRB (Re) (IRBR3) teve a recomendação reduzida de neutra para underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 44, cerca de 9% abaixo do fechamento da última terça-feira, de R$ 48,20. Com isso, os ativos IRBR3 fecharam em baixa de 4,61%, a R$ 45,98, na sessão desta quarta-feira (11). Na mínima do dia, o papel caiu 9,44% (R$ 43,65).

O rebaixamento ocorre após uma alta de 28% desde maio ante 4% do Ibovespa, com IRBR3 subindo 65% apenas em agosto, mês em que divulgou os resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) que animaram o mercado.

Guilherme Grespan e equipe, analistas que assinam o relatório, destacaram que o rebaixamento ocorre pelos seguintes fatores:

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  1. Limitação para surpresas com lucros: O consenso já prevê um retorno sobre o patrimônio líquido tangível (RoTE) de aproximadamente 26% para 2025, limitando espaço para surpresas positivas. O JPMorgan ressalta que, embora “os preços permaneçam disciplinados”, é difícil acreditar que o ambiente de lucratividade será sustentável no médio prazo.
  2. Valuation em relação a concorrentes: O IRB está sendo negociado a um múltiplo de 7,7 vezes a relação de preço sobre lucro (P/L) para 2025, o que representa um prêmio em relação a ações do setor financeiro como bancos tradicionais, caso de Itaú (ITUB4; 7,5 vezes) e não-bancário como Porto Seguro (PSSA3; 20% de ROE, ou Retorno sobre o Patrimônio Líquido).
  3. Desaceleração do crescimento de prêmios: O crescimento dos prêmios no setor brasileiro está em desaceleração, especialmente no segmento rural, o que pode impactar negativamente o desempenho do IRB a curto prazo, apontam os analistas.
    “De acordo com a SUSEP, os prêmios cedidos ao resseguro pelas seguradoras primárias atingiram R$ 8,6 bilhões no 2T24. Isso implica um leve crescimento de 2% na base anual e uma desaceleração significativa em relação a 10-30% em 2021-2023. Essa desaceleração, em nossa visão, é explicada principalmente por prêmios rurais mais fracos, que é um subsegmento importante para resseguro (estimado em cerca de 15% do mercado)”, avalia o JPMorgan.
    À medida que a indústria desacelera, o banco vê menor chance de o IRB surpreender no crescimento dos prêmios domésticos no curto prazo, o que tem sido um ponto de atenção dos investidores.
    Para o banco, embora o ambiente de preços tenha sido favorável, a sustentabilidade dessa lucratividade a médio prazo é questionada, especialmente com a desaceleração do crescimento do setor.
    Entre as seguradoras listadas na B3, o JPMorgan ressalta preferência por PSSA3, seguida por BB Seguridade (BBSE3) e, por último, IRB.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.