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BAGDÁ – O Iraque não poderá financiar o déficit orçamentário para 2014 caso a região do Curdistão, no norte do país, não pague os rendimentos provenientes da exportação de petróleo ao Tesouro nacional –ou então perca sua fatia em gastos do governo–, disse à Reuters o chefe da comissão para o Tesouro do Parlamento, Haider al-Abadi.
Segundo ele, o orçamento, afetado por aumento nas despesas, entrará em “colapso” caso o Estado continuasse a pagar à região autônoma sua fatia de 17 por cento mesmo que os curdos mantenham o lucro com a exportação de petróleo.
A disputa entre Bagdá e o Curdistão sobre como administrar e dividir os recursos energéticos do Iraque se intensificou em janeiro, quando o governo regional curdo afirmou que o petróleo começou a fluir para a Turquia por meio de um oleoduto não controlado pelo governo federal.
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Na semana passada, o ministro do Petróleo do Iraque ameaçou processar judicialmente e retaliar comercialmente a Turquia e qualquer companhia estrangeira envolvida no que chamou um “contrabando” do petróleo iraquiano.
O primeiro-ministro do Curdistão, Nechirvan Barzani, chegou à capital do Iraque neste domingo para negociar a questão. “Vamos a Bagdá com a intenção de desfazer desacordos”, disse o porta-voz do governo curdo Safeen Dizayee antes das negociações, que, segundo ele, seriam focadas no crescimento da produção de petróleo no Curdistão e em um mecanismo para comercializar sua exportação.
Abadi disse que o projeto orçamentário prevê déficit de cerca de 21 trilhões de dinares iraquianos (18 bilhões de dólares), considerando que o curdos paguem ao Tesouro a receita da exportação de petróleo prevista no orçamento, de 400 mil barris por dia (bpd) –uma meta que fontes da indústria dizem exceder em muito a atual capacidade de exportação do Curdistão, de cerca de 255 mil bpd.