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Após mais um fim de semana prolongado, o mês de abril chega em sua reta final com uma agenda movimentada. Nos próximos dias, os investidores vão acompanhar dados de inflação, atividade econômica e resultados trimestrais de companhias de peso da Bolsa brasileira. Tudo isso enquanto monitoram o desenrolar, no Congresso, da proposta de arcabouço fiscal do governo, que chegou aos parlamentares com algumas mudanças não muito bem recebidas pelos agentes de mercado.
Arcabouço fiscal: falta de punição, flexibilidade e exceções viram alvos do projeto no Congresso
“O aumento dos gastos vai depender de uma previsão em vez de um resultado de fato, o que aumenta as incertezas”, explica Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, em relatório semanal. Com isso, o banco calcula que haverá em um adicional de R$ 41 bilhões nos gastos do ano que vem, em relação à proposta original, considerando inflação em 6,1% ao final de 2023.
Na quarta-feira (26), sai a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) referente ao mês de abril. O Itaú prevê uma alta mensal de 0,58%, levando o índice anual a 4,2%. Assim, a inflação se aproxima do piso que o banco previu para o mês de junho – segundo o Itaú, de julho em diante, a expectativa é que a inflação volte a oscilar acima de 5%.
“A leitura vai ser pressionada por preços regulados, especialmente da gasolina e produtos farmacêuticos. Em relação ao núcleo da inflação, serviços, como aluguel e alimentação fora de casa, devem acelerar na margem”, escreveu Mesquita.
Para o IGP-M, índice que costumava ser padrão de referência nos contratos de aluguel de imóveis, a expectativa é de contração de 0,74% em abril. “Tanto na indústria quanto na agricultura, os preços de atacado devem apresentar alguma deflação, com o ferro e a soja mais baratos”, diz o relatório do Itaú. O IGP-M será divulgado na quinta-feira (27).
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Na agenda de indicadores de atividade econômica, dois destaques. Na terça-feira (25), saem as vendas do varejo brasileiro em fevereiro. O Itaú prevê uma queda de 0,2% na comparação mensal e um aumento de 0,6% em bases anuais. Para o índice amplo, o banco estima um crescimento mensal de 0,4%.
“Há muita incerteza em cima das estimativas de índice amplo, dado que uma nova atividade [atacado de alimentos] foi inserida na metodologia e há apenas 13 observações disponíveis”, diz o relatório do Itaú.
Na quinta-feira é a vez da pesquisa mensal de serviços (PMS). O Itaú prevê avanço de 0,5%, em fevereiro, na comparação mensal, com uma retração de 1,6% nos serviços oferecidos às famílias.
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O IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central, também referente a fevereiro, será divulgado na sexta (28) – o Itaú projeta alta mensal de 0,7%.
A agenda da semana traz ainda os principais dados do mercado de trabalho brasileiro. Os números do emprego formal, do Caged, serão conhecidos na quinta-feira. O Itaú prevê a criação de 81 mil vagas. Na sexta, sai a taxa de desemprego da PNAD Contínua – o banco projeta um aumento, dos atuais 8,6%, para 9%.
Nos EUA, primeira leitura do PIB é destaque
No calendário de indicadores da economia dos Estados Unidos, um dos principais destaques é a primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre de 2023, previsto para quinta-feira. O consenso Refinitiv prevê crescimento de 2% em termos anuais, o que representa uma desaceleração em relação ao quarto trimestre de 2022, quando o PIB cresceu 2,6%.
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Na sexta, é a vez do índice de preços de gastos de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), referente ao mês de março. O PCE é considerado termômetro favorito do Federal Reserve para medir o avanço de preços no país. O consenso Refinitiv prevê variação mensal de 0,3% para o núcleo do índice e de 4,5% na comparação anual, sem muitas mudanças em relação à leitura do mês anterior.
Agenda corporativa traz balanços de peso no Brasil e no exterior
A temporada de resultados trimestrais das empresas americanas entra em uma semana decisiva. Após os bancos, chega a vez das big techs reportarem seus balanços referentes ao primeiro trimestre de 2023.
Os principais números se concentram na quarta-feira (26), quando Microsoft, Alphabet (dona do Google) e Meta (dona do Facebook) divulgarão seus resultados. Na sexta (28) é a vez da Amazon.
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Outros nomes conhecidos do investidor brasileiro também vão reportar balanços esta semana, como Coca-Cola, Pepsico, Mc Donald’s, PayPal, Intel, Ebay, Visa e Mastercard. Atenção também para as petroleiras Chevron e Exxon Mobil, com resultados previstos para sexta-feira.
Aqui no Brasil, a temporada também ganha fôlego. O Santander (SANB11) vai ser o primeiro grande banco listado na Bolsa a divulgar seus números, na terça-feira, antes da abertura do mercado.
Confira o calendário de resultados do 1º trimestre de 2023 da Bolsa brasileira
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As companhias aéreas também vão reportar balanços nos próximos dias: Gol (GOLL4), na quarta-feira e Azul (AZUL4), na quinta.
Mas o grande destaque do calendário corporativo no Brasil é o resultado da Vale (VALE3). A mineradora, empresa de maior peso da Bolsa, divulgará seus números na quarta-feira (26), após o fechamento do pregão.