Investidores se unem para pressionar por ação política contra degradação da natureza

Entre as empresas, estão a francesa L’Oreal e a japonesa Toyota

Reuters

Fumaça provocada por incêndio sobe sobre as árvores da floresta amazônica em Humaitá, no Amazonas
03/08/2023 REUTERS/Leonardo Benassatto
Fumaça provocada por incêndio sobe sobre as árvores da floresta amazônica em Humaitá, no Amazonas 03/08/2023 REUTERS/Leonardo Benassatto

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Um grupo de mais de 200 investidores apoiou nesta quarta-feira (26) um plano para começar conversas sobre biodiversidade com 60 empresas, focando nas que estão ativas em países com ecossistemas sob risco de perda de florestas ou degradação da terra.

A iniciativa Spring chega antes de conversas globais na Colômbia, em outubro, com o objetivo de acelerar esforços para proteger e restaurar a natureza, parte dos parâmetros de um acordo fechado em 2022, chamado Global Biodiversity.

Lançado pelo Princípios para Investimento Responsável, uma rede com apoio da ONU, o processo da Spring será focado em ações políticas para apoiar os biomas mais importantes do planeta.

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“O que estamos vendo dos investidores é um reconhecimento da importância da natureza ao administrar riscos materiais de investimento, como desmatamento e perda de biodiversidade, quando alinhados com os seus deveres fiduciários individuais”, disse o presidente-executivo da Princípios, David Atkin, em um comunicado.

Todas as empresas são importantes no setores de alimentos e agricultura, mineração, automotivo, químico ou bancário, e ou tem grande exposição à degradação da natureza ou um papel influente em relações com formuladores de políticas.

Entre elas estão a empresa francesa de cosméticos L’Oreal, na qual as conversas serão lideradas pelo CCLA Investment Management e o Dorval Asset Management; e a montadora japonesa Toyota, cujas conversas serão lideradas pela Nomura Asset Management.

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Em um comunicado, a Toyota afirmou que está trabalhando com os acionistas há muitos anos para promover conservação da biodiversidade e “continuará participando de um diálogo aberto e construtivo com investidores e iniciativas”.

A L’Oreal afirmou que o “compromisso de longa data” do grupo com a “preservação e o uso sustentável da biodiversidade se estende a fomentar parcerias e à participação em diálogos em andamento com investidores e iniciativas de sustentabilidade”.

Gayaneh Shahbazian, gerente de Engajamento em Biodiversidade da Morningstar Sustainalytics, disse que a iniciativa busca encorajar as empresas a conduzir “um engajamento político responsável, uma alavanca importante interromper e reverter a perda da biodiversidade”.

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As conversas buscarão melhorar o impacto das operações e gestão de risco, administração da cadeia de abastecimento e engajamento político das empresas sobre a natureza”, disse a Princípios.

“Interromper e reverter a perda de floresta e a degradação da terra é fundamental para um clima saudável, um futuro sustentável e resultados de investimentos de longo prazo”, disse Emine Isciel, chefe de Clima e Meio-Ambiente, da Storebrand Asset Management.

“Reconhecemos a necessidade de políticas públicas sólidas para atingir esse objetivo.”