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Em painel realizado na última sexta-feira (1), durante a Expert XP, executivos da Nasdaq, da CME e da B3 (B3SA3) falaram sobre como enxergam o futuro das exchanges nos próximos anos. Como destaques, ficaram o maior foco na participação dos investidores de varejo nos negócios e também o desenvolvimento de tecnologias.
Os especialistas, no primeiro ponto, mencionaram quanto os pequenos investidores, ou sardinhas, no jargão do mercado de capitais brasileiro, ganharam importância nos últimos anos.
O período mundial recente de juros baixos que se encerrou há pouco tempo, que aconteceu predominantemente durante a pandemia, com bancos centrais agindo para estimular suas economias, criou toda uma nova geração de investidores que demandam novos produtos.
Marcos Skistymas, diretor de produtos listados na B3 (B3SA3), por exemplo, mencionou que a empresa responsável pela Bolsa brasileira, neste momento, têm em seu pipeline o aumento do período do after market e o lançamento de opções semanais. Ambas iniciativas atenderiam, justamente, mais o investidor de varejo.
“30% dos volumes não são transacionados no período normal do pregão. Falamos sobre alternativa da expansão da hora de tradar e iniciativas para dar aos investidores de varejo a oportunidade de traderam portfólios diversificados”, falou o diretor. “Nós temos no Brasil uns dos minicontratos que são os mais tradados do mundo em número. Isso se deve à alavancagem. É algo muito popular na área de varejo”.
As opções, segundo o especialista, acabam sendo uma alternativa para os sardinhas se posicionarem em papéis com menor capital.
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Bob McCooey, responsável pela listagem de negócios latino americanos na Nasdaq, foi na mesma linha, mencionando que nos Estados Unidos a procura por opções também aumentou consideravelmente.
“Muitas empresas deixaram suas ações irem para valores muito altos, a mais de mil dólares, por exemplo, o que dificulta o trade”, disse. “Nós temos de lembrar que somos empresas comerciais. Se o cliente quer um produto, provavelmente iremos oferecer”.
Fora a procura por trade, as opções também avançaram muito no mercado por conta do crescimento da volatilidade visto nos últimos anos. Quando há uma queda do mercado ou altas muito bruscas, você pode usar opções para defender sua posição.
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Paula Attie, head do CME Group no Brasil, trouxe opinião parecida. Com tudo o que aconteceu nos últimos anos em termos de volatilidade, a diretora destacou que o trade de commodities também avançou consideravelmente – mesmo em um ambiente no qual as altas de juros já tinham começado a reduzir a liquidez dos mercados.
“De qualquer forma, nós vimos uma demanda por opções todos os dias da semana, principalmente nos índices de equities. E qual o motivo disso? É que o varejo quer tradar [operar] o noticiário. O varejo está sendo um grande participante nesse mercado”, disse Attie.
O mercado cripto também surgiu na conversa, com os três participantes falando sobre a demanda dos pequenos investidores por esses ativos. Na CME, por exemplo, a classe foi a que mais teve lançamentos nos últimos anos.
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Todos esses lançamentos, por fim, permearam a discussão sobre a tecnologia usada nas exchanges.
“Nos últimos 18 meses, observamos mudanças macroeconômicas que não tínhamos visto nos últimos 100 anos”, disse Attie. Ela falou sobre como a nuvem está mudando a forma de hospedar os servidores das Bolsas – e integrando mercados.
Bob McCooey, na sequência, comentou como essa tecnologia trouxe queda dos preços e eficiência. “À medida que os mercados ficam mais voláteis e os volumes de negociações vão aumentando, temos de nos preparar para isso. Alguns eventos geopolíticos ainda podem fazer os volumes explodir, como já vimos no passado”.
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A B3, de acordo com Skistymas, segue investindo em questões como cloud, inteligência artificial e no desenvolvimento da sua plataforma.