Invasão da Rússia entra no 2º mês, e Ocidente reforça ajuda à Ucrânia

Líderes ocidentais reunidos em Bruxelas concordarão em intensificar suas forças na Europa Oriental e aumentar a ajuda militar ao país invadido pela Rússia

Reuters

Publicidade

Líderes ocidentais reunidos em Bruxelas nesta quinta-feira (24) concordarão em intensificar suas forças na Europa Oriental e em aumentar a ajuda militar à Ucrânia, enquanto o ataque da Rússia ao país vizinho entra em seu segundo mês.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu aos países para fazerem mais e repetiu seu apelo por uma zona de exclusão aérea sobre o país — onde milhares de pessoas já foram mortas, milhões se tornaram refugiados e cidades foram pulverizadas desde que o presidente russo, Vladimir Putin, determinou a invasão, em 24 de fevereiro.

Leia também:

Em Mariupol, cidade portuária do sul que passou a simbolizar a situação da Ucrânia, as pessoas enterram seus mortos e faziam filas por alimentos durante as pausas nos bombardeios.

Viktoria enterrou seu padrasto de 73 anos, Leonid, que morreu há 12 dias quando o carro que o levava a um hospital explodiu.

“Ele se sentou no meu lugar e todos explodiram naquele carro”, disse ela à Reuters, apontando para os restos do veículo. “Poderia ter sido eu.”

Continua depois da publicidade

Centenas de milhares de pessoas estão escondidas em porões em Mariupol sem água encanada, comida, remédios ou energia.

Autoridades ucranianas dizem ter repelido os invasores em outras áreas, inclusive ao redor da capital Kiev, frustrando as esperanças russas de uma vitória rápida.

Reuniões em Bruxelas

Em Bruxelas, líderes ocidentais vão avisar a Putin que seu país pagará custos desastrosos por invadir a Ucrânia, durante uma série de cúpulas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), do G7 e da União Europeia nesta quinta e na sexta-feira (25).

Continua depois da publicidade

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viajou à Europa para a série de encontros e depois irá à Polônia, que faz fronteira com a Ucrânia e um pequeno pedaço da Rússia no Mar Báltico.

Alarmados com a perspectiva de que a Rússia possa escalar a guerra, as nações da aliança militar ocidental concordarão em enviar equipamentos a Kiev, para que os ucranianos possam se defender de ataques biológicos, químicos e nucleares.

“Precisamos garantir que a decisão de invadir um país independente soberano seja entendida como um fracasso estratégico que acarreta custos desastrosos para Putin e a Rússia”, disse o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, ao Parlamento da União Europeia.

Continua depois da publicidade

Medidas concretas

O primeiro carregamento dos EUA, de um novo pacote de armas de US$ 800 milhões para a Ucrânia, começará a ser enviado nos próximos dias, disse uma autoridade de defesa norte-americana.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que a aliança aumentará suas forças na Europa Oriental ao implantar quatro novos grupos de batalha, na Bulgária, Hungria, Romênia e Eslováquia.

O governo russo afirma que a maioria dos membros da Otan sofre de uma compreensão “histérica e inadequada” do que está acontecendo na Ucrânia.