Intervenção na Oi (OIBR3) é possível, mas decisão agora seria prematura, diz ministro

"No momento, não há nada definido quanto a isso. Ainda é prematuro (anunciar) uma medida dessa, mas tudo é possível", afirmou Juscelino Filho

Estadão Conteúdo

Loja da Oi Móvel/Oi telecomunicações em São Paulo (Foto: Paulo Fridman/Corbis via Getty Images)
Loja da Oi Móvel/Oi telecomunicações em São Paulo (Foto: Paulo Fridman/Corbis via Getty Images)

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O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, afirmou que o governo federal está monitorando a situação da Oi (OIBR3;OIBR4) – maior concessionária de telefonia fixa do País – e que a cassação da sua licença ou uma intervenção direta na companhia são medidas a serem avaliadas. “No momento, não há nada definido quanto a isso. Ainda é prematuro (anunciar) uma medida dessa, mas tudo é possível”, afirmou, durante entrevista coletiva à imprensa após participar de evento organizado pela Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), em São Paulo.

Juscelino Filho disse que já pediu à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que preparasse um relatório sobre a situação financeira da operadora. A partir daí, o governo poderá avaliar quais medidas poderão ser adotadas. “A avaliação técnica da Anatel é que vai determinar as medidas, não é o ministério sozinho”, afirmou. “Estamos acompanhando e temos esperança de que se construa uma boa solução.”

No começo deste mês, a agência reguladora abriu, formalmente, o processo para avaliar se a Oi tem condições econômicas de manter a concessão de telefonia fixa. Dentro desse processo, a tele terá a chance de se manifestar.

A companhia entrou, neste ano, em recuperação judicial pela segunda vez, com dívidas que totalizam R$ 44,3 bilhões. Além da pressão financeira sobre a empresa, o sinal vermelho acendeu na Anatel ao perceber indícios de uma piora nos indicadores de serviços prestados pela operadora, com aumento das reclamações de clientes.

Em nota sobre o caso na semana passada, a Oi afirmou que o seu processo de recuperação judicial não apresenta impacto em suas operações. Os serviços prestados a clientes, e as atividades de vendas, instalações, operações de campo e atendimento a clientes seguem funcionando regularmente, defendeu a operadora.

Na nota, a companhia acrescentou que a Anatel, como poder concedente, tem o dever fiduciário de acompanhar as operações das concessionárias. E, no caso da Oi, há um regime diferenciado devido ao processo de recuperação, mas sem motivo para “considerações além disso”, afirmou.

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Nesta quarta, durante a entrevista à imprensa, Juscelino Filho chegou a comentar que existe a possibilidade de mudança do regime de concessão para autorização. “É uma possibilidade a ser construída, já vinha em debate dentro da Anatel com a própria Oi, mas sem definição”, afirmou.