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A Inter&Co (INBR32), holding dona do banco Inter, informou hoje a investidores e analistas suas metas para os próximos cinco anos. Até 2027, a empresa pretende atingir R$ 5 bilhões de lucro líquido. Nesse mesmo período, o objetivo também é elevar a base de clientes do Inter para 60 milhões.
O banco, hoje, possui 24 milhões de clientes no Brasil e nos Estados Unidos. Portanto, o guidance mais do que dobra esse número, sem contar com a eventual entrada do Inter em outros países.
No acumulado de 2022 até setembro do ano passado, a Inter&Co havia obtido lucro de R$ 43 milhões.
Além de objetivar uma cifra bem maior, a holding também prevê um crescimento no retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) da ordem de 30%. Projeta ainda um crescimento da carteira de crédito, que estava em R$ 22 bilhões no último mês de setembro, para R$ 100 bilhões em 2027.
Na avaliação de João Vitor Menin, presidente-executivo do Inter, o banco tem capacidade para expandir a carteira de forma sustentável, apesar do ambiente macroeconômico difícil. O Inter tem custos de funding (financiamento) menores, um bom volume de depósitos à vista e a maioria de seus empréstimos são concedidos com garantia.
O executivo acredita que a lucratividade esperada no futuro vai ser possível com o aumento de receitas por cliente e uma redução nos custos operacionais, com ganho de escala.
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Na avaliação do JP Morgan, o Inter sempre entregou bom crescimento de clientes, mas o engajamento dessa base, hoje, é o mais importante.
“Achamos esse guidance de cinco anos bem interessante e marginalmente positivo, mostrando o comprometimento da administração com a lucratividade”, escreveram os analistas do JP.
A equipe do banco, que acompanha o investor day, porém, questiona o quão rapidamente essa ponte para a lucratividade vai se construir.
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“Entendemos que vai acontecer via ganhos de escala, mas a apresentação da administração também focou bastante em crescimento, inovação e produtos novos”.
O JP Morgan afirma se manter positivo sobre os papéis do Inter, vendo um valuation bastante descontado que não reflete o potencial de retorno sobre patrimônio da empresa e um provável aumento do lucro por ação em 2023.
A ação da Inter&Co negociada na Nasdaq com o ticker INTR fechou em baixa de 4,62%, a US$ 2,48. Já o BDR INBR32, negociado na B3, caiu 3,61%, a R$ 12,55, indicando algumas reservas do mercado com relação aos números apresentados.
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De acordo com o Morgan Stanley, embora o plano de 5 anos da empresa sugira uma melhora significativa em relação às estimativas do banco e do valor justo dos ativos, os analistas continuam céticos quanto à capacidade da administração de cumprir o plano, dada a grande lacuna na execução nos últimos cinco anos.
“Nossas estimativas para 2027 estão bem abaixo das metas do Inter: vemos 44 milhões de clientes (versus 60 milhões), empréstimos totais de R$ 65 bilhões (versus R$ 100 bilhões), lucro líquido de R$ 762 milhões (versus R$ 5 bilhões) e ROE de 9 % (versus 30%).
A recomendação para os ativos INTR é underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda), com preço-alvo de US$ 2,50, o que corresponde a um potencial de valorização de 2,9% em relação ao fechamento de quarta-feira. “Evidentemente, um dos principais riscos para o nosso call é a entrega melhor do que a esperada para o plano de 5 anos”.
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Os analistas esperam que o Inter entregue lucro líquido de R$ 143 milhões em 2023 e de R$ 377 milhões em 2024. “Não esperamos que o Inter entregue ROE acima de 10% nos próximos cinco anos, bem abaixo do custo de capital, portanto, as ações parecem pouco atraentes aos atuais níveis”, avalia.
Já o Itaú BBA tem recomendação marketperform (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para os ativos, com preço-alvo de US$ 4 (upside de 65%).
“Damos as boas-vindas às visões claras apresentadas no evento e às ricas discussões dos principais tópicos. É evidente que o Inter está amadurecendo, tanto como empresa quanto na comunicação com os investidores. A gestão da Inter parece alinhada para entregar crescimento, mas também KPIs (indicadores-chave de desempenho) financeiros. “Achamos que é muito cedo para precificar antecipadamente, especialmente considerando o desafiador 2023 que temos pela frente, mas ficaremos de olho”.
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O Bradesco BBI foi na mesma linha. “Embora façamos saudações às iniciativas e metas de rentabilidade, as metas parecem um tanto agressivas, a nosso ver. Dito isso, acreditamos que o mercado pode exigir evidências mais fortes das etapas necessárias para entregar tais números – ou seja, melhor dinâmica – e, portanto, uma forte reclassificação de ações parece improvável neste momento”, avalia.