Intel vai cortar 15% do quadro de funcionários após resultado abaixo das expectativas

Segundo CFO, cortes foram necessários "para nos levar a um lugar onde tenhamos um modelo de negócios mais sustentável"

Gabriel Garcia

Ilustração com logo da Intel (REUTERS/Dado Ruvic)
Ilustração com logo da Intel (REUTERS/Dado Ruvic)

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A Intel anunciou que a receita do terceiro trimestre será muito menor do que o esperado pelos analistas e anunciou cortes de empregos em grande escala. As ações caíram mais de 13% nas negociações após o expediente.

As vendas para o trimestre atual serão de US$ 12,5 bilhões a US$ 13,5 bilhões, disse a empresa nesta quinta-feira (1). Os analistas projetavam, em média, US$ 14,38 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. A Intel terá uma perda de 3 centavos por ação, excluindo certos itens, em comparação com as expectativas de um lucro de 30 centavos.

A Intel disse que planeja cortar mais de 15% de sua força de trabalho, que é de cerca de 110 mil pessoas. Também suspenderá os pagamentos de dividendos aos acionistas a partir do quarto trimestre e continuará até que “os fluxos de caixa melhorem para níveis sustentavelmente mais altos”, de acordo com o comunicado.

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O CEO Pat Gelsinger, apesar de um plano de gastos massivo para restaurar a relevância da Intel na indústria, está sofrendo para melhorar os produtos e a tecnologia da empresa rapidamente o suficiente para reter clientes.

“A receita não está onde queremos que esteja”, disse o CFO Dave Zinsner em uma entrevista. “Os resultados financeiros não estavam onde queríamos que estivessem.” Os cortes de empregos foram necessários “para nos levar a um lugar onde tenhamos um modelo de negócios mais sustentável para o futuro”.

No segundo trimestre, a empresa teve um lucro de 2 centavos por ação, excluindo certos itens, e uma receita de US$ 12,8 bilhões, uma queda de 1%. Os analistas estimavam um lucro de 10 centavos por ação e vendas de US$ 12,95 bilhões. Wall Street projeta um aumento modesto nas vendas gerais este ano em relação a 2024, ainda deixando a empresa mais de US$ 20 bilhões abaixo de seu pico em 2021.

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Concorrentes que se especializam em inteligência artificial estão conquistando alguns dos clientes da Intel. A Nvidia agora tem mais do que o dobro das vendas trimestrais de seu antigo rival. A geralmente menosprezada AMD é avaliada em mais de US$ 100 bilhões a mais pelos investidores, e a TSMC é amplamente reconhecida como tendo a melhor produção da indústria.

Gelsinger segue confiante de que a Intel está no caminho certo a longo prazo. Ele argumentou que a fabricação vital da Intel está no caminho para alcançar e superar a dos rivais, o que atrairá clientes externos e justificará a série de novas fábricas que a Intel está construindo.

A empresa está reduzindo seus gastos com novas fábricas e equipamentos em 2024 em mais de 20%, e agora está orçando entre US$ 25 bilhões e US$ 27 bilhões. No próximo ano, as despesas variarão entre US$ 20 bilhões e US$ 23 bilhões.

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As ações da Intel caíram nas negociações estendidas após o anúncio, após fechar a US$ 29,05 em Nova York. A empresa já caiu mais de 42% até agora este ano.

A Intel foi forçada a reduzir suas expectativas de vendas em maio, depois que o governo dos EUA revogou sua licença para fornecer chips à Huawei Technologies, da China, parte do esforço de Washington para cortar a empresa por alegados riscos à segurança nacional.

A fabricante de chips está relatando ganhos pela segunda vez sob uma nova estrutura de negócios que mostra o desempenho financeiro de suas operações de fabricação. Gelsinger disse que a reestruturação foi um passo necessário para tornar as operações mais eficientes e competitivas.

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