Integrantes do Fed se mostram preparados para aumentar juros caso inflação siga em alta, diz ata do Fomc

Na última reunião, banco central americano anunciou o tão esperado cronograma para o tapering – processo de retirada de estímulos à economia dos EUA

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Os integrantes do Federal Reserve têm se mostrado cada vez mais preocupados com o ritmo de alta da inflação e já sinalizam que estão dispostos a aumentar os juros caso os preços sigam em forte alta. É o que mostra a ata da última reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), divulgada nesta quarta-feira (24).

“Vários participantes observaram que o Comitê deve estar preparado para ajustar o ritmo de compras de ativos e aumentar o intervalo da meta para a taxa de fundos federais mais cedo do que os participantes anteciparam, caso a inflação continuasse a correr acima dos níveis consistentes com os objetivos do Comitê”, afirma o documento.

Em outubro, os preços ao consumidor norte-americano subiram ao ritmo anual mais rápido em 31 anos, testando a suposição atual do Fed de que o pico inflacionário induzido pela pandemia de Covid-19 seria temporário.

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Além disso, desde a reunião de novembro do Fed, dados econômicos mostraram uma reaceleração na criação de empregos e um aumento nas vendas no varejo dos Estados Unidos.

Muitos participantes apontaram, no documento divulgado nesta quarta, que a inflação elevada pode ser mais persistente e destacaram que o aumento dos preços se tornou mais generalizado. Neste cenário, a avaliação é de que, apesar de ganhos econômicos, os riscos para as perspectivas econômicas permaneceram.

A autoridade monetária enfatizou, na ata, uma abordagem “paciente” em relação aos dados recentes, mas disse também que “não vão hesitar em tomar as medidas necessárias para lidar com as pressões inflacionárias que representam riscos para a estabilidade de preços e para os objetivos empregatícios no longo prazo”.

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No último dia 3 de novembro, o Federal Reserve anunciou o tão esperado cronograma para o tapering, o processo de retirada de estímulos à economia dos EUA.

Na ocasião, o banco central americano informou que o movimento começaria no final deste mês, com uma redução de US$ 15 bilhões no programa de compra de papéis, sendo US$ 10 bilhões em Treasuries e US$ 5 bilhões em bônus atrelados a hipotecas. A redução das compras teria início em novembro, sendo acelerada em dezembro, disse a autoridade monetária.

O texto divulgado nesta quarta mostrou que alguns membros do Fomc queriam um ritmo ainda mais acelerado de aperto monetário para dar ao Fed margem de manobra, de forma a aumentar as taxas de juros mais cedo.

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“Alguns participantes sugeriram que a redução do ritmo de compras de ativos líquidos em mais de US$ 15 bilhões a cada mês poderia ser garantida para que o Comitê estivesse em melhor posição para fazer ajustes no intervalo da meta para a taxa de fundos federais, especialmente em meio à pressão inflacionária”, diz a ata.

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