Instituições financeiras brasileiras expandem horizonte de atuação

Após consolidações, Itaú Unibanco e Banco do Brasil planejam operações no exterior, segundo análise da EIU

Beatriz Nantes

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SÃO PAULO – Após saírem da crise praticamente ilesos, os bancos brasileiros estão agora investindo em crescimento, com as maiores instituições lançando uma rodada de consolidações domésticas, e mais recentemente, expansão para fora do País, “em linha com a crescente importância do Brasil no mundo”, segundo análise da Economist Intelligence Unit (EIU), área de pesquisa da revista The Economist.

Com Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4) lutando pela liderança na indústria desde o final de 2008, através de consolidações no próprio País, agora aumentam as intenções de expansão para fora do Brasil. Entretanto, o relatório da EIU afirma que não se vê uma “corrida” para concretizar esses planos, o que é explicado pelo bom cenário interno, que permite que os bancos brasileiros se deem ao luxo de ter seu tempo até a expansão.

Banco do Brasil
Embora tenha representação em 23 países, os negócios oferecem serviços limitados quando comparados ao que é oferecido no Brasil. O presidente do BB, Altemir Bendine, prevê estratégia de expansão para seguir os brasileiros que vivem no exterior, além das companhias que estão se expandindo para outros mercados, como JBS e Vale.

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A entrada nos EUA deve se dar via aquisição de marcas do Citizens Bank, controlado pelo banco britânico Royal Bank of Scotland (RBS). Além disso, há negociações em curso na Argentina (com o Banco Patagonia, o quarto maior do país), e conversas na Colômbia, Peru, Paraguai e Uruguai. Na europa, o banco pretende ter uma base regional em Viena, enquanto na áfrica isso ficaria em Angola e Moçambique – países onde a população fala português.

Itaú Unibanco
Mais cauteloso nas ambições internacionais, com o banco afirmando que prefere manter o foco na conclusão de sua fusão, que deve acontecer até o final de 2010. No início deste ano, surgiram rumores negados pelo banco de que haveria intenção de adquirir ativos dos britânicos RBS e Lloyds. O mesmo ocorreu no ano passado, com o banco negando interesse na unidade do Citigroup no México, o Banamex.

Segundo o relatório, o CEO (Chief Executive Officer) do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou que a compra do Banco Real pelo Santander do ABN Amro em 2007, os executivos dos dois bancos perceberam a necessidade da fusão, em resposta a um nível de competitividade que nunca havia sido vista. 

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Bradesco
Com pretensões menos agressivas que os demais nesse sentido, o Bradesco (BBDC3) firmou um acordo com o Banco Espírito Santo, de Portugal, para efeito de expansão.