Injeção francesa traz novo dia de forte queda às taxas interbancárias da Europa

Libor atinge menor patamar desde setembro enquanto Euribor tem oitavo recuo consecutivo; taxas na Ásia também caem

Publicidade

SÃO PAULO – O clima mais tranqüilo nas bolsas européias sustenta nesta terça-feira (21) novo pregão de forte trajetória negativa às taxas interbancárias do continente, indicando que as medidas governamentais de combate à crise financeira vêm surtindo efeito.

A Libor, taxa interbancária londrina, referente a empréstimos em dólar e com vencimento em três meses, tem nesta manhã uma queda de 3 pontos-base, atingindo com isso a marca de 4,96%. Tal patamar não é registrado desde 12 de setembro, quando o Lehman Brothers anunciou sua concordata.

No mesmo sentido, a Euribor, taxa que regula as operações interbancárias realizadas por meio do euro, também trilha movimento negativo nesta terça-feira, completando uma seqüência de oito pregões consecutivos em queda. Já a taxa que regula as operações interbancárias em dólar durante a madrugada cai 23 pontos-base para 1,28%, pela primeira vez abaixo da meta estabelecida pelo Fed desde 3 de outubro.

A tendência de queda nos juros não é exclusiva dos mercados europeu e norte-americano, sendo constatada também na Ásia. Por lá, a taxa interbancária de Hong Kong tem sua terceira queda consecutiva e atinge o nível de 3,35%, após ter encerrado a última segunda-feira com o maior recuo visto nos últimos dez anos.

Pacote anti-crise francês

A principal influência positiva sobre o clima mais ameno no mercado financeiro europeu vem do governo francês. Grupo liderado pelo presidente Nicolas Sarkozy anunciou na manhã desta terça-feira as primeiras medidas a serem tomadas como parte do pacote de resgate ao sistema bancário francês, avaliado em um total de € 360 bilhões.

O destaque fica por conta do anúncio de que € 10,5 bilhões de tal montante serão gastos na injeção de capital nas seis maiores instituições financeiras da França. Em resposta, os papéis de Société Générale, BNP Paribas e Crédit Agricole, uns dos bancos a serem beneficiados com os recursos, disparam na bolsa parisiense.