Publicidade
SÃO PAULO – Depois de atingir seu maior nível em setembro do ano passado (quando o IPCA acumulou um aumento de 7,31% em 12 meses), a inflação deve convergir para o centro da meta (4,5%) nos próximos meses, segundo o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. “Os níveis mais elevados de inflação já ficaram para trás”, falou durante evento em São Paulo nesta segunda-feira (21).
Tombini ainda afirmou que o cenário internacional continua marcado pela volatilidade dos mercados e considera que o efeito da crise externa sobre a inflação brasileira continua sendo de “neutro a desinflacionário”.
Dólar
A disparada do dólar, que por volta das 13h marcava forte valorização de 1,11%, valendo R$ 2,040, de acordo com Tombini ainda não é uma preocupação para o Banco Central. “Nosso câmbio é flutuante e reflete hoje o cenário externo. O BC tem instrumentos para conter essa alta, se necessário. Caso seja preciso, vamos fazer o câmbio funcionar dentro da normalidade, de uma maneira mais adequada”, falou.
Endividamento
De acordo com Tombini, o Banco Central está de olho nos níveis de endividamento. Segundo ele, os incentivos feitos para estimular o consumo têm que ser corretos. “O crédito aumentou, as taxas dos bancos estão sendo reduzidas, mas o assunto é uma preocupação e temos acompanhado. Talvez a concessão ao crédito tenha que ficar mais difícil para que haja esse controle”, disse.
Reservas e compulsórios
Tombini também reconheceu que há uma maior volatilidade nos mercados nas últimas semanas e um aumento da aversão ao risco. Segundo ele, o Brasil possui fundamentos macroeconômicos sólidos e garantidos pelo volume de reservas internacionais e de compulsórios bancários. “O nível total dos compulsórios hoje é de R$ 400 bilhões, estamos bem melhor que em 2008, quando a crise eclodiu”, afirmou.
O presidente do BC acredita que a economia brasileira irá se acelelar com base em uma demanda interna e na flexibilização das condições monetárias e financeiras. “Vamos esperar para ver como a situação caminha lá fora para conduzirmos o Brasil em um caminho seguro”, afirmou.