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Após a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na véspera, o mercado está de olho, nesta quarta-feira (12), nos dados da agenda econômica do Brasil. A partir das 9h, será revelado o desempenho do setor de serviços no mês de dezembro. Com a desaceleração da inflação registrada, que ficou dentro das previsões, a alta do IPCA foi de 0,16%. Esse índice, que mede a variação dos preços para o consumidor, mostrou um aumento dentro das expectativas do mercado, o que não deve alterar o planejamento do Banco Central, que deverá seguir com o aumento da taxa de juros para março. As expectativas de novos ajustes na política monetária permanecem, enquanto o impacto dos preços de combustíveis e alimentos, que pressionam a inflação, é observado de perto pelos investidores.
Nos Estados Unidos, a agenda também promete movimentar os mercados. Às 9h, será divulgado o índice do mercado hipotecário semanal, seguido, às 10h30, pela inflação de janeiro, com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês). Às 12h30, sairá o relatório de estoques de petróleo da EIA (Administração de Informações sobre Energia, na sigla em inglês). Por fim, às 16h, será anunciado o balanço orçamentário federal de janeiro. Os investidores continuam acompanhando com atenção as tarifas de 25% impostas por Donald Trump sobre o aço e alumínio, além de possíveis novas medidas protecionistas que podem afetar o comércio global.
O que vai mexer com o mercado nesta quarta
Agenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia sua agenda com uma entrevista para a Rádio Diário FM, de Macapá, às 8h, na residência oficial da Granja do Torto. Às 11h, participa da cerimônia de um ano da Nova Indústria Brasil e da Missão 6. Às 15h, tem reunião com o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza. Meia hora depois, às 15h30, encontra-se com o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; e o advogado-geral da União, Jorge Messias. Encerrando o dia, às 16h30, participa da cerimônia de entrega da 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista.
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Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concende entrevista ao vivo a José Luiz Datena (SBT) às 18h.
Às 10h, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, concederá palestra em Seminário sobre Política Monetária Brasileira, promovido pelo Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG), no Rio de Janeiro. Mais tarde, Galípolo participa de audiência com Arminio Fraga, Sócio Fundador da Gávea Investimentos, no Banco Central, no Rio de Janeiro, para tratar de assuntos institucionais. (fechado à imprensa)
Brasil
9h – Crescimento do Setor de Serviços (dezembro)
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EUA
9h – Índice do Mercado Hipotecário (semanal)
10h30 – CPI (janeiro)
12h30 – Relatório de Estoques de Petróleo da EIA (semanal)
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16h – Balanço Orçamentário Federal (janeiro)
Internacional
Crítica
México, Canadá e União Europeia criticaram a decisão de Donald Trump de aumentar tarifas sobre aço e alumínio, elevando a taxa do alumínio para 25% e eliminando exceções e cotas. A medida, válida a partir de 12 de março, afetará importações de países como Brasil, México e Coreia do Sul. O governo mexicano classificou a decisão como “injustificada” e “injusta”. Especialistas temem que a ação aumente tensões comerciais e prejudique a competitividade global.
Culpa
O presidente dos EUA, Donald Trump, citou o Brasil como motivo para novas tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio. Segundo decreto assinado nesta segunda (10), Trump alegou que o Brasil aumentou as compras de aço da China, impactando a indústria americana. O governo americano argumenta que o regime de cotas permitiu ao Brasil exportar mais, prejudicando a produção nos EUA. Caso as novas regras sejam confirmadas, siderúrgicas brasileiras perderiam competitividade no mercado americano. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os EUA. Especialistas alertam que retaliações podem prejudicar mais o Brasil do que os EUA.
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Cortes
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto determinando que as agências federais trabalhem lado a lado com os esforços de Elon Musk para reduzir a força de trabalho federal, estabelecendo as bases para demissões generalizadas e identificando funções governamentais que podem ser totalmente eliminadas.
Taxas de juros
O Federal Reserve espera até pelo menos o próximo trimestre para cortar as taxas de juros, devido ao aumento das pressões inflacionárias, impulsionadas pelas tarifas de importação de Donald Trump. Economistas revisaram suas previsões de inflação, temendo que as tarifas possam elevar os preços. Apesar de já terem sido feitos cortes de juros em 2024, membros do Fed afirmam não estar apressados para novas reduções. O mercado de trabalho segue forte e os gastos do consumidor permanecem sólidos. A maioria dos economistas projeta um corte até junho de 2025, com riscos de inflação elevados devido às tarifas. A economia dos EUA deve crescer 2,2% em 2025.
Economia
Inofensivo
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) acredita que o Brasil não representa uma ameaça comercial para os EUA e que a histórica cooperação entre os dois países será suficiente para resolver a disputa sobre as tarifas de 25% sobre aço e alumínio. A Fiesp lamenta a medida, que impacta diretamente os exportadores brasileiros, responsáveis por 15% das importações de aço dos EUA em 2024. No entanto, a entidade destaca o Brasil como um parceiro econômico estratégico. Além disso, recorda que muitos produtos norte-americanos importados pelo Brasil gozam de tarifas reduzidas, facilitando o acesso de exportadores ao mercado brasileiro.
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Temor
A indústria do alumínio no Brasil pediu a intensificação dos mecanismos de defesa comercial, temendo que o aumento das tarifas de importação dos EUA sobre o metal resulte em desvios nos fluxos internacionais. A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) ressaltou que os EUA representam 17% das exportações brasileiras do setor, com US$ 267 milhões do total de US$ 1,5 bilhão exportado em 2024. A Abal alertou que a medida pode gerar saturação do mercado interno, com produtos de outros países buscando o Brasil como novo destino, o que pode resultar em concorrência desleal. As novas tarifas de 25% entram em vigor em 12 de março.
Pacote de gastos
O pacote de corte de gastos aprovado pelo Congresso no fim do ano passado ajudará diminuirá as despesas em 2025 em cerca de R$ 34 bilhões, disse na terça o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Desse total, R$ 19 bilhões virão de economias efetivas de gastos e R$ 15 bilhões servirão para tapar novas pressões de gastos. O ministro apresentou a nova estimativa ao voltar de reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO), no Palácio do Planalto.
Política
Crescimento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que a economia brasileira crescerá neste ano, e argumentou que isso vai acontecer porque, segundo ele, o dinheiro circulará nas mãos da população, o que gerará expansão da economia. Em discurso para uma plateia de prefeitos eleitos na eleição municipal de novembro do ano passado, Lula afirmou ainda que, quando seu atual mandato terminar ao final do ano que vem, os chefes de Executivos municipais pedirão a ele que permaneça na Presidência da República.
Desaprovação
A desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a 51,4% em janeiro, com a aprovação do governo em 45,9%, segundo pesquisa AtlasIntel/Bloomberg. A maioria das avaliações é negativa, com 46,5% considerando o governo ruim ou péssimo, e 37,8% o avaliando como ótimo ou bom. A principal preocupação dos brasileiros é a criminalidade (57,8%), seguida pela corrupção (49,4%) e a economia (29,1%). A segurança pública é a área mais criticada, enquanto direitos humanos e igualdade racial receberam a melhor avaliação. As medidas mais criticadas incluem a “taxa da blusinha” e a comunicação de transações via Pix, enquanto os maiores acertos foram a retirada de garimpeiros de terras indígenas e o programa Desenrola. A economia do Brasil é mal avaliada, com 54% dos entrevistados considerando a situação ruim.
Tom de reciprocidade
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se na terça-feira (11) com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para discutir a agenda econômica e a atuação do Congresso na tramitação de medidas prioritárias. Alcolumbre defendeu um esforço conjunto para impulsionar o crescimento do país, pedindo que os parlamentares deixem divergências políticas de lado. Haddad destacou que o Brasil cresceu quase 7% nos últimos dois anos, impulsionado por medidas aprovadas pelo Legislativo.
PL da Anistia
O líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Zucco (PL-RS), defendeu nesta terça-feira (11), em entrevista coletiva de imprensa no Salão Verde, a votação do projeto de lei que anistia aos presos pelos atos de 8 de Janeiro.
O deputado disse ainda que a oposição está empenhada na investigação de gastos do governo, incluindo o programa de incentivo à educação Pé-de-Meia, a distribuição de marmitas por ONGs financiadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e as despesas da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.
Parlamentarismo
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, defendeu a adoção do parlamentarismo no Brasil, afirmando que se arrepende de ter apoiado o presidencialismo. Múcio citou desafios estruturais como desigualdade social e desinformação, e criticou a troca constante de presidentes, que gera instabilidade. Ele também mencionou o desequilíbrio de poderes, especialmente devido ao aumento das emendas parlamentares impositivas, que deram mais poder ao Legislativo sem a mesma responsabilidade. A discussão sobre o parlamentarismo voltou com o presidente da Câmara, Hugo Motta, defendendo o debate sem pressa. A proposta de semipresidencialismo, que divide o poder Executivo entre presidente e primeiro-ministro, foi protocolada pelo deputado Luiz Carlos Hauly e tem apoio de alguns ministros do STF, mas encontra resistência de Lula, Bolsonaro e Gleisi Hoffmann. O Brasil adota atualmente o presidencialismo, escolhido em plebiscitos em 1963 e 1993.
Corporativo
Carrefour (CRFB3)
O Carrefour está explorando a possibilidade de tornar sua subsidiária brasileira, o Atacadão, uma empresa privada. De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, a companhia francesa está trabalhando com consultores para adquirir as ações do Atacadão que ainda não possui. A unidade brasileira, que abriu capital em 2017, tem um valor de mercado de cerca de US$ 2,4 bilhões. O Carrefour detém quase 70% do Atacadão, também conhecido como Carrefour Brasil. Não houve decisão final sobre o acordo, e a empresa pode optar por não prosseguir com a negociação. Ontem, as ações do Carrefour Brasil (CRFB3) subiram cerca de 9,77%.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)