Inflação ao produtor nos EUA, falas do Fed, posse de Sidônio Palmeira e mais

Confira o que vai mexer com os mercados nesta terça-feira (14)

Equipe InfoMoney

Notas de dólar
15/04/2015
REUTERS/Murad Sezer
Notas de dólar 15/04/2015 REUTERS/Murad Sezer

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Os investidores seguem atentos à divulgação de novos indicadores econômicos nos Estados Unidos, nesta terça-feira (14), que podem impactar a dinâmica dos mercados. Às 10h30, será publicado o índice de preços ao produtor (PPI) referente a dezembro, dado que ajuda a entender a pressão inflacionária nas fases iniciais da cadeia produtiva. Às 18h30, será divulgado o relatório semanal sobre os estoques de petróleo, que pode influenciar as expectativas sobre a oferta e demanda do produto, impactando diretamente os preços do petróleo e, por consequência, os mercados globais.

No Brasil, a agenda econômica está esvaziada nesta terça, após a divulgação do Relatório Focus na segunda-feira (13). O relatório revelou que as projeções de inflação para 2025 e 2026 voltaram a subir. A estimativa para 2025 passou de 4,99% para 5,00%, enquanto para 2026, a previsão subiu de 4,03% para 4,05%. A mediana da taxa básica de juros (Selic) permaneceu estável em 15% para este ano. Já a previsão para o dólar em 2025 foi mantida em R$ 6,00, enquanto o PIB segue com a projeção de crescimento de 2,02%.

O que vai mexer com o mercado nesta segunda

Agenda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reunião com Ministro da Casa Civil, Rui Costa, a partir das 9h30. Às 11h, Lula dará posse ao novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira. Mais tarde, o presidente participa do lançamento do programa Mais Professores. Já Gabriel Galípolo, presidente do BC, participa de reuniões de Presidentes de Bancos Centrais, promovidas pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS). (fechado à imprensa)

EUA

10h30 – Preços ao produtor (dezembro)

18h30 – Estoques de petróleo (semanal)

Zona do Euro

7h – Índice Zew de Percepção Econômica

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Internacional

Expectativa

As expectativas dos consumidores norte-americanos sobre a inflação apresentaram um quadro misto em dezembro, com preocupações crescentes sobre a capacidade de pagamento das dívidas das famílias, segundo uma pesquisa do Federal Reserve de Nova York. A previsão de inflação para os próximos 12 meses foi mantida em 3%, enquanto a previsão para três anos subiu de 2,6% para 3%. Para cinco anos, a previsão diminuiu ligeiramente de 2,9% para 2,7%. A pesquisa também apontou aumento nas expectativas de preços dos alimentos, enquanto outras categorias, como gasolina, mostraram quedas. As expectativas para os preços das casas se mantiveram estáveis em 3,1%. Apesar da inflação ainda ser alta, o Fed reduziu suas expectativas de novos cortes de juros em 2025.

Lucros

Os principais bancos dos Estados Unidos devem registrar lucros mais fortes nesta semana, impulsionados por fortes receitas de taxas e trading no quarto trimestre de 2024. Os seis maiores credores se beneficiaram de um renascimento nos negócios de banco de investimento, com destaque para o JPMorgan, Wells Fargo, Citigroup e Goldman Sachs, que começam a temporada de balanços na quarta-feira. A curva de rendimento acentuada nos Treasuries também deve apoiar os lucros, ao permitir que os bancos tomem dinheiro emprestado a taxas baixas e emprestem a taxas mais altas.

Economia

Política de juros

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou na segunda-feira (13) que a política de juros do Brasil está em patamar contracionista e seguirá se tornando mais restritiva. Em evento do Bradesco Asset, ele destacou que ainda é cedo para discutir quando o BC poderá interromper o ciclo de alta dos juros, enfatizando que a autarquia se guiará pela meta de inflação. Apesar da Selic a 12,25% ao ano, Guillen mencionou que o consumo das famílias e o desempenho do crédito atenuam os efeitos da política monetária. Ele também descartou mudanças na taxa neutra de juros e reafirmou que o BC possui os instrumentos necessários para cumprir a meta de inflação de 3%. Em relação ao câmbio, Guillen observou que a depreciação recente pode afetar os preços e que a redução da inflação global é fundamental para controlar os preços internos. O diretor também destacou que a desancoragem das expectativas de inflação é uma preocupação para o BC porque aumenta o custo de atingir a meta.

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Peixe grande

A Receita Federal irá ampliar a fiscalização das movimentações financeiras para incluir pagamentos e recebimentos via Pix com o objetivo de liberar recursos humanos para focar em grandes valores, afirmou o secretário Robinson Barreirinhas em entrevista ao G1. Segundo ele, a mudança não visa fiscalizar pequenos empresários, mas sim automatizar processos, permitindo um maior controle sobre movimentações financeiras de empresas de maior porte. A Receita realizará cruzamentos de dados, identificando inconsistências como rendas incompatíveis com gastos, e em casos não explicados, os contribuintes serão notificados para justificar as discrepâncias dentro de um prazo.

Política

Medidas fiscais

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, indicou em entrevista ao jornal O Globo que o governo adotará novas medidas fiscais em 2025. Segundo Durigan, as propostas de cortes de despesas e arrecadação serão discutidas após a aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso. Ele também mencionou que a equipe econômica deve focar em limitar os supersalários como parte da revisão de gastos, visando afetar as camadas mais altas. Durigan ainda refutou a ideia de que as políticas fiscais de 2024 tiveram impacto significativo na inflação do ano passado.

Acima das previsões

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na segunda-feira (13) que a economia brasileira está crescendo acima das previsões do mercado e de forma inclusiva. Em discurso por videoconferência durante o evento de aniversário da Caixa Econômica Federal, ele destacou que a geração de empregos está em recorde e que a renda das famílias está em ascensão. Lula também mencionou que o Brasil está experimentando as menores taxas de pobreza e extrema pobreza de sua história. O presidente, que segue usando chapéu devido a cirurgias recentes, fez a declaração a partir de seu gabinete no Palácio do Planalto.

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Meta

A Meta, dona do Instagram, Facebook, WhatsApp e Threads, enviou suas respostas à Advocacia-Geral da União (AGU) sobre mudanças na política de checagem de publicações dos usuários. As informações foram apresentadas nos minutos finais do prazo de 72 horas, estipulado pela AGU, na noite de segunda-feira (13).

Nada vai mudar

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou na segunda-feira (13) que o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, permanecerá no cargo, apesar das denúncias de condutas abusivas por parte da polícia. Em agenda no Aeroporto Internacional de Guarulhos, Tarcísio afirmou que mudanças não estão previstas no momento e que estão sendo feitas alterações no treinamento das tropas de rua, incluindo um novo programa e a aquisição de armamento não-letal. O governador também destacou que policiais que cometerem excessos serão severamente punidos. Sobre o caso do estudante Marco Aurélio Cardenas Acosta, morto por um disparo da Polícia Militar, Tarcísio garantiu que os responsáveis serão levados a julgamento.

Primeiro escalão

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou ao Valor que a chegada do marqueteiro Sidônio Palmeira, futuro ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), representa um ganho para o governo. Segundo ela, a gestão deverá aprimorar sua atuação nas redes sociais e intensificar o combate às “fake news”.

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Ela também reconheceu que as mudanças no primeiro escalão podem impactar os espaços ocupados pelo PT, que atualmente controla 12 pastas, incluindo os quatro ministérios sediados no Palácio do Planalto, além do Ministério da Fazenda.

Mesa diretora

A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados e para os demais cargos da Mesa Diretora foi marcada para o dia 1º de fevereiro, sábado. O mandato é de dois anos e, para ser eleito, o candidato precisa de maioria absoluta dos votos em primeira votação (257) ou ser o mais votado no segundo turno. O início da primeira sessão preparatória, na qual será eleito o presidente, está marcado para as 16 horas, no Plenário Ulysses Guimarães. O cronograma para formalização dos blocos parlamentares, para a escolha dos cargos da Mesa e o registro das candidaturas será divulgado nesta semana.

(Com Reuters, Agência Brasil e Estadão)