Inflação ao consumidor dos EUA, vendas do varejo no Brasil e mais destaques desta 4ª

Dia contará ainda com agenda intensa no Congresso com votação de reestruturação de dívida dos Estados e compensações para desoneração

Equipe InfoMoney

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O indicador econômico mais aguardado da semana sairá nesta manhã: a inflação ao consumidor americano (CPI, na sigla em inglês). O dado vem um dia após a divulgação da inflação ao produtos (PPI, também na sigla em inglês), que veio abaixo do esperado.

O CPI sairá às 9h30 e os analistas consultados pela LSEG projetam uma inflação de 0,2% em julho em relação ao mês imediatamente anterior e avanço de 3% na comparação anual.

Caso se confirmem números em linha ou abaixo do esperados se reforça a expectativa de queda de juros nos EUA, sobretudo de um corte mais agressivo de 0,5 ponto porcentual, ao invés de 0,25. Essa possibilidade ganhou corpo, principalmente, logo após dados de emprego (payroll) nos EUA mostrarem um esfriamento mais rápido do mercado de trabalho.

No Brasil, o principal dado econômico será divulgado às 9h, pelo IBGE, que são as vendas no varejo de junho, com uma projeção da LSEG de queda de 0,2% em relação ao mês imediatamente anterior, mas avanço de 5,5% sobre igual período do ano passado.

Enquanto isso, na política, o Senado deverá votar hoje duas das principais matérias em tramitação na Casa, que é projeto da dívida de Estados junto à União e proposta que trata da compensação para a desoneração de setores econômicos e municípios de pequeno porte. Ambos têm forte impacto nas contas públicas.

O que vai mexer com o mercado nesta 4ª feira

Mercado internacional

Os índices futuros dos EUA amanhecem sem direção definida, com todas as atenções voltadas para a divulgação da inflação ao consumidor, um dia após a inflação ao produtor ter vindo abaixo do esperado.

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Os agentes do mercado avaliarão se os dados podem levar o Federal Reserve (Fed) a começar a cortar as taxas de juros em setembro. O indicador pode dar alguma direção aos mercados financeiros incertos após a forte volatilidade da semana passada.

Agenda

Balanços

E nesta quarta-feira a safra de balanços chega à sua reta final, com a divulgação dos balanços de companhias como IRB, BRF, Equatorial, Cosan e Petz.

Abaixo, confira as projeções dos resultados principais, compilados pela LSEG:

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AçãoLucroEbitda
(RAIL3)R$ 546,66R$ 1.881
(CSAN3)R$ 636,65R$ 4.662
(BRFS3)R$ 540,07R$ 2.073
(EQTL3)R$ 627,09R$ 2.306
(MRFG3)R$ -124,03R$ 2.851
(PETZ3)R$ 16,13R$ 91,75
(SLCE3)R$ 179,86R$ 434,05
Consenso LSEG; em R$ milhões para 2º trimestre

Enquanto isso, na noite desta terça-feira (13), foram divulgados diversos resultados, confira os principais:

Selic

Investidores seguirão atentos a possível repercussões sobre os rumos da política monetária aqui no Brasil, cujas curvas de juros seguem precificando uma alta da Selic. Desde sexta passada, uma série de falas vem corroborando um cenário de possível alta dos juros na próxima reunião do Copom.

O diretor de política monetária do Banco Central Gabriel Galípolo veio com uma série de declarações mais “hawkish” (duras no combate à inflação). Na sexta, esclareceu que vê o balanço de risco da inflação como assimétrico e na segunda-feira que uma alta da Selic “está na mesa do Copom”, que está na dependência dos dados.

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Enquanto isso, na última terça, em audiência na Câmara, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, reiterou o compromisso com o cumprimento das metas de inflação, reconheceu que a desancoragem das expectativas de inflação preocupa e citou o debate sobre a relação entre mercado de trabalho apertado e inflação de serviços.

“Até agora a gente tem sido capaz de ter um crescimento maior do que o esperado, com números de mão de obra muito bons, muito satisfatórios, ainda sem uma pressão muito grande na parte de serviços, mas a gente começa a ver que tem uma pressão”, disse.

Banco Central

Sobre a presidência do BC em 2025, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta terça à noite que a troca “entrou no radar” do presidente Lula e que o nome a substituir Campos Neto pode ser anunciado “nas próximas semanas”.

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“Entrou no radar do presidente essa questão e ele ficou de discutir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco a questão da sabatina, em virtude do calendário eleitoral.”

O ‘timing’ da indicação, disse o ministro, depende da conversa entre Lula e Pacheco.

Hoje, o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, é considerado franco favorito para a vaga.

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Renegociação dos Estados

Haddad disse ainda que ainda não recebeu o texto do projeto de lei que permite a renegociação das dívidas dos Estados com a União. A redação desse projeto, ele explicou, é importante para determinar se a medida terá ou não impacto no resultado primário do governo.

“Nós não recebemos o texto e, para nós, o texto importa muito, porque a redação que é dada também tem impacto sobre as contas públicas”, disse, acrescentando que a última versão “não atendia a Fazenda. “O presidente Pacheco compreendeu as nossas preocupações e abriu a discussão sobre a redação.”

PLOA

Haddad também afirmou que Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) será enviado este mês para o Congresso, independentemente do que ocorra com o projeto de compensação da desoneração da folha de pagamentos.

“A PLOA vai ser encaminhada e aí nós vamos apurar a arrecadação das medidas, que são muitas, contempladas no relatório do senador Jaques Wagner”, afirmou, garantindo que a desoneração será compensada, mas que há dúvidas sobre o potencial arrecadatório.

Reforma tributária

A Câmara aprovou na noite desta terça-feira (13) o texto-base do segundo projeto de regulamentação da reforma tributária, que institui o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), trata da distribuição das receitas para Estados e municípios e também de imposto sobre herança e transmissão de imóveis.

Além da formalização do comitê gestor, o projeto também trata da cobrança de Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) sobre planos de previdência privada, como PGBL e VGBL, e do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).

Os deputados do grupo de trabalho que analisou o projeto incluíram uma isenção de ITCMD aos investidores que ficarem mais de cinco anos no VGBL, a contar da data do aporte. Para o PGBL, contudo, não valerá essa regra e a tributação ocorrerá independentemente do prazo.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)