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Índice IMAT da Bolsa supera importante resistência pela análise técnica; IMOB lidera em 2023

Índice de materiais básicos (IMAT) da Bolsa sobe em julho, mas registra queda de 5% em 2023; índice Imobiliário (IMOB) sobe 40% no ano

Rodrigo Petry

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O Índice de Materiais Básicos da Bolsa (IMAT), que reúne pesos pesados da Bolsa, como a Vale (VALE3), se recupera neste mês de julho, mas segue como o único índice setorial com desempenho negativo no acumulado do ano.

O IMAT acumula alta de 3,27% neste mês, entretanto recua 5,82% em 2023. Assim, entre todos os índices setoriais da B3 – (IFNC), (ICON), (IMOB), (UTIL) e (INDX) –, é o único com desempenho negativo. Basicamente, a retração vem acompanhada da desvalorização das commodities, neste primeiro semestre.

Por outro lado, o índice Imobiliário (IMOB) segue como a maior valorização do ano, com alta de 40,31%, sendo que apenas em julho avança 0,93%. Dentro desta composição do IMOB se destacam as empresas do setor de construção civil, que se beneficiam da expectativa de redução dos juros e da retomada de programas habitacionais.

Nesta sexta-feira (14), o IMAT fechou com queda de 0,40%, aos 5.473 pontos, encerrando a semana com alta de 1,3%. Já o IMOB recuou 2,65%, aos 925 pontos, terminando a semana com retração de 2,80%.

Dentro deste contexto, o analista técnico Guilherme Schrepel, da Investimentos 4YOU, traçou o cenário atual da composição dos dois índices – com maior ganho e maior perda do ano na Bolsa – com exclusividade ao InfoMoney. Confira o que esperar com base na análise técnica.

Análise técnica: IMAT

Em relação ao IMAT, se observa um contexto positivo, diz Schrepel, com base na análise técnica, por conta de um “pequeno canal de alta desenvolvido e, além desse canal, o índice de materiais básicos conseguiu fechar acima de uma estrutura de resistência do 5.445,48, que já havia sido testada quatro vezes.”

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“Para que tenhamos a confirmação desse rompimento, é importante que o preço se mantenha acima dessa estrutura. Outro ponto positivo que podemos considerar no cenário atual, é o rompimento da MME200 (média móvel exponencial de 200 dias) que vinha servindo como resistência móvel”, afirma.

No pregão do dia 13/7/23, o preço conseguiu fechar acima dessa média, dando uma condição favorável para permanecer dentro desse cenário mais otimista. Assim, a próxima resistência está em 5.606 (1), 5.678 (2) e 5.920 (3) – “esta última resistência seria um possível teste no teto do canal de alta de curto prazo.”

Confira abaixo o gráfico diário do IMAT, de março de 2022 a julho de 2023:

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Fonte: Neológica. Elaboração: Guilherme Schrepel

Além de todo o contexto do gráfico de preço, o especialista acrescenta que Índice de Força Relativa (IFR) também sinaliza força, ou seja, “quebrou a estrutura da região intermediária de 50 pontos e vem apontando para cima, indicando momentum para o índice.”

“O cenário só volta para dentro de um viés negativo, caso ocorra a perda do suporte imediato em 5.300. Com isso, perderia o momentum e toda a força comentada, voltando para um nível mais de neutralidade. Além do suporte comentado, os próximos ficam localizados em 5.107 e 4.893″, afirma.

Confira abaixo o gráfico semanal do IMAT, de maio de março de 2021 a julho de 2023:

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Fonte: Neológica. Elaboração: Guilherme Schrepel

Em relação ao médio prazo [veja gráfico semanal acima], o cenário é distinto em relação ao curto prazo [visto no gráfico diário]. Avaliando, assim, o gráfico semanal se vê o índice enfrentando uma barreira na MME72.

“O gráfico deixou uma pequena sombra superior. Ou seja, o primeiro objetivo dentro desse tempo gráfico é não perder o apetite e rompe-lo. Com isso, abre-se espaço para buscar as próximas regiões, em 5.606 (1) e 5.678 (2). Confirmando esse movimento, teremos um fundo formado, abrindo ainda mais condição para permanecer dentro do zigue-zague ascendente”, conclui ele.

IMAT: Confira os desempenho negativos em 2023

Ativo Último (R$) Ano (%) Mês (%) 3 meses (%) 12 meses (%)
CBAV3 4,65 -56,91 -7,74 -19,99 -50,35
VALE3 68,61 -21,11 6,84 -13,71 1,26
FHER3 13,63 -21,08 -8,09 -0,15 -22,42
BRAP4 22,83 -19,12 2,79 -10,14 8,58
FESA4 48,57 -7,77 0,21 -8,61 19,32
SUZB3 44,55 -7,65 0,75 7,84 -0,21
UNIP6 79,21 -7,41 0,09 16,28 2,91
CSNA3 12,89 -3,11 6,27 -9,86 9,81
GGBR4 27,16 -0,41 8,34 6,60 38,95

IMAT: Confira os desempenho positivos em 2023

Ativo Último (R$) Ano (%) Mês (%) 3 meses (%) 12 meses (%)
RANI3 9,85 30,66 6,26 21,35 58,46
CMIN3 4,21 13,55 0,72 -4,87 48,76
DXCO3 7,58 11,80 -9,22 23,45 -8,69
KLBN11 21,39 10,81 -1,75 16,26 20,94
USIM5 7,5 9,82 6,08 2,78 -5,83
BRKM5 26 9,43 -6,68 27,70 -23,28
GOAU4 12,79 1,80 8,21 8,12 46,36

Análise técnica: IMOB

Indo para o IMOB, o analista avalia que, após o índice romper as regiões de resistência que estavam em 817.77 (1) e 867.58 (2), “não perdeu folego e permaneceu indo buscar a região de 952.06 – região esta que também já serviu como suporte e agora vem sendo utilizada como resistência.”

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“É indiscutível a tendência de alta que esse índice vem desempenhando, em nenhum momento perdeu a MME17 e cada vez mais foi ganhando força. Porém, nos últimos pregões vem tentando romper a região de resistência em 952.06 e não consegue”, aponta ele.

“Isso começa a demonstrar um nível um pouco maior de preocupação na questão de o índice querer vir desenvolver um processo de correção, que também não seria nada de anormal, visto todo o movimento que IMOB engatou e não perdeu em nenhum momento a tendência”, acrescenta.

Confira abaixo o gráfico diário do IMOB, de maio de 2020 a julho de 2023:

Fonte: Neológica. Elaboração: Guilherme Schrepel

Por outro lado, ele aponta que o IFR já começa a divergir do gráfico de preço. “Dentro desse oscilador, podemos observar divergência de baixa, enquanto o cenário de preço segue renovando as máximas. O indicador desenvolve o cenário oposto, realizando topos e fundos descendentes.”

Neste sentido, indica ele, esse é um cenário que deve “ligar o sinal amarelo”, isso porque o IMOB está em forte região de resistência, “deixando candle com pavio superior e com um indicador que diverge do que vem sendo apresentado pelo preço.”

Assim, o suporte imediato está em 912.65 e, perdendo essa região, o próximo está localizado em 867,58 (1) e 817,77 (2). “Caso tenhamos um falso sinal pelo IFR, e o índice efetue o rompimento da resistência em 952.06, e permaneça subindo, o próximo objetivo está em 1.004,58.”

Confira abaixo o gráfico semanal do IMOB, de novembro de 2018 a julho de 2023:

Fonte: Neológica. Elaboração: Guilherme Schrepel

Enquanto isso, pelo gráfico semanal [bem acima], o IMOB vem subindo basicamente há dez semanas consecutivas, enfrentando agora mais uma região de resistência. “Um destaque positivo é que o índice finalmente deixou uma estrutura retangular para trás, trabalhando acima da antiga região de resistência.”

No entanto, até o presente momento, aponta Schrepel, o candle que foi deixado na semana passada foi de indefinição, em uma região de resistência. “Este não é um sinal muito favorável. A permanência da alta, pelo contrário, pode demonstrar um cenário mais direcionado para uma possível correção no preço ou no tempo.”

Por fim, o suporte do IMOB está em 912.65 e, caso seja superado, o próximo estará em 867,58. Do lado inverso temos a região de resistência em 952.06 (1) e 1.127,93 (2). “Além de todos esses pontos temos também um índice de força relativa dentro de uma região de sobrevenda, trabalhando acima de 70 pontos”, finaliza.

IMOB: Confira os melhores desempenhos em 2023

Ativo Último (R$) Ano (%) Mês (%) 3 meses (%) 12 meses (%)
BRPR3 97,45 390,50 19,95 52,31 425,67
TEND3 11,53 173,22 0,26 102,99 116,32
CYRE3 21,89 73,31 8,74 43,00 75,05
MRVE3 12,85 69,08 11,06 68,19 40,50
TRIS3 5,56 68,47 0,00 78,87 52,91
LAVV3 7,5 63,68 6,23 40,44 89,20
EVEN3 6,87 50,00 0,88 44,33 45,41
ALSO3 24,47 47,98 -0,73 35,11 53,29

IMOB: Confira os menores desempenhos em 2023

Ativo Último (R$) Ano (%) Mês (%) 3 meses (%) 12 meses (%)
GFSA3 5,76 -41,82 -16,76 -5,11 -51,20
JHSF3 5,25 11,61 3,14 34,74 1,78
IGTI11 21,42 18,04 -4,46 6,87 16,72
MULT3 26,69 23,34 -3,54 3,84 14,55
DIRR3 19,62 25,45 -0,15 15,96 80,62
CURY3 15,9 28,27 -0,93 22,56 123,37
LOGG3 21,96 43,48 -6,11 30,40 25,02
EZTC3 19,34 44,82 4,99 28,87 15,18

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Rodrigo Petry

Coordenador de Projetos Editoriais. Atuou como editor de mercados e investimentos no InfoMoney, liderando o Ao Vivo da Bolsa e o IM Trader. Antes, foi editor-chefe do portal euqueroinvestir, repórter do Broadcast (Grupo Estado) e revista Capital Aberto. Também foi Gestor de Relações com a Mídia do ex-Grupo Máquina e assessor parlamentar.