Índice de ADRs brasileiros descola de Wall Street e sobe; veja desempenho dos ativos

Dados dos EUA são monitorados de perto pelos investidores; PIB e pedidos de auxílio desemprego geraram alívio para ativos brasileiros, mas grande indicador é o PCE na sexta

Equipe InfoMoney

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O índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR (BR20), que reúne as principais empresas brasileiras listadas na B3 com recibos de ações negociados nos Estados Unidos, descolou dos principais de Wall Street e fechou com ganhos de 0,67% a 18.108 pontos, puxado pelos ganhos de 1,4% e 1,7% dos papéis da Petrobras (PETR3;PETR4), apesar da baixa do petróleo. Mais cedo, o índice BR20 tinha chegado a subir mais de 1%.

A B3 esteve fechada nesta quinta-feira (30) por conta do feriado de Corpus Christi, reabrindo na sexta-feira (31). O EWZ, principal ETF brasileiro negociado no mercado americano, que replica o índice MSCI Brazil, teve ganhos de 0,52%, a US$ 30,03.

Na véspera, cabe ressaltar, o Ibovespa chegou ao menor patamar desde 13 de novembro de 2023, também com a diminuição das posições em Bolsa por conta do feriado.

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Os ADRs divergiram do movimento dos principais índices dos EUA, que registraram baixa. Dow Jones caiu 0,85%, muito por conta da forte queda de mais de 19% das ações da Salesforce após o balanço, enquanto o S&P500 caiu 0,58% e o Nasdaq teve baixa de 1,09%.

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A sessão passada já tinha sido de queda em Wall Street, à medida que os rendimentos do Tesouro perto do nível mais alto deste ano alimentam a preocupação com uma política monetária restritiva. Já nesta quinta, os yields recuaram, enquanto os investidores aguardavam os principais dados econômicos e seguiam de olho no estado da economia.

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O yield do Tesouro de 10 anos caiu mais de 7 pontos base, para 4,548%, para abaixo da marca de 4,6% que havia ultrapassado na quarta-feira pela primeira vez em cerca de um mês. O movimento ocorreu após a divulgação dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA e dos pedidos de auxílio desemprego, mas a cautela do mercado continua.

Confira o desempenho dos principais ADRs na sessão desta quinta:

TICKEREmpresaCOTAÇÃO (US$)
VARIAÇÃO (%)
AZULAzul5,544,14
PBR.APetrobras14,71,73
PBRPetrobras15,351,45
BBDBradesco2,51,21
EBREletrobras6,881,18
VIVTelefônica Brasil8,681,11
BSBRBanco Santander (Brasil)5,361,04
TIMBTIM Brasil15,850,96
ABEVAmbev2,220,91
ASAISendas Distribuidora12,090,83
SUZSuzano9,560,63
SBSSabesp14,40,42
ITUBItaú Unibanco6,070,33
GGBGerdau3,490,29
BRFSBRF3,690,27
CIGCemig1,90,26
SIDCSN2,530,2
ERJEmbraer28,110
CSANCosan10,620
VALEVale12,11-0,16

Agenda agitada dos EUA

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O PIB americano cresceu a uma taxa anualizada de 1,3% de janeiro a março, abaixo da estimativa prévia de 1,6% e notavelmente mais lento do que o ritmo de 3,4% nos últimos três meses de 2023. A revisão do crescimento no primeiro trimestre seguiu-se à recente fraqueza nas leituras das vendas no varejo e dos gastos com equipamentos. Uma medida da inflação durante o primeiro trimestre foi revisada para baixo, de 3,4% para 3,3%, o aumento trimestral mais rígido da pressão dos preços em um ano.

Já o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou na semana passada, mas o mercado de trabalho ainda mostra sinais de persistência. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram em 3.000 na semana encerrada em 25 de maio, para 219.000 em dado com ajuste sazonal, informou o Departamento do Trabalho na quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam 218.000 pedidos na última semana.

Ainda em destaque na agitada agenda americana, as assinaturas de contratos para compra de moradias nos Estados Unidos tiveram em abril a maior queda em três anos e o nível geral de atividade foi o mais baixo desde o início da pandemia de Covid-19 em 2020 em meio às taxas de juros altas, o que pende a balança para um cenário de queda de juros por lá e tende a animar os mercados emergentes.

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Mas é a pauta de sexta-feira que traz ansiedade, uma vez que está previsto o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida do Federal Reserve, que mantém o suspense sobre o rumo das taxas básicas.

O presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, disse hoje que o atual cenário da política monetária é o correto para ajudar a inflação a voltar para 2%, em comentários que não deram nenhuma pista de quando ele acha que o banco central poderá reduzir o custo dos empréstimos de curto prazo.

“O comportamento da economia no último ano fornece ampla evidência de que a política monetária é restritiva de uma forma que nos ajuda a atingir nossas metas”, disse Williams no texto de um discurso preparado para ser proferido em uma reunião do Economic Club of New York.

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(com Bloomberg e Reuters)