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SÃO PAULO – Entre os fundos de investimentos de ações, existem dois tipos que têm os principais índices acionários da bolsa brasileira como referência: os indexados e os ativos. Gestores consultados pela InfoMoney explicam as características e esclarecem as vantagens de cada um destes tipos de aplicações.
Os fundos chamados de “Ações Ibovespa Indexado” e “Ações IBrX Indexado” têm por objetivo acompanhar o comportamento do Ibovespa e dos índices IBrX-50 ou IBrX-100, respectivamente. “São fundos passivos, que tentam replicar a carteira teórica de cada um desses índices, com a menor volatilidade possível”, explica Herculano Alves, superintendente de gestão do Bradesco.
“No caso dos fundos indexados ao Ibovespa, a carteira é ponderada pela liquidez dos papéis, quanto mais líquido o papel maior o peso dele na carteira. No caso do IBrX, a carteira é ponderada pela capitalização da empresa em bolsa”, completa Alexandre Silvério, superintendente de gestão do Santander.
O fundo passivo tem um portfólio que seleciona as ações na mesma proporção da carteira teórica do índice, uma estratégia que visa proporcionar ao cotista a mesma rentabilidade do índice de referência. Alves ainda revela que a gestão do indexado lança mão de comprar contratos futuros de Ibovespa para fazer caixa e assim ajudar na gestão da carteira, minimizando custos.
Ativos
Por sua vez, os fundos de caráter ativo, “Ações Ibovespa Ativo” e “Ações IBrX Ativo”, tem como meta superar em rentabilidade as variações dos índices, explica Basilio Ramalho, gestor de renda variável do Unibanco.
“O gestor tem como benchmarck estes dois índices e, através de uma seleção, com seu modelo de avaliação, ele escolhe uma carteira que possa performar acima do índice”, completa Silvério do Santander.
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“O gestor pode escolher papéis fora dos índices, sendo que a característica principal é ter o índice como referência. Mas é muito mais comum que ele tenha uma alocação maior em ações que fazem parte do índice”, detalha Silvério.
Sendo assim, o investidor deve estar atento às qualidades da instituição que vai fazer a gestão dos recursos, recomenda Ramalho, do Unibanco, que adiciona “ao investir num fundo ativo, o que se compra é a capacidade do gestor”.
Perfil do investidor
“Sem dúvida o investidor deve visar o longo prazo, pois um horizonte de investimento superior a dois anos é vantajoso na bolsa”, considera Silvério, do Santander. Além disso, a própria abordagem da gestão confere a estas categorias de fundos um imperativo de aplicação com prazos alongados. “Mantemos a posição por bastante tempo, até pelo nosso volume sob gestão, que não nos permite fazer investimentos mirando prazo muito curto”, revela Alves, do Bradesco.
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“Comparando um tipo de fundo com o outro, o ativo normalmente é mais arriscado justamente pela liberdade que o gestor tem para superar o índice”, julga o gestor do Santander.
Vantagens
“Num horizonte grande, independente de fases negativas, a bolsa costuma ganhar da renda fixa”, avalia Silvério, replicando a opinião dos demais gestores consultados pela InfoMoney.
“No caso do fundo indexado, o investidor pode saber quanto vai ser a rentabilidade, pois vai ser exatamente a do índice”, diz Ramalho.
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“No ativo, ao selecionar um gestor que consiga produzir um ganho consistente, acima do benchmarck, o investidor tem um ganho adicional. É claro que o risco é maior, pois se o gestor não acertar, o rendimento pode ser abaixo”, julga Silvério.
Na comparação de um fundo ativo com os demais tipos que investem em ações, Ramalho, do Unibanco, acredita que a vantagem esteja na diversificação. “Quando o investidor aposta num fundo setorial ou de small caps, ele precisa ter intimidade com estes segmentos, já num fundo que tem como base o índice ele pode ter mais segurança em acompanhar o desempenho”.