Incêndio em canavial paralisa usina da Raízen (RAIZ4) em Sertãozinho

As chamas atingiram parte do estoque de biomassa da unidade, equipamentos da companhia e Área de Preservação Permanente (APP)

Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) -Um incêndio de grandes proporções atingiu na quinta-feira um canavial próximo da usina Santa Elisa, da Raízen (RAIZ4), em Sertãozinho (SP), importante polo produtor de cana-de-açúcar do Brasil, obrigando a companhia a paralisar as operações, de acordo com nota divulgada pela empresa nesta sexta.

A Raízen, maior processadora global de cana, informou ainda que não houve vítimas.

As chamas atingiram ainda na quinta-feira parte do estoque de biomassa da unidade, equipamentos da companhia que estavam na área de plantação e Área de Preservação Permanente (APP).

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A Raízen não detalhou que tipo de maquinário foi pego pelo fogo, mas ressaltou que o incêndio não atingiu o parque industrial.

A Raízen informou nesta sexta-feira que o incêndio de origem ainda desconhecida chegou a ser extinto na véspera.

“Contudo, novos focos surgiram hoje (23/08) na mesma área onde foi realizado o rescaldo. A equipe de combate a incêndios segue atuando com todos os recursos para a extinção e não propagação do fogo”, afirmou.

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A companhia afirmou que as áreas administrativas do Bioparque Santa Elisa funcionam normalmente, e a “atividade industrial será retomada assim que estiver seguro para seus funcionários”.

O tamanho da área atingida pelo incêndio não foi divulgado. A empresa também não divulga a capacidade de moagem e produção de etanol e açúcar de suas unidades.

A companhia projeta processar entre 82 milhões e 85 milhões de toneladas de cana na temporada 2024/25, ciclo no qual opera com 30 unidades de um total de 35 — cinco estão hibernadas.

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A Raízen esclareceu que não pratica a queima de cana e que cumpre a legislação vigente, que determina a eliminação do uso do fogo na colheita de cana no Estado de São Paulo.

Diferentemente do que ocorria no passado, o setor utiliza máquinas para colher cana, dispensando o uso da queima.

A companhia alertou que é preciso cuidado, já que o tempo seco, altas temperaturas e fortes ventos também podem contribuir para o alastramento de incêndios.

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A região de Sertãozinho registra baixa umidade e fortes rajadas de vento, o que facilita a propagação do fogo, segundo a Raízen.

Informações publicadas no portal especializado Novacana indicam que os incêndios em canaviais atingiram outros municípios paulistas nesta semana, como Ibitinga, Dumont e Pitangueiras.

Procurada, a consultoria Datagro afirmou que seus agrônomos que percorrem as regiões produtoras de cana têm reportado aumento nos casos de incêndio “devido à seca, e alguns casos também devido à ação criminosa”.

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Segundo a Datagro, dependendo da fase em que se encontra o canavial, o fogo pode resultar em perdas.

Em caso de áreas já colhidas, o incêndio pode atrapalhar a rebrota da cana, mas esses casos são menos comuns do que os incêndios em áreas a serem colhidas, segundo a Datagro.

Se um canavial está pronto para ser colhido, a matéria-prima ainda pode ser processada.

No combate ao fogo na usina de Sertãozinho, além do Corpo de Bombeiros, trabalharam as brigadas, caminhões pipa e veículos de intervenção rápida do Bioparque Santa Elisa e de outras unidades da Raízen.