Identidade e cenário desafiador: os motivadores para duas corretoras unirem forças

Com a fusão da Rico e da DirectaInvest, a Octo e a CGD esperam aumentar os ganhos de escala e reduzir os custos, assim como seguir com foco no cliente, conforme destacaram em entrevista ao InfoMoney

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um mercado que vem sofrendo dificuldades nos últimos tempos, transformar-se é essencial. É neste sentido que ocorre a fusão das operações da Rico, plataforma de investimentos da Octo CTVM e o DirectaInvest, homebroker da CGD Securities.

Com essa união, as instituições esperam aumentar os ganhos de escala e reduzir os custos, assim como seguir com foco no cliente aumentando o portfólio de investimentos e alternativas para eles. É o que destacam Monica Saccarelli, sócia da Octo CTVM, e Henrique Cabral Menezes, diretor-presidente do Banco Caixa Geral. 

Conforme ressalta Cabral Menezes, houve dois motivadores para que ocorresse essa união, anunciada nesta segunda-feira. O primeiro, “a identidade cultural das duas corretoras, que possuem uma abordagem semelhante, com uma cultura focada no cliente”. 

Em segundo lugar, está a conjuntura atual para as corretoras, com a queda da participação de pessoas físicas; com isso, a tendência é buscar a consolidação de forma a maximizar os resultados. Além da necessidade de consolidação e da identidade de cultura, Monica ressaltou ainda a importância da CGD Securities, maior grupo financeiro português, com presença em todos os países de língua portuguesa.

Para os clientes, no curto prazo, aponta Monica, pouca coisa muda, uma vez que as duas plataformas ainda vão passar por uma fase de integração. Já para Cabral Menezes, o foco no curto prazo será a consolidação, mas não fecha as portas para novos movimentos de consolidação no mercado. 

Assim, se por um lado, o posicionamento das duas corretoras será bem melhor com uma base mais extensa de clientes – 90 mil -, por outro, haverá o oferecimento de mais produtos. Conforme ressalta Cabral Menezes, a união de forças levará à redução de custos, ganhos de escala e investimentos de forma mais eficiente. A união tem como estratégia o crescimento das companhias, colaborando com a consolidação do mercado.

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“Estamos otimistas com essa união entre a Rico e o DirectaInvest. Ambas têm uma forte atuação e, certamente, contribuirão ainda mais com o desenvolvimento de nosso mercado, que tem espaço para atrair um consistente número de novos investidores”, destacou Monica.

A gestão das operações da Rico e do DirectaInvest será liderada pela equipe executiva da Octo CTVM, procedimento que será mantido também após a conclusão da aquisição. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.