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O Ibovespa chegou a abrir em alta mas, pouco antes do meio dia, passou a registrar queda e por volta das 13h cai 0,60%, aos 104.208 pontos. O principal índice da bolsa brasileira recua acompanhando a curva de juros, que sobe em bloco, e também impactado por falas originadas em Brasília.
No primeiro caso, os contratos DI avançam, em parte, pelo fato de o Banco Central ter, em seu Boletim Focus, aumentado a expectativa de inflação para 2023 de 3,38% para 3,41%. O DI com vencimento em fevereiro de 2023 sobe 68 pontos-base, a 11,86%. O para fevereiro de 2025 tem alta de 222 pontos-base, para 10,84%. Já o DI com vencimento no segundo mês de 2029 sobe 177 pontos, para 10,90%.
Além disso, pesa também o fato de o documento ter trazido, mais uma vez, uma redução das expectativas para o PIB neste ano, com a projeção saindo de 0,42% na última semana para 0,36%. Cada vez mais há a ameaça de, então, um cenário de estagflação.
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Além do Focus, o Ibovespa é impactado também por conta de novas ameaças fiscais. O líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), defendeu em entrevista ao Valor Econômico a revisão do teto de gastos. Segundo ele, há um “excesso de arrecadação”, explicado em grande parte pelo avanço do comércio eletrônico, que o governo precisa gastar.
Entre outros pontos, Barros defendeu maiores gastos para a tragédia na Bahia e uma boa remuneração para o funcionalismo público, classe que vem ameaçando greve nas últimas semanas, buscando reajustes salariais.
“Há um sinal claro de alta do risco Brasil, que foi motivada pelas falas do líder do governo. Há, entretanto, também renovadas apostas de uma maior alta da Selic para conter a inflação”, comentou Henrique Esteter, especialista de mercados do InfoMoney.
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A curva de juros em alta derruba, principalmente, companhias do varejo, que têm seus faturamentos muito associados ao acesso ao crédito. Carrefour (CRFB3), Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) estão entre as piores quedas, recuando, respectivamente, 6,16%, 6,10% e 5,12%.
Fora isso, investidores monitoram ainda no cenário interno a notícia de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, foi internado com obstrução intestinal e os rumores de que Sergio Moro pode desistir de sua corrida à presidência caso ela não decole para buscar uma vaga no Senado.
O dólar comercial avança 1,74%, a R$ 5,672 na compra e a R$ 5,673 na venda.
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Nos EUA, perspectiva de alta de juros pesou momentaneamente em índices
Os EUA tiveram, mais cedo, a publicação de seu PMI Industrial de dezembro, que teve leitura de 57,7, pouco aquém do consenso de 57,8, mas ainda demonstrando crescimento. Momentaneamente, os principais índices americanos chegaram a perder força e flertar com uma queda, por conta da alta dos yields pagos pelos títulos do tesouro, mas logo o movimento se desfez.
Às 13h, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq sobem, na sequência, 0,17%, 0,25% e 0,82%.
Nem mesmo a notícia de que a China não cumpriu metas de um acordo realizado com os EUA em 2020, quando Donald Trump ainda era presidente, em meio a uma guerra comercial, e com o país batendo recorde de infectados em um dia (400 mil, no sábado), derrubaram as bolsas.
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“Analistas acreditam que Joe Biden não irá escalar as tensões com a China. A Casa Branca pode reestabelecer algumas tarifas, mas o tiro pode sair também pela culatra, com a China reduzindo compras dos EUA ou reduzindo a entrada de empresas americanas em seu território”, comentou Esteter. “É claro que se não há punição, há abertura de precedentes. Não acho que não haverá resposta”.
Quanto à covid-19, a interpretação é a mesma que já circula há algum tempo: apesar do aumento dos infectados, o número de mortos não acompanha. Na África do Sul, país até então apontado como berço da nova variante Ômicron, o governo aboliu no sábado o toque de recolher por conta da baixa letalidade e da queda dos casos.
As bolsas europeias que estão abertas – o Reino Unido ainda está no feriado de ano novo – vão no mesmo caminho. DAX, da Alemanha, sobe 0,89%. CAC 40, da França, 0,91%. STOXX 600, de todo o continente, 0,44%.
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