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Ibovespa tem nova alta de 0,27% após atingir ‘bull market’; dólar cai a R$ 4,86

Alta moderada foi sustentada por ações da Petrobras e Bolsas nos EUA, que operaram à espera pela decisão do Federal Reserve

Mitchel Diniz

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O Ibovespa fechou em alta pelo sétimo pregão consecutivo, renovando sua pontuação máxima no ano. O índice acumula valorização em todas as sessões do mês de junho e opera em bull market – a pontuação alcançada nesta segunda-feira (12) é quase 21% maior que à mínima do ano, de 96.997 pontos, registrada no último dia 23 de março. As Bolsas em Nova York também fecharam em terreno positivo, às vésperas da decisão sobre juros nos Estados Unidos, o que foi mais um suporte para o índice de de referência do mercado acionário brasileiro.

“Isso tudo é a precificação de possível manutenção de taxa de juros nos EUA e futuramente um primeiro corte, depois de muito tempo, na nossa taxa Selic”, explica Leonardo Santana, analista da Top Gain.

No boletim Focus desta segunda, as projeções para a inflação de 2023 e 2024 voltaram a cair e estimativa do PIB para 2023 subiu a 1,84%. “A gente está vendo os agentes de mercado recalibrando expectativas, o que é um ponto positivo”, diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

A alta da Bolsa brasileira hoje foi moderada, visto que uma das empresas de maior peso do índice, a Vale (VALE3), amargou perdas de mais de 1% na sessão. Foi um dia de baixa para as commodities, tanto o minério de ferro quanto o petróleo terminaram o dia no vermelho.

“A gente tem visto o mercado começar a precificar uma desaceleração da economia global e as commodities são bem pressionadas por isso”, explica Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos. “O mercado aguardava a reabertura chinesa com ímpeto e não foi o que aconteceu”.

Mesmo com os preços do petróleo recuando cerca de 4% no mercado internacional hoje, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) destoaram de outras companhias do setor e obtiveram ganhos, ajudando a Bolsa a emplacar mais uma sessão positiva.

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O otimismo com a companhia tem aumentado. Após o Morgan Stanley ter elevado na semana passada a recomendação para os ADRs (American Depositary Receipts, os recibos de ações da companhia negociados na Bolsa de Nova York), desta vez o JPMorgan elevou a recomendação para os ativos para equivalente à compra.

Assim, o Ibovespa encerrou a sessão com alta de 0,27%, aos 117.336 pontos. É a maior pontuação de fechamento do índice desde o início de novembro do ano passado. O giro financeiro do dia ficou em R$ 28,6 bilhões.

“Na continuidade do bom humor do mercado e após romper os 115 mil pontos, o Ibovespa se mantem animado para buscar sua próxima resistência – aparentemente seu alvo fica nos 120 mil pontos”, afirma Alex Carvalho, analista da CM Capital.

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Segundo ele, ações como Azul (AZUL4), Yduqs (YDUQ3) e Cury (CURY3) se valorizaram bastante no último mês e chegaram em regiões de realização de preço. “Neste sentido, podem começar surgir correções de curto prazo, o que ainda não descaracteriza o cenário altista”, afirma Carvalho.

Para Alessandro Nishimura, economista da Nomos, “os motivos que trouxeram o índice para os 117 mil pontos parecem já precificados, sendo necessários fatos novos para buscar maiores patamares”.

O dólar acompanhou o movimento externo de desvalorização e terminou o dia um pouco mais distante do patamar de R$ 5. O dólar comercial recuou 0,19%, a R$ 4,866 na compra e R$ 4,867 na venda, renovando a mínima em mais de um ano.

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Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,56%, aos 34.067 pontos; o S&P subiu 0,94%, aos 4.339 pontos
e Nasdaq fechou com alta de 1,53%, aos 13.461 pontos. “A gente vai ter o mercado talvez mais de lado se não tiver nenhuma grande movimentação de notícia até quarta-feira, quando sai decisão do Banco Central dos Estados Unidos”, diz Guilherme Paulo, da Manchester.

A semana também vai ser marcada pela decisão de política monetária do Banco Central Europeu, na quinta-feira, com uma expectativa de uma nova alta nos juros do bloco econômico.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados