Ibovespa salta 2,5% e renova máxima histórica, acima dos 118 mil pontos, no 1º pregão do ano; dólar sobe 0,3%

Notícias de acordo comercial entre EUA e China e medidas do gigante asiático animaram primeira sessão do ano

Lara Rizério

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – 2020 mal começou e já é memorável para o Ibovespa, que renovou máxima histórica ao superar os 118 mil pontos, seguindo a mesma toada positiva que permeou boa parte de 2019 e fez o índice subir 31,58% no último ano. O índice fechou em alta de 2,53%, a 118.573 pontos, renovando máxima histórica pela conjunção de um cenário mais positivo no exterior e também no Brasil. O volume negociado foi de R$ 20,86 bilhões.

Já o dólar, após abrir em queda, virou para ganhos acompanhando o fortalecimento da moeda americana no exterior, após pedidos de seguro desemprego nos EUA caírem ao menor nível em quatro semanas. A divisa americana comercial fechou em alta de 0,32%, a R$ 4,0249 na compra e R$ 4,0258 na venda. Já o contrato futuro do dólar com vencimento em fevereiro de 2020 tem alta de 0,12%, a R$ 4,029.

Os juros futuros, que tiveram uma sessão de volatilidade, acabaram fechando em leve queda. O contrato futuro com vencimento em janeiro de 2021 teve queda de 3 pontos-base, a 4,53%, enquanto com vencimento em janeiro de 2023 teve baixa de 1 pontos, a 5,78%.

Vale destacar ainda que o CDS (considerado seguro-calote) recuou pelo 6º dia, para menos de 97 pontos, testando novas mínimas abaixo de 100 pontos, em um movimento que pode refletir a expectativa de que o País possa ter seu rating elevado este ano.

Em meio a esse cenário e com perspectivas positivas para a economia e para a bolsa brasileira com um cenário de juros baixos (analistas projetam o índice acima de 130 mil pontos ao final do ano), a sessão foi de fortes ganhos, com ações de empresas ligadas a commodities e bancos registrando forte alta.

Ainda no noticiário do Brasil, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 46,674 bilhões em todo ano de 2019, informou nesta quinta o Ministério da Economia. O resultado representou uma queda de 19,6% frente 2018 – quando as exportações superaram as compras do exterior em US$ 58,033 bilhões (valor revisado).

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Já entre as ações, destaque para a B3 (B3SA3), com a notícia de redução de tarifas de olho no pequeno investidor. As ações têm forte alta nesta sessão.

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No cenário internacional, o grande destaque ficou para as notícias vindas da China. O BC chinês anunciou ontem que reduzirá o compulsório dos bancos a partir do dia 6 para aumentar a liquidez na economia local, que parece estar recuperando a confiança.

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O PMI industrial da China de dezembro, divulgado na madrugada de hoje, saiu positivo aos 51,5 pontos, mas inferior ao de novembro.

Ainda sobre o país, o presidente americano Donald Trump disse que quer assinar a primeira fase do acordo comercial com o gigante asiático no dia 15 e poderá visitar Beijing em data posterior para discutir a segunda fase, informa a CNBC News.

No mercado de commodities, o petróleo WTI se sustenta em torno de US$ 61 pela 6ª sessão seguida com persistência das tensões no Oriente Médio. Enquanto isso, o minério de ferro avança 1,39% na bolsa de Dalian, na casa dos US$ 94, repercutindo a medida do PBOC gerando otimismo sobre demanda; cobre e níquel sobem em Londres

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Noticiário corporativo

Além da B3, outras empresas são destaque nesta sessão. A Natura & Co Holding informou ontem (1) que começará a negociar suas ações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) em 6 de janeiro. Segundo a empresa, já foram obtidas autorizações da SEC, a comissão de valores mobiliários do governo americano, e na própria NYSE.

Já a Petrobras comunicou ao mercado que a petrolífera Petronas da Malásia pagou os R$ 2,8 bilhões restantes do acordo da venda de 50% dos seus campos de Tartaruga Verde e bloco III de Espadarte.

Com a venda de ativos nos outros países da América do Sul, de poços nas bacias da região Nordeste, da petroquímica Braskem e da distribuição de gás natural, além de todas as refinarias fora do eixo Rio-São Paulo, a Petrobras se prepara para ser uma empresa mais enxuta na década de 2020, analisa matéria de hoje do jornal Valor Econômico.

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Segundo estimativas, o objetivo da Petrobras é levantar entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões nos próximos anos, para reduzir a dívida bruta dos US$ 88 bilhões atuais para menos de US$ 60 bilhões em 2021. A estratégia deverá aumentar a distribuição de dividendos.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.