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Ibovespa sobe 2,70% e vai aos 118 mil pontos com exterior, Copom e cenário de juros nos EUA; dólar desce 1,54%, a R$ 4,89

Mercados reagem positivamente à anúncio de payroll abaixo do esperado

Camille Bocanegra Rodrigo Petry

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O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (3) com alta de 2,70%, aos 118.159 pontos, puxado pelo sentimento positivo que reverberou no mercado hoje, com os dados de emprego nos EUA (payroll), bem como pelas repercussão da decisão de juros do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).

Durante o dia, o Ibovespa renovou suas máximas da sessão indo aos 118,5 mil pontos, por volta das 15h30, com ganhos de 2,83%, em sessão de alta generalizada na Bolsa. Apenas um papel do Ibovespa caiu: Suzano (SUZB3), com menos 0,56%, influenciado pela desvalorização do dólar.

Assim, nesta semana, o Ibovespa alcançou uma alta de 4,29%. No ano, os ganhos somam 7,68%.

Ibovespa dispara

Entre as razões que impulsionara o Ibovespa hoje estiveram o ajuste à valorização das bolsas americanas desta quinta-feira, 2 – quando a B3 ficou fechada –, neste caso, como reflexo das falas de Jerome Powell, na quarta, que foram interpretadas como mais suaves (dowish) em relação aos próximos passos do Fed, sobre decisões de juros.

O outro motivo foi a divulgação, nesta manhã, dos dados de emprego nos EUA, o payroll. Os números vieram abaixo do projetado pelo consenso do mercado. A previsão era pela criação de 180 mil vagas e uma taxa de desemprego estabilizada, mas houve a geração de 150 mil vagas de emprego.

Isso significou, basicamente, que, com a criação de menos vagas de emprego, a economia dos EUA mostrou mais sinais de desaceleração. Dessa forma, a leitura, entre os analistas, é de que ocorra uma menor pressão em relação à inflação, o que amplia a probabilidade de que o aperto monetário (alta de juros) nos EUA possa ter chegado ao seu término.

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Enquanto isso, no front interno, os investidores se posicionam após o novo corte da Taxa Selic, na quarta-feira, após o fechamento do mercado. Além do corte, a sinalização, por parte do Copom, é de que novas quedas de 0,5 ponto porcentual, nas próximas reuniões, estão contratadas. Por fim, a reforma tributária vem avançando.

“A abertura já estava desenhada para ser positiva depois das fortes altas das ADRs (brasileiras) em Nova York ontem. Aí tivemos o ‘payroll’ mais fraco, levando à queda das taxas de juros internacionais e contribuindo para uma segunda pernada de alta”, disse Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.

Ibovespa sobe apoiado por exterior

Os índices principais índices acionários de Wall Street fecharam com alta, dando sequência aos ganhos da véspera. Dow Jones se valorizou 0,67%, S&P 500 cresce 0,95% e Nasdaq sobe 1,37%. O movimento confirmou a melhor semana de 2023 para os mercados de NY.

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No mercado de Treasuries, os retornos dos títulos deram trégua após a decisão do Fomc. Colaborou com as altas dos mercados acionários nos EUA a queda dos rendimentos dos Treasuries, com o título de 10 anos recuando 0,092 pontos-base, a 4,577%; e o de 2 anos com retorno caindo 0,13 bps, a 4,845%.

De acordo com a CME Fed Watch, as apostas na manutenção de juros estáveis na reunião de dezembro subiram. A ferramenta aponta 95,4% de chance de manutenção, com 4,6% ainda prevendo uma alta adicional de 0,25 ponto percentual em 13 dezembro. Não há apostas em altas maiores, nem tampouco em cortes para 2023.

“Com os dados positivos, juros e dólar caíram bem hoje. A possibilidade de queda de juros por lá, ainda que só em 2024, colabora para esse cenário. Juros aqui também acompanharam a queda das Treasuries. Outro fator para a nossa queda de juros aqui é o otimismo causado pela decisão do Copom na última quarta, que diminuiu a Selic em 0,50 pontos percentuais, mostrando uma continuidade do ciclo de queda de juros”, comentou Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco.

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As taxas de juros futuros também permaneceram em queda durante todo o dia e assim encerraram a sexta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,84%, ante 10,90% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,62%, ante 10,79% do ajuste anterior.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,78%, ante 10,93%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,03%, ante 11,17%.

Ademais, o dólar seguiu trajetória de queda ao longo da sessão, cedendo 1,54%, a R$ 4,89, no fechamento. O DXY, que demonstra a força da divisa perante cesta de moedas, desceu 0,96%.

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Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta sexta-feira, após o início do dia ser marcado por alta.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro fechou em queda de 2,4% (US$ 1,92), a 80,51 o barril. Enquanto isso, o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 2,4% (US$ 1,95), a US$ 84,89.

Corte da Selic ajuda Bolsa

O Rabobank estima que o BC reduzirá a taxa para 11,75% até o fim de 2023 e para 9,25%, até o término do ano que vem. “Mas agora acreditamos que há um viés de alta em nossa previsões para o final de 2024, com base no aumento dos riscos fiscais e externos”, escreveram, em relatório.

Além do corte da Selic, analistas da Nomos ressaltam ainda que há avanço da pauta econômica. “A Bolsa está andando e o governo tem acelerado algumas medidas que poderão aumentar a arrecadação, mas sem impactar a inflação”, diz a economista e head de investimentos internacionais da Nomos, Bruna Allemann.

Apesar dos ruídos provocados em torno da meta fiscal recentemente, a economista pondera que o assunto pode não ter mais tanta influência desfavorável no mercado.

“A alta foi generalizada, mas os destaques foram de ações de empresas sensíveis aos juros, como as varejistas e construtoras, que foram influenciadas pela queda dos juros futuros no mercado interno e pelo bom humor generalizado após dado de emprego (payroll) mais fraco nos EUA”, destaca Nishimura sobre o panorama de hoje.

Entre as maiores altas do dia, estiveram Casas Bahia (BHIA3), com avanço de 17,39%, cotada a R$ 0,54 e Vamos (VAMO3), com alta de 14,50%, a R$ 9,08.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)