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Ibovespa sobe 1,11%, com ajuda de exterior e bancos; dólar fecha quase estável, a R$ 4,87

Corte de impostos na China e dados de crédito melhores do que o esperado foram destaques do pregão segundo analistas

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 1,11% a sessão desta segunda-feira (28), aos 117.120 pontos, acompanhando, majoritariamente, notícias provindas do exterior – mas com ajuda também das instituições financeiras brasileiras.

Hoje, as companhias do setor de commodities fecharam em alta, puxadas pela China. O país asiático anunciou que cortará impostos das negociações de ações, tentando estimular seu mercado de capitais.

“Trazer um corte de imposto para a compra de ações, depois de termos aqueles rumores de que eles estão incentivando os fundos a não venderem ações, foi algo bem visto. Os mercados asiáticos chegaram a ter uma abertura muito forte, fecharam em patamares não tão elevados, mas de qualquer maneira espalhou-se um otimismo visto também nos EUA e na Europa”, comenta Gustavo Cruz, Estrategista Chefe da RB Investimentos.

Os papéis ordinários da Vale (VALE3) subiram 1,43%,  os ordinários e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4), 1,03% e 1,13%. As ações ON da Minerva (BEEF3), Marfrig (MRFG3) e da BRF (BRFS3) se destacaram dentro do Ibovespa, com mais 4,21%, 3,54% e 2,66%, respectivamente.

Fora a China, as Bolsas também fecharam no verde nos Estados Unidos. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,62%, 0,63% e 0,84%.

Os treasuries yields recuaram, após subirem na última sexta com as falas do presidente do Federal Reserve Jerome Powell em Jackson Hole. Ele sinalizou enxergar um crescimento econômico contínuo e fortes gastos dos consumidores no país, mas também indicou que irá “proceder com cuidado” com aumentos adicionais das taxas, apesar de não descartá-las. Os rendimentos dos títulos para dez anos perderam 2,9 pontos-base, a 4,21%.

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“Mesmo com as declarações de sexta, acredito que já foi virada a página e que o mercado está de olho no Payroll, no PCE (índice de preços de gastos com consumo, na sigla em inglês) e na segunda leitura do PIB brasileiro”, fala Cruz.

No Brasil, as ações dos bancos também foram destaques no Ibovespa. As preferenciais do Itaú (ITUB4) subiram 3,39%, as do Bradesco (BBDC4), 3,24% e as ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3), 2,88%.

“As ações dos bancos são destaques de alta, de olho na divulgação dos dados de crédito mais positivos divulgados mais cedo pelo Banco Central (BC), principalmente de inadimplência. Enquanto isso, as siderúrgicas e metálicas se apoiam na redução pela metade do imposto sobre as transações no mercado acionário chinês”, colabora Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

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A curva de juros brasileira respondeu aos fatores externos e internos, apesar de algumas falas do presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, terem impulsionado os rendimentos, e fechou majoritariamente com tendência de queda. Os DIs para 2024 ficaram estáveis nos 12,41%, mas os contratos para 2027 e 2029 perderam três e quatro pontos, a 10,20% e 10,66%. As taxas dos DIs para 2031 foram a 10,94%, com menos seis pontos.

Em evento promovido pela Warren, Campos Neto reiterou que a leitura do IPCA-15, divulgado na última sexta, não foi muito boa. O dado subiu mais do que o esperado pelo mercado em agosto sob pressão dos custos da energia elétrica, com a taxa em 12 meses voltando a superar os 4%. Fora isso, defendeu também que a barra para o fiscal brasileiro teria subido.

Por fim, o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória que prevê a cobrança de 15% a 22,5% sobre rendimentos de fundos exclusivos (ou fechados), também conhecidos como fundos dos ‘super-ricos’, e o envio do Projeto de Lei que tributa o capital de residentes brasileiros aplicado em paraísos fiscais (Offshores e Trusts).

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O dólar ficou estável, com queda de 0,01%, a R$ 4,874 na compra e a R$ 4,875 na venda.