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O Ibovespa fechou em alta de 0,95% nesta segunda-feira (20), aos 125.957 pontos, em seu maior patamar desde o fim de julho de 2021 (desta vez, desde o dia 28 daquele mês). Em dia de feriado em boa parte das cidades brasileiras, dedicado à Consciência Negra, o benchmark nacional acompanhou majoritariamente o que foi visto no exterior.
Nos Estados Unidos, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,58%, 0,74% e 1,13%. Após abrirem próximas da estabilidade, os índices passaram a subir por volta das 13h (horário de Brasília) e, no meio da tarde, ganharam força.
Alan Martins, analista da Nova Futura Investimentos, explica que o que gerou um pouco mais de otimismo, por lá, foi um leilão de treasuries com vencimento em 20 anos.
“Vieram na taxa mínima oferecida e, com isso, tivemos um movimento de fechamento das curvas. Yields de títulos de cinco, dez e 20 anos caíram”, explica o especialista.
Com investidores aceitando os títulos da dívida americana na menor taxa ofertada, a curva de juros por lá recuou em bloco. Os títulos para dez anos perderam dois pontos-base, a 4,422%, no menor patamar desde o começo de setembro.
O dólar, com isso, perdeu força mundialmente. O DXY, que mede a força da divisa americana frente a outras de países desenvolvidos, perdeu 0,43%, aos 103,47 pontos. Frente ao real a queda foi de 1,10%, a R$ 4,851 na compra e a R$ 4,852 na venda.
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No Brasil, a curva de juros foi na mesma toada. Os DIs para 2025 perderam 2,5 pontos-base, a 10,48%, bem como os para 2027, que foram a 10,33%. As taxas dos contratos para 2029 e 2031 recuaram, respectivamente, três e quatro pontos, a 10,74% e 10,95%.
“Houve aí um fator de impulsão após esses resultados dos títulos, mas eu colocaria um foco muito grande sobre esse fluxo de estrangeiro que já vem desde o início do mês”, acrescenta o especialista. “No mês já temos uma entrada de R$ 8,6 bilhões, o que traz movimentos mais fortes de compra para a bolsa. A bolsa brasileira com grana é uma outra bolsa”.
Pelo fim do dia, a notícia de uma possível mudança no comando da Petrobras (PETR3;PETR4) chegou a mudar um pouco os ânimos do índice. Logo após, no entanto, o ministro-chefe da Casa Civil Rui Costa afastou os rumores em rede social.
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Os rumores, no entanto, foram suficientes para fazer as ações ordinárias da estatal fecharam em queda de 0,33%, enquanto as preferenciais ficaram estáveis. Ambas, no entanto, não acompanhando a alta do barril Brent, de 1,77%, a US$ 82,04.
“Acredito que alta do petróleo seja explicada, ainda, pelas expectativas de cortes de produção da OPEP+”, falou Bruno Madruga, sócio e head de renda variável da Monte Bravo, ao destacar o peso das commodities no Ibovespa no pregão desta segunda.
“Já a tonelada do minério de ferro na Ásia negocia acima dos US$ 130, com uma boa recuperação. Há expectativas de mais ainda, por conta de estímulos do governo chinês para o setor imobiliário”, acrescenta.
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As empresas deste último setor fecharam em alta acompanhando a commodity. Além disso, o Bank of America, em relatório, elevou suas recomendações para três papéis do setor: as ações ordinárias da CSN (CSNA3) ganharam 9,49%, as da Vale (VALE3), 2,45% e as preferenciais série A da Usiminas (USIM5), 2,11%.
A melhor perspectiva para os produtos não manufaturados, junto com o recuo dos treasuries yields, ajuda a explicar, além da alta do Ibovespa, também a valorização do real – uma vez que a valorização dos seus preços ajuda a balança comercial brasileira.