Ibovespa renova mínimas com alta nos rendimentos dos Treasuries; Petrobras sobe

Nos Estados Unidos, os Treasuries reagiam a dados da economia norte-americana que reforçaram a incerteza em torno do ritmo e do momento do ciclo de flexibilização pelo Federal Reserve, esperado para começar este ano

Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa recuava nesta terça-feira, revertendo o sinal mais positivo da primeira etapa da sessão, conforme os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos passaram a subir, enquanto Petrobras (PETR4) ainda era um contrapeso positivo relevante.
Às 15h35, o Ibovespa cedia 0,69%, a 123.638 pontos, após chegar a 125.392 pontos na máxima.
Nos Estados Unidos, os Treasuries reagiam a dados da economia norte-americana que reforçaram a incerteza em torno do ritmo e do momento do ciclo de flexibilização pelo Federal Reserve, esperado para começar este ano.
O título de dez anos marcava 4,5281% nesta tarde, de 4,473% na véspera e 4,445% na mínima do dia, mais cedo, com uma das divulgações da sessão mostrando uma melhora inesperada na confiança do consumidor norte-americano em maio.


No mercado acionário, o S&P 500 rondava a estabilidade, enquanto o Nasdaq trabalhava no azul e o Dow Jones, no vermelho.
Mais cedo, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, reforçou o tom cauteloso recente de membros da autoridades monetária dos EUA ao afirmar que o BC deve esperar um progresso significativo na inflação antes de cortar os juros.
O declínio no principal índice da bolsa paulista era atenuado pelo desempenho robusto das ações da Petrobras, com as preferenciais avançando 2,7% e as ordinárias valorizando-se 1,73%.
Além da alta do petróleo no mercado externo, também eram analisadas declarações da nova presidente-executiva da Petrobras, Magda Chambriard, que disse na véspera que a política de preços de combustíveis da estatal seguirá “abrasileirada”.
A executiva, que tomou posse na sexta-feira passada, lembrou que a Petrobras é uma empresa de economia mista, que será “perfeitamente” capaz de dar retorno a acionistas privados ou à União, que é a controladora.
Ao ser questionada sobre a remuneração ao acionista, Chambriard disse que trabalhará para isso. “Se tem lucro, vai ter lucro, vamos ter dividendos; queremos ter lucro, queremos ter dividendos”, afirmou.
Para analistas do BTG Pactual, em muitos aspectos, ela sugeriu uma estratégia em que a coerência econômica prevalecerá e os investimentos em negócios que vão além do principal motor de valor da empresa (a montante) não sacrificarão a rentabilidade.
“Mas reconhecemos que a percepção de risco está maior do que há alguns meses, e que os investidores devem ficar atentos aos temas relativamente novos levantados por ela”, ponderaram Pedro Soares e equipe em relatório a clientes.
Eles afirmaram que continuam “compradores” de Petrobras.
“Mesmo assumindo potenciais fusões e aquisições e sem dividendos extraordinários — um cenário que parece improvável –, os rendimentos de dividendos de 11% em 2024 e 2025 continuam acomodando os riscos da tese de investimento.”
A equipe do banco de investimentos disse estar ansiosa para ver os próximos passos de Chambriard em relação a possíveis mudanças na equipe de gestão.
“Mas até agora tempos poucas evidências de que seu mandato não seguirá a ‘lógica econômica dos negócios da Petrobras’ ou que será capaz de minar a evolução da governança corporativa nos anos recentes”, acrescentaram.
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