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O Ibovespa fechou em alta de 0,59% nesta terça-feira (19), aos 131.850 pontos, tocando mais uma vez sua máxima histórica de fechamento em termos nominais. Na máxima do dia, o índice chegou a 132.036 pontos.
Hoje, o principal índice da Bolsa brasileira foi impulsionado pelo noticiário proveniente do exterior e também pela elevação da nota de crédito (rating) brasileira pela S&P.
Lá fora, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,68%, 0,59% e 0,66%.
“Os índices em NY atingiram novos recordes, apoiados pela decisão dovish do BoJ [Bank of Japan] e por dados positivos do mercado imobiliário americano”, explica Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.
O Banco do Japão, de madrugada, decidiu manter sua política monetária ultra-frouxa, conforme amplamente esperado pelo mercado, com a taxa de juros no país fixada em -0,1%. Sendo uma das maiores economias do mundo, e com nível alto de poupança entre sua população, os juros negativos no país asiático acabam gerando fluxo de investimento para outras regiões.
Operadores apontam a movimentação por lá também como parte da causa que levou os treasuries yields de dez anos a recuarem 2,5 pontos-base, a 3,913% – mesmo com autoridades do Federal Reserve, o banco central americano, sinalizando nos últimos dias que os juros não devem começar a cair nos Estados Unidos em março, com falas consideradas mais duras.
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No Brasil, a curva de juros também fechou majoritariamente em queda. Apesar de as taxas dos DIs para 2025 terem ganhado um ponto-base, a 10,06%, as dos contratos para 2027 perderam dois pontos, a 9,72%, e as dos para 2029, quatro pontos, a 10,14%. Os DIs para 2031 foram a 10,40%, com menos cinco pontos.
Além de acompanhar o movimento visto no exterior, a curva brasileira também repercutiu o noticiário nacional, com destaque para o fato de que a agência de rating S&P ter elevado a nota de crédito do Brasil de BB- para BB.
Do outro lado, segurando a ponta curta, ficou a ata do Copom (Comitê de Política Monetária). As autoridades monetárias brasileiras, no documento, citam que veem progresso desinflacionário relevante no país, mas consideraram que ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta,
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“O mercado doméstico se beneficiou do avanço das commodities e da revisão da nota soberana pela S&P, com o Ibovespa terminando em torno dos 131.800 pontos, nova máxima de fechamento, com ações sensíveis a juros (TI e consumo) liderando os ganhos no dia”, afirmaBorsoi, da Nova Futura.
Entre as maiores altas do Ibovespa ficaram as ações ordinárias da Dexco (DXCO3), com mais 8,38%, as do Grupo Soma (SOMA3), com mais 3,27%, e as do Carrefour (CRFB3), com mais 2,74%. Com a melhora no cenário internacional, CSN Mineração (CMIN3), ganhou 3,21% e PetroReconcâvo (RECV3), 2,95%.
O dólar, por fim, caiu 0,81% frente ao real, a R$ 4,864 na compra e a R$ 4,865 na venda.
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“Até o momento, os investidores ‘ignoram’ as declarações mais hawkish de representantes dos bancos centrais, e o dólar continua desvalorizando globalmente, em linha com o desempenho dos Treasuries, que seguem recuando. Investidores aproveitam o momento para aumentar suas apostas nas bolsas, que permanecem positivas. O Ibovespa atingiu mais uma vez a máxima histórica, desta vez alcançando os 132.046 pontos. Os juros no exterior também refletem na curva futura no Brasil, aqui com um recuo mais moderado”, avalia Diego Costa, head de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio.