Ibovespa opera no zero a zero, com NY e dados corporativos, apesar de ‘fator China’

Há relatos de que o governo chinês prevê emitir US$ 1,4 trilhão em dívida para estimular a economia do país

Estadão Conteúdo

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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A safra de balanços do terceiro trimestre aqui e no exterior, além de dados de emprego dos Estados Unidos concentram as atenções dos investidores. Em Nova York, os índices de ações passaram a avançar perto do fim da manhã desta terça-feira, 29, após dados de emprego dos EUA e o Ibovespa segue com alta desde a abertura e na faixa dos 131 mil pontos, também na esteira de notícias da China. Há relatos de que o governo chinês prevê emitir US$ 1,4 trilhão em dívida para estimular a economia do país.

“A semana como um todo é composta pela divulgação de dados importantes, do mercado de trabalho americano, fora a temporada de balanços. Os últimos dados de emprego têm mostrado resiliência o que eleva a preocupação do Fed para a condução dos juros básicos”, pontua Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.

Nos EUA, a abertura de postos de trabalho caiu para 7,443 milhões em setembro, de acordo com o relatório Jolts, publicado nesta terça pelo Departamento do Trabalho do país. Analistas previam abertura de 7,95 milhões de vagas em setembro. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) decidirá a nova taxa de juros na quarta-feira que vem, mesmo dia do Comitê de Política Monetária (Copom).

“O juro de dez anos dos EUA estão avançando acima de 4% – é muito pesado. Além da preocupação em relação à eleição americana, dada a precificação de uma vitória de Donald Trump, que tem um viés mais inflacionário e que pode gerar déficits, há o temor de um ciclo de queda de juros mais curto por conta do mercado de trabalho forte. O Jolts abriu a temporada da série de dados do setor desta semana”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus.

Na manhã desta terça, as ações da Vale sobem moderadamente, a despeito do recuo de 0,77% do minério de ferro em Dalian hoje. Já os papéis da Petrobras têm sinais destoantes leves, com o petróleo avançando sutilmente e com os investidores avaliando os dados de produção da estatal.

Na segunda-feira, a estatal divulgou seu Relatório de Produção referente ao terceiro trimestre do ano. Houve queda expressiva da produção em relação ao mesmo período de 2023, que o seu volume total de vendas de derivados no mercado interno recuou 2,7% no terceiro trimestre de 2024 ante o mesmo período do ano passado, mas avançou 4,2% em relação ao segundo trimestre deste ano.

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Também na segunda-feira, as ações da Petrobras fecharam em leve queda, mesmo em dia de forte recuo do petróleo, de 6%. Já o Ibovespa encerrou com valorização de 1,02%, aos 131.212,58 pontos, influenciado principalmente pelos papéis da Vale e do setor financeiro. Aliás, o segmento fica no foco nesta terça após o Santander Brasil divulgar um lucro em linha com o esperado – o segundo maior do grupo no terceiro trimestre. As units do Santander cedem em torno de 2,00% nesta manhã.

Internamente, Moreira, sócio da WMS Capital, cita que a grande espera é pelo anúncio do plano de corte de gastos pelo governo federal. “O mercado espera ansiosamente, visto que os parâmetros fiscais têm gerado maiores preocupações e podem dificultar o processo desinflacionário e deixar a Selic superior a 12% ao ano”, avalia.

Também para Spiess, da Empiricus, o corte de gastos a ser anunciado gera grande expectativa, podendo ser um divisor de águas. “Hoje não tem muito gatilho a não ser balanços. Mas aqui o mercado espera a materialização do plano fiscal, de corte de despesas, para que os ativos voltem a ter um pouco mais de brilho”, diz.0

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Há poucos dias do Comitê de Política Monetária (Copom), hoje o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto disse que é muito difícil trabalhar com um nível de juro mais baixo, sem que haja um choque positivo vindo da política fiscal.

Às 11h30, o Ibovespa subia 0,05%, aos 131.275,93 pontos, ante elevação de 0,42% na máxima, aos 131.764,70 pontos. Petrobras voltava a subir entre 0,03% (PN) e 0,18% (ON), mas Unit de Santander cedia 2,15%. Vale avançava 0,21%.