Ibovespa interrompe sequência de altas e fecha em queda de 1,18%; dólar segue abaixo de R$ 5,30

Em Nova York, Bolsas fecharam em alta pelo quarto dia consecutivo, repercutindo balanços das empresas

Mitchel Diniz

(Getty Images)
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O Ibovespa não conseguiu se manter no patamar dos 113 mil pontos e cedeu nos negócios desta quarta-feira (2), descolando das Bolsas nos Estados Unidos, que fecharam em alta pelo quarto dia consecutivo. Terá sido só um ajuste ou será esse o começo de uma inversão de tendência para o mercado brasileiro de ações que tanto apanhou em 2021?

Analistas, por enquanto, escolheram a primeira opção para explicar o desempenho do Ibovespa hoje. O índice terminou o dia em queda de 1,18%, aos 111.894 pontos. O volume financeiro negociado na sessão ficou em R$ 25,29 bilhões.

Desta vez, a Bolsa não conseguiu contar com o apoio de ações de peso do índice. Petrobras (PETR3,PETR4) recuou com o petróleo mais fraco no mercado internacional, depois que os países produtores da matéria-prima anunciaram um aumento da produção para março.

Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e outros bancos foram impactados por resultados mais fracos do que o esperado do Santander Brasil (SANB11), no quarto trimestre de 2021.

Para Dany Chvaicer, head de renda variável e co-fundador da Ébano Investimentos, o comportamento dos juros futuros no pregão de hoje, dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, mostra que a Bolsa brasileira não está sendo preterida só porque fechou em baixa hoje.

“Os DI’s em baixa mostram que, no longo prazo, a Bolsa deve se favorecer. E o grande investidor, que faz diferença no volume de negociações e muda a cotação do papel, olha muito mais para o longo prazo do que para o curto prazo. A tendência é que sejamos favorecidos e não preteridos”, afirmou Chvaicer.

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Os contratos DIF23 recuaram 0,04 pp, a 12,12%; DIF25, -0,10 pp, a 10,96%; DIF27, -0,12 pp, a 10,94%; e os DIF29, -0,14 pp, a 11,08%.

A maioria do mercado acredita que o Banco Central deve decidir por aumentar os juros básicos da economia em 1,5 ponto-percentual, levando a taxa Selic a dois dígitos.

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No câmbio, o dólar chegou a ensaiar uma recuperação mais consistente ao longo do dia, mas terminou a sessão abaixo de R$ 5,30. O dólar comercial fechou com uma ligeira alta de 0,07%, a R$ 5,275 na compra e R$ 5,276  na venda.

Em Nova York, os investidores colocam as preocupações com o aumento de juros pelo Federal Reserve em compasso de espera. O mercado volta a repercutir a temporada de balanços corporativos, com os números da Alphabet (dona do Google) sendo considerado positivos e atenção para os resultados da Meta (dona do Facebook) agora, após o fechamento do pregão.

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Ainda assim, foi um dia de alta volatilidade. Os índices chegaram a operar no vermelho, mas inverteram sinal e se firmaram no terreno positivo. O Dow Jones fechou em alta de 0,63%, a 35.629 pontos; o S&P 500 avançou 0,94%, a 4.589 pontos; e a Nasdaq subiu 0,50%, a 14.417 pontos.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados