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Ibovespa Futuro sobe com discussões sobre enxugamento da PEC da transição após forte aversão ao risco no mercado

No exterior, índices futuros dos EUA e bolsas da Europa sobem com atenção ao rumo dos juros após falas de membros do Fed e da presidente do BCE

Felipe Moreira

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa Futuro opera em baixa nos primeiros negócios desta sexta-feira (18), ampliando as perdas registradas nas últimas duas sessões, com preocupações em relação a condução da política fiscal no próximo governo e, também, reverberou mudanças na equipe de transição.

Em dia de agenda doméstica esvaziada, investidores seguem atentos à notícias sobre desenvolvimentos da PEC da Transição, que visa excluir da regra do teto de gastos os desembolsos com o Bolsa Família e outras mudanças orçamentárias, bem como a falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Segundo informações da CNN Brasil, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, debateram na noite da véspera possibilidades de alterações substantivas na PEC, com a possibilidade de uma redução drástica no impacto fiscal da PEC, que passaria de R$ 198 bilhões para algo em torno de R$ 80 bilhões.

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Além disso, depois das críticas à PEC da Transição apresentada pelo governo eleito, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) afirmou ontem que não há motivo para “estresse” e que o governo do presidente eleito Lula vai buscar formas de cortar gastos.

Alckmin citou a possibilidade de uma “ampla revisão de contratos vigentes” do governo federal e disse também que vê como prioritária a aprovação da reforma tributária, que deve ser feita “no menor espaço possível de tempo” como questão essencial para fazer o PIB crescer.

Às 9h13 (horário de Brasília), o contrato do Ibovespa para dezembro tinha alta de 1,28%, aos 111.360 pontos.

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Em Wall Street, os índices futuros dos EUA também operam em alta, com investidores avaliando a trajetória da política monetária após algumas declarações duras de membros do Federal Reserve (Banco Central dos EUA).

Na véspera, ganhou destaque a fala do presidente do Fed de St Louis, James Bullard, que sugeriu taxas de juros terminais na faixa de 5% a 7%, mais alta do que o mercado está precificando.

Nesta manhã, Dow Jones Futuro sobe 0,42%, S&P Futuro avança 0,59% e Nasdaq Futuro tem alta de 0,83%.

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Dólar

A divisa americana abriu em baixa nesta sexta-feira, após o dólar fechar mais um dia com valorização diante do real na véspera, repercutindo o alívio do mercado com o quadro fiscal do país, após notícias de que o Congresso negocia uma extrapolação do teto de gastos menor.

O dólar comercial opera com queda de 0,63%, cotado a R$ 5,367 na compra e R$ 5,368 na venda. Já o dólar futuro para dezembro tem baixa de 1,33%, a R$ 5,372.

No mercado de juros, os contratos futuros recuam em bloco. O DIF23 (janeiro para 2023) opera em baixa de 0,02 pp, a 13,68%; DIF25, -0,16 pp, a 13,24%; DIF27, -0,17 pp, a 12,96%; e DIF29, -0,15 pp, a 12,98%.

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Exterior

Os mercados europeus operam em alta nesta sexta-feira, com investidores calibrando as apostas para o ritmo de aperto monetária nas principais economias do globo.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a instituição continuará elevando as taxas de juros e pode até precisar restringir a atividade econômica para controlar a inflação, destacando a política monetária como o principal instrumento do banco para a redução do balanço patrimonial.

O índice de inflação da região está em 10,6%, muito acima da meta de 2% do BCE e mesmo uma recessão, agora quase certa nos meses de inverno, provavelmente não aliviará as pressões de preços o suficiente para permitir que a instituição pise no freio.

Participantes do mercado estão divididos entre precificar um aumento de 50 e 75 pontos-base em dezembro.

Ásia

As bolsas asiáticas fecharam em queda em sua maioria, após o índice de preços ao consumidor do Japão para outubro subir 3,6% em comparação com o ano anterior, acima do esperado e no ritmo mais alto em 40 anos. O país viu o mesmo nível pela última vez em fevereiro de 1982, mostraram dados da Refinitiv.

Enquanto isso, líderes econômicos da região se reunirão novamente na Tailândia na cúpula da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico.

Do lado das commodities, os preços do minério de ferro na bolsa de Dalian sobem pelo sexto pregão seguido, dando continuidade a forte recuperação registradas após o “sell-off” de outubro, alimentada pelo otimismo de que as recentes ações políticas na China aumentariam a demanda por aço e suas matérias-primas, apesar de haver ceticismo no mercado sobre a continuidade das altas da commodity.

As cotações do petróleo operam em ligeira alta com enfraquecimento do dólar, mas caminham para perdas semanais com as expectativas de que não haverá trégua nos aumentos dos juros nos EUA e na perspectiva de demanda mais fraca do principal importador de petróleo, a China, em meio aos crescentes casos de Covid-19.

Os preços do minério de ferro na bolsa de Dalian sobem pelo sexto pregão seguido, dando continuidade a forte recuperação registradas após o “sell-off” de outubro, alimentada pelo otimismo de que as recentes ações políticas na China aumentariam a demanda por aço e suas matérias-primas, apesar de haver ceticismo no mercado sobre a continuidade das altas da commodity. 

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