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Ibovespa futuro recua em linha com exterior após dados fracos na Europa; dólar avança mais de 1%

Dados mais fracos na Europa aumentam temor de recessão e subsídios no Reino Unido, temores fiscais, que derrubam ativos de risco

Vitor Azevedo

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa futuro opera em queda no pré-mercado desta sexta-feira (23). Às 9h30, o contrato para outubro recua 1,33%, aos 113.165 pontos, acompanhando o que é visto nos Estados Unidos. Em Nova York, os índices futuros do Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuam, respectivamente, 1,13%, 1,24% e 1,35%.

“Bolsas internacionais amanhecem negativas estendendo as perdas da semana, à medida que os investidores digerem as expectativas de uma política monetária mais apertada dos bancos centrais e uma economia global em desaceleração”, escreveram os analistas da XP Investimentos, em seu morning call.

Nos últimos dois dias, ao menos oito bancos centrais mundo afora anunciaram altas das suas taxas de juros, incluindo Estados Unidos e Inglaterra.

Neste último país, além da alta dos juros, investidores repercutem também a notícia de que o governo irá subsidiar a energia elétrica – isso de forma concomitante com cortes de impostos, na busca de alternativas para evitar a recessão, o que aumenta o risco fiscal. A libra esterlina, com isso, foi abaixo de US$ 1,10, algo não visto desde 1985.

Ainda na Europa, pesa também a divulgação dos Índices de Gerentes de Compras (PMIs, na sigla em inglês) do continente, que vieram, majoritariamente, abaixo do esperado, indicando contração da economia.

“Na zona do euro, o Índice de Gerente de Compras (PMI) caiu para 48,2, abaixo dos 48,9 de agosto e em linha com as estimativas dos economistas. Um nível abaixo de 50 indica contração. No Reino Unido, o Índice de Gerente de Compras (PMI) caiu para 48,4 de 49,6 em agosto. Esta foi a leitura mais baixa desde o bloqueio do COVID-19 em janeiro do ano passado”, explica a XP.

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O DAX, da Alemanha, cai 2,66%, e o FTSE, do Reino Unido, 2,23%. CAC 40, da França, e STOXX 600, de toda a União Europeia, têm baixas de, respectivamente, 2,20% e 2,56%.

O dólar, com a perspectiva de recessão e gastos fiscais no Reino Unido e na Europa, volta a ganhar força globalmente – o DXY, índice que mede a força da moeda americana frente outras divisas de países desenvolvidos, sobe 0,82%, aos 112,26 pontos, nível não visto desde abril de 2002. Frente ao real, o dólar sobe 1,50%, a R$ 5,192. O dólar futuro sobe 1,70%, a R$ 5,215.

A curva de juros brasileira também é pressionada pelo fluxo de capital para os EUA. Os DIs para 2023 ganham um ponto-base, a 13,69%, e os para 2025, 10 pontos, a 11,58%. Os rendimentos dos DIs para 2029 e 2031 ganham, respectivamente, 10 e 11 pontos, a 11,41% e 11,52%.

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Ná Ásia, os principais índices também fecharam em queda, acompanhando a tendência mundial – Nikkei, do Japão, recuou 0,58%; Shanghai, da China continental, 0,66%; HSI de Hong Kont, 1,18%; e Kospi, da Coreia do Sul, 1,87%.

As commodities, no entanto, fecharam sem direção exata. Enquanto o barril do petróleo Brent recua 3,11%, a US$ 87,65, a tonelada do minério de ferro avançou 1,34% no porto chinês de Dalian, a US$ 100,99.

Análise técnica de Ibov e dólar, por Pamela Semezatto, da Clear Corretora

IBOV: “Ainda não rompeu o topo anterior para confirmar um novo movimento de alta, mas mudou o comportamento que vinha acontecendo nessa região de ter um dia com força vendedora, recusando essas máximas. Ontem, conseguiu mostrar força compradora e fechou nas máximas, indicando que se hoje der sequência na alta, pode romper o topo anterior e retomar o movimento de alta. Caso feche abaixo da mínima de ontem, seguimos na consolidação.”

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DÓLAR: “Candle de ontem não foi muito forte, mas fechou abaixo da LTA dessa lateralização e acredito que pode vir testar o fundo anterior em 5.080. Mas ainda seguimos sem definição de tendência e na consolidação entre: 5.080 e 5.300 pontos.