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Ibovespa Futuro opera em alta, com investidores de olho em reforma tributária e tensão entre BC e Lula

Destaca-se também a participação de seis autoridades do Fed em eventos ao longo do dia, bem como temporada de resultados nos EUA e no Brasil

Felipe Moreira

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa Futuro opera com baixa nos primeiros negócios desta quarta-feira (8), com investidores acompanhando de perto os desdobramentos dos ataques do presidente Lula ao Banco Central.

Na véspera, o presidente Lula (PT) voltou a criticar o atual patamar da taxa Selic, reclamar da política monetária conduzida pelo Banco Central e dizer que o presidente da instituição “deve explicações ao Congresso”.

Mas, segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo, Lula está sendo aconselhado por ministros do governo a baixar a temperatura no confronto contra o presidente do Banco Central após o tom mais amistoso da ata do Copom.

Ainda no radar político, Lula receberá nesta manhã de quarta-feira (8) líderes de partidos governistas para tratar da reforma tributária. A reforma também está no radar depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmar que a discussão em torno dela já foi exaurida no Congresso e que o texto da proposta está pronto, mas precisa de ajustes e de conversas com os novos parlamentares para um alinhamento sobre o tema.

Às 9h12 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro para fevereiro operava com alta de 0,73%, aos 108.865 pontos.

No radar corporativo doméstico, Banco Pan (BPAN4) e Klabin (KLBN11) divulgaram balanços pela manhã, que terá também coletiva do Itaú Unibanco (ITUB4( para comentar o resultado do quarto trimestre de 2022.

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No fim do dia, após o fechamento do mercado, a Petrobras (PETR4) divulga dados de produção e vendas no quarto trimestre e no ano de 2022.

Em Nova York, os índices futuros dos EUA operam com baixa, após alta da véspera com Powell, quando o presidente do Fed reforçou a mensagem de que o BC americano ainda deve ter muito trabalho a fazer para trazer a inflação para próximo da meta, mas que 2023 deve ser um ano de “quedas significativas na inflação”.

Depois do presidente do Fed na véspera, mais seis autoridades do banco central americano participarão hoje em eventos ao longo do dia.

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Além disso, a temporada de balanços americana segue a todo vapor, com a divulgação de resultados da Disney e Robinhood após o fechamento dos mercados.

Nesta manhã, Dow Jones Futuro caía 0,31%, S&P Futuro recuava 0,35% e Nasdaq Futuro tinha desvalorização de 0,37%.

Dólar

O dólar comercial operava com baixa de 0,26%, cotado a R$ 5,185 na compra e 5,186 na venda, ampliando os ganhos da semana passada. Já o dólar futuro para março recuava 0,59%, a R$ 5,202.

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No mercado de juros, os contratos futuros operam com baixa, após fecharem mistos na véspera com acenos do Banco Central (BC) a fim de apaziguar a relação entre o órgão e o governo federal. O DIF24 (janeiro para 2024) opera com baixa de 0,03 pp, a 13,65%; DIF25, -0,08 pp, a 13,07%; DIF26, -0,09 pp, a 13,03%; DIF27, -0,10 pp, a 13,10%; DIF28, -0,10 pp, a 13,18%; e DIF29, -0,11 pp, a 13,30%.

Exterior

Os mercados europeus operam com alta na sessão de hoje, com os investidores atentos aos sinais dos EUA.

A temporada de balanços também anima, com números positivos da petroleira norueguesa Equinor e da companhia de transporte marítimo Maersk. A Maersk postou o melhor resultado da história em 2022, mas vê um 2023 mais difícil.

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Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistos, também com a fala de Powell no radar.

Na frente econômica, o Banco Central da Índia aumentou a sua taxa de juros em 25 pontos base para 6,50%, em linha com as expectativas.

O Japão, por sua vez, registrou superávit de 33,4 bilhões de ienes (US$ 254 milhões) em dezembro, segundo dados do Ministério das Finanças. O resultado ficou abaixo das estimativas da Reuters para um superávit de 98,4 bilhões de ienes.

As cotações do minério de ferro na China sobem na sessão de hoje, após recuo da véspera com o aumento dos estoques portuários na China pesando sobre os preços já pressionados pelas fracas perspectivas de demanda.

Os preços do petróleo sobem pelo terceiro pregão consecutivo, com enfraquecimento do dólar após discurso do presidente do Fed na véspera e queda dos estoques de petróleo nos Estados Unidos.

De acordo com dados da American Petroleum Institute (API), os estoques de petróleo nos EUA caíram cerca de 2,2 milhões de barris na semana encerrada em 3 de fevereiro.

Análise técnica de Ibovespa e dólar, por Pamela Semezatto, da Clear Corretora

IBOV: “Dia de ontem não conseguiu mostrar definição para um próximo movimento, já que testou acima e abaixo do candle anterior, mas fechou dentro do range de segunda-feira, indicando indecisão nessa região, que é de suporte intermediário. Então seguimos aguardando a confirmação do rompimento dessa região para testar suportes de 104.000 e 103.000 ou de reação compradora para testar o topo de 114.000 pontos.”

DÓLAR: “Não conseguiu mostrar força na venda e fechou com um candle com bom deslocamento para compra. Ainda no meio do movimento de consolidação, mas indicando que pode testar a resistência intermediária de 5.260 e depois topo da consolidação em 5.420 e 5.530.”