Ibovespa futuro inicia mês entre leves ganhos e perdas após forte alta em janeiro; 1º dia do Copom no radar

Inflação ao produtor mais baixa do que o esperado ajuda a derrubar curva de juros brasileira

Vitor Azevedo

(Getty Images)
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O Ibovespa futuro registra leve queda de 0,08%, aos 112.450 pontos, por volta das 9h27 (horário de Brasília), após um janeiro bastante forte para o índice à vista, com alta de 6,98%, no melhor mês para o benchmark da Bolsa desde janeiro de 2020, descolado de Wall Street.

Já hoje, o contrato futuro, que tem vencimento em fevereiro, opera em linha com os índices futuros americanos, que têm leve tendência de baixa.

Os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e da Nasdaq caem, respectivamente, 0,17%, 0,24% e 0,14%, após as fortes altas da véspera – que não foram, porém, suficientes para evitar que janeiro fosse o pior mês em termos de queda desde março de 2020.

Apesar do primeiro mês do ano ter sido sangrento, parte do mercado agora passa a ver que o “período de correção” tenha ficado para trás, o que foi endossado por falas de dirigentes da autoridade monetária americana nessa segunda.

“O pronunciamento de quatro membros do Federal Reserve pontuando que a economia americana não precisa do mesmo volume de estímulos, mas que os mesmos deverão ser retirados de forma cautelosa para não prejudicar a atividade econômica, parece ter contribuído para um tom mais positivo”, comenta a XP Investimentos, em seu morning call.

Investidores continuam monitorando também a temporada de balanço dos EUA, com a Alphabet (GOGL34) e o PayPal (PYPL34) divulgando resultados ainda hoje.

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Mais cedo, o banco suíço UBS (UBSG34) divulgou seu balanço trimestral, que apesar de trazer desaceleração, foi suficiente para o banco fechar seu melhor ano desde 2006 e considerado “forte” pela maioria dos analistas.

Na Europa, as ações do setor financeiro são destaque e puxam as altas dos principais índices. O DAX, da Alemanha, sobe 1,15% às 8h50. O FTSE, do Reino Unido, avança 0,94%. O STOXX 600, de todo o continente, tem alta de 1,19%.

Pesa também no desempenho das bolsas da região a diminuição das tensões na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia. Em reunião do conselho de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nessa segunda-feira, o representante ucraniano Sergiy Kyslytsya pediu por soluções pacíficas para o entrave e que o país não será responsável por uma escalada militar, apesar de estar pronto para se defender.

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Do outro lado, o embaixador russo Vasily Nebenzya teria culpado os EUA pelo aumento das tensões, por conta do avanço da Organização do Tratado Norte (Otan) na região. A americana Linda Thomas-Greenfield acusou a movimentação russa, mas pediu uma saída diplomática.

Com isso, o preço do petróleo recua na manhã desta terça – o Brent para março, parâmetro para a Petrobras (PETR3;PETR4) cai 0,36% e perdeu o patamar dos US$ 90, a US$ 88,94.

Ainda em commodities, o minério não foi negociado – na Ásia, os mercados da China, maior importador da commodity, continuaram fechadas, por conta do feriado do ano novo lunar. No Japão, o índice Nikkei avançou 0,28%.

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No Brasil, inflação ao produtor e Copom são destaques

No cenário interno, investidores repercutem a divulgação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que a inflação ao produtor em dezembro caiu 0,12%, ante consenso de alta de 1%. O recuo não foi suficiente para evitar a variação de 28,39% nos preços em 2021, maior patamar da série histórica, mas deve trazer uma interpretação de que a inflação pode estar sendo controlada.

A curva de juros cai em bloco. O rendimento do contrato DI vincendo em janeiro de 2023 cai um ponto-base, para 12,25%. Os contratos para os primeiros meses de 2025, 2027 e 2029 caem, respectivamente, quatro, três e três pontos, para 11,18%, 11,14% e 11,27%.

Investidores monitoram com atenção os dados da inflação – nesta terça-feira, o Banco Central brasileiro dá início ao Comitê de Política Monetária, que definirá uma nova taxa Selic na próxima quarta-feira. “Nos vértices mais curtos da curva, o mercado segue praticamente estável na espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de hoje. É consenso entre analistas, e na curva de juros, que a elevação será de 150 pontos-base”, comenta a XP.

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O mercado continua, na política, monitorando também, por fim, as notícias provindas de Brasília. “No Brasil, continua a indefinição sobre o formato e conteúdo da PEC dos Combustíveis, que deve ser apresentada durante a abertura dos trabalhos legislativos, em conjunto pelos presidentes dos 3 poderes”, apontam os analistas da corretora.

O dólar futuro para março cai 0,22%, a R$ 5,357, e o comercial, 0,40%, a R$ 5,284 na compra e R$ 5,285 na venda.

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