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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro zerou perdas após abrir em queda nesta quinta-feira (15). Com isso, o pré-market brasileiro se descola dos índices futuros das bolsas americanas e do desempenho dos mercados europeus.
Por aqui, os investidores acompanham o estado de saúde do presidente Jair Bolsonaro, internado ontem para tratar de uma obstrução no intestino, e a possível votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) no Congresso.
A expectativa é de que a LDO seja votada ainda esta semana para que os parlamentares possam entrar em recesso.
Também no radar, na quarta foram divulgados dados oficiais do governo da China, que indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 7,9% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior. O patamar fica abaixo da expectativa de analistas ouvidos pela agência internacional de notícias Reuters, de alta de 8,1%, mas em linha com a compilação feita pelo WSJ.
Foram divulgados ainda os dados sobre as vendas no varejo em junho, que avançaram 12,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior, acima da expectativa de 11% de analistas ouvidos pela Reuters. A produção industrial chinesa subiu 8,3% na mesma base de comparação, frente à expectativa de 7,8%.
Já nos EUA saíram os pedidos por seguro-desemprego na semana passada, que totalizaram 360 mil, ante 386 mil na semana anterior. O número veio em linha com o esperado pelos economistas.
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Às 9h39 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 tinha leve variação negativa de 0,05%, a 128.920 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial opera em queda de 0,41% a R$ 5,063 na compra e a R$ 5,064 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em agosto registra ganhos de 0,31% a R$ 5,065.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 opera estável a 5,78%, o DI para janeiro de 2023 fica estável a 7,27%, o DI para janeiro de 2025 também não tem variação, a 8,25% e o DI para janeiro de 2027 vira para baixa de três pontos-base a 8,63%.
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Por fim, o grupo conhecido como Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou que pode fazer uma reunião de forma a alcançar um acordo sobre os níveis de produção de petróleo no futuro.
Covid e CPI
Na quarta (14), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 1.270, queda de 19% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 1.574 mortes. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.
A média móvel de novos casos em sete dias foi de 42.866, queda de 21% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 56.956 casos.
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Chegou a 86.332.655 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 40,77% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 32.118.717 pessoas, ou 15,17% da população.
Dados do Observatório Covid, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicam redução na ocupação dos leitos de UTI, em meio à redução de novos casos e mortes por Covid. Nenhum estado tem taxa superior a 90%. Apesar disso, a Fiocruz alerta que o patamar de ocupação e a letalidade da doença continuam altos, e pede cautela.
Em um novo depoimento à CPI da Covid no Senado na quarta-feira, a diretora-executiva da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, sustentou que a primeira invoice tratando da vacina indiana Covaxin só foi enviada no dia 22 de março, e desafiou que provem o contrário. A data é diferente da relatada pelo servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda. A Precisa foi apontada como intermediária da indiana Bharat Biotech para a negociação da vacina com o governo.
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Segundo o servidor e o consultor técnico do Ministério da Saúde William Amorim Santana, a invoice teria sido enviada, na verdade, no dia 18 de março.
A data do envio do documento, que é uma espécie de fatura, faz diferença nas apurações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), já que Luis Ricardo e o irmão dele, o deputado federal, Luis Miranda (DEM-DF), afirmam ter relatado as suspeitas de irregularidades na aquisição da vacina pessoalmente ao presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março.
Os irmãos Miranda relataram à CPI indícios de desvio de conduta, invoice irregular, pedido de pagamento antecipado, entre outros pontos.
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À CPI, Emanuela Medrades garantiu: “Eu provei e provo, mais uma vez, que essa invoice só foi enviada no dia 22. E eu desafio o William Amorim e o Luis Ricardo a provarem também que eles receberam no dia 18, porque eles não vão conseguir. Então, eu estou disposta, inclusive, a fazer uma acareação junto com as informações que eles passaram e com os fatos, se é que eles os têm”.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) e outros integrantes da comissão concordaram com a sugestão de que se realize uma acareação.
Durante o depoimento, Emanuela afirmou que em momento algum foi solicitado o pagamento antecipado pelas doses. Avaliou, ainda, que a Índia não tem conhecimento das particularidades do processo no país e seria “natural” que houvesse “erros materiais”, posteriormente corrigidos.
Na quarta, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), formalizou a prorrogação da CPI da Covid na Casa por mais 90 dias a partir de 7 de agosto. O requerimento de extensão do prazo foi assinado por 34 senadores, 7 a mais do que o mínimo exigido.
Apesar do apoio de parlamentares, a prorrogação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) chegou a ser colocada em dúvida por Pacheco, que vinha dizendo que faria uma análise sobre a questão. Senadores chegaram a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo que a Corte assegurasse a prorrogação.
Nesta semana, no entanto, o presidente do Senado afirmou que iria ler o requerimento, requisito necessário para extender o prazo nesta semana caso houvesse a perspectiva de recesso parlamentar. O recesso tornou-se provável com a perspectiva de que a LDO de 2022 seja votada no plenário do Congresso Nacional, um pré-requisito para a pausa dos parlamentares.
Saúde de Bolsonaro e reforma tributária
O presidente Jair Bolsonaro segue internado após transferência a São Paulo. No boletim médico mais recente, a necessidade de cirurgia foi descartada no momento.
Ele foi submetido a exames após ter sentido fortes dores abdominais e ser diagnosticado com obstrução intestinal, e será submetido inicialmente a tratamento clínico conservador.
“O senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, foi transferido na noite desta quarta-feira para o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após passar por uma avaliação no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, e ser diagnosticado com um quadro de suboclusão intestinal. Após avaliações clínica, laboratoriais e de imagem realizadas, o presidente permanecerá internado inicialmente em tratamento clínico conservador”, disse o Vila Nova Star em nota assinada pela equipe médica.
Por causa da hospitalização de Bolsonaro, foi cancelada uma reunião marcada para esta quarta entre ele e os chefes dos demais Poderes para discutir a estabilidade nacional, após Bolsonaro ter ameaçado não aceitar o resultado das eleições de 2022 se não houver a implantação do voto impresso. “O encontro será oportunamente reagendado”, informou a assessoria de imprensa do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, em nota em que informou o cancelamento.
Além disso, de acordo com algumas publicações como Estadão, Valor e Folha, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA), relator da reforma do Imposto de Renda (IR) afirmou que avalia ampliar a faixa de isenção na tributação de dividendos para todas as empresas, e não apenas para micro e pequenas empresas. Mas pretende reduzir esta faixa de R$ 20 mil para R$ 2.500 por mês.
Assim, haveria perda adicional de arrecadação de R$ 3 bilhões, mas seria reduzido o risco de pejotização, afirmou. Isso porque a medida reduziria a possibilidade de que fossem criadas outras empresas para dividir os dividendos entre outros CNPJs, para se enquadrar na faixa de isenção da proposta original, de R$ 20 mil, visando evitar a tributação.
O relatório de Sabino indica renúncia fiscal de R$ 30 bilhões por ano. Mas o deputado afirma que não vê risco fiscal, porque a economia melhoraria com a reforma, o que compensaria a renúncia. Ele disse que está confortável com as regras sobre juros sobre capital próprio, e diz que quer apresentar o relatório final na semana que vem.
Cálculos de tributaristas consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo indicam queda de arrecadação de entre R$ 23 bilhões e R$ 27 bilhões, que deve pressionar especialmente estados e municípios. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou nota em que afirma que vê a nova versão da reforma como um “escândalo”. “É fácil fazer bondade com o chapéu alheio”, disse o diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCIF), Bernard Appy, ao Estadão.
Saiba mais sobre a reforma tributária: assista à entrevista do relator Celso Sabino ao InfoMoney
Radar corporativo
A sessão marca a estreia da Companhia Brasileira de Alumínio, ou CBA, na B3. Os papéis da companhia foram precificados a R$ 11,20.
Também foram divulgadas as prévias operacionais do segundo trimestre de 2021 de Lavvi e RNI. A Lavvi fez no período o lançamento do Villa Versace, maior projeto da história da incorporadora. Foram ofertadas 409 unidades, e ao final de junho, o projeto possuía 65% do seu VGV vendido. O VGV lançado no trimestre somou R$ 705 milhões. Já os lançamentos da RNI tiveram queda de 2% no segundo trimestre na base anual, a R$ 147,4 milhões. As vendas líquidas caíram 9%, para R$ 137,7 milhões.
Na quarta, o presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, afirmou que a empresa estuda realizar novo plano de demissão consensual (PDC) ainda neste ano, antes da privatização. O executivo pontuou que a companhia já vem realizando diversos PDCs como parte de um projeto de reestruturação da empresa que teve início em 2016, tendo reduzido o quadro de funcionários de cerca de 23 mil para os atuais 12 mil. A ideia, segundo ele, está atualmente em estudo com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, do Ministério da Economia.
A PetroRio informou na quarta que concluiu a interligação entre os campos de Polvo e Tubarão Martelo, criando um polo (cluster) de produção de campos maduros na Bacia de Campos que deve representar uma economia de US$ 50 milhões por ano para a empresa. Segundo a companhia, a redução de custos operacionais corresponde ao valor de leasing da plataforma FPSO Polvo, atualmente afretada ao campo, e gastos com manutenção e diesel. O projeto, que teve duração de 11 meses e custo de US$ 45 milhões, interliga a plataforma Polvo-A e o FPSO Bravo.
Na quarta, o novo presidente da distribuidora de energia gaúcha CEEE-D, Maurício Velloso, afirmou que a empresa pretende intensificar investimentos em projetos de expansão e melhorias, após ter sido arrematada em leilão pela Equatorial Energia, incluindo a construção de três novas subestações. As novas subestações serão construídas em Zona Norte de Porto Alegre, com aporte de R$ 18,8 milhões; Santa Vitória do Palmar, com R$ 8,5 milhões; e Cerro Grande do Sul, ainda em estudos técnicos, explicou ele.
O Santander Brasil anunciou na quarta a compra do controle da plataforma de negócios de locação e assinatura de veículos Solution4Fleet e do marketplace de oficinas e serviços automotivos Car10. As aquisições reforçam a estratégia do banco, que se apresenta como líder no financiamento de veículos no Brasil, com aproximadamente 25% do mercado.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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