Ibovespa Futuro cai com dados da China e cenário político tenso com Temer e Cunha

Indústria da China recuou a 47,1 em agosto no levantamento preliminar da Markit; no Brasil, destaque para denúncia contra Eduardo Cunha e indicação de que Temer pode sair da articulação política até fim de agosto

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda na sessão desta sexta-feira (21), repercutindo o cenário político de tensão e os dados ruins da China, que derruba os mercados mundiais. Às 09h06 (horário de Brasília), o contrato com vencimento em outubro registra baixa de 0,60%, a 46.885 pontos, diminuindo as perdas em relação à baixa de 1% na abertura da sessão. 

No cenário político brasileiro, além da denúncia da Procuradoria Geral da República contra Eduardo Cunha, o que deve aumentar a instabilidade política no curto prazo,  destaque para a notícia do jornal Valor Econômico de que o vice-presidente Michel Temer deve abrir mão da função de articulador político do governo até o final do mês, o que deve aumentar o isolamento de Dilma Rousseff. 

Entre os dados econômicos, chama a atenção o IPCA-15, que foi dentro do esperado ao subir 0,43% em agosto e acumulou alta de 9,57% em doze meses. Vale destacar ainda a revisão das projeções econômicas do Brasil pelo Santander, que cortou a previsão do PIB de 2015 de 1,9% para 2,3% e vê o País contrair 0,5% ano que vem. 

O mercado também repercute os dados industriais da China, que recuou a 47,1 em agosto no levantamento preliminar da Markit. Em julho, o PMI tinha sido de 47,8. Desde março, o PMI mostra contração da atividade industrial. Além disso, é o resultado mais baixo em dois anos. “Este quadro da indústria reforça a tendência de desaceleração da economia chinesa neste trimestre e justifica as ações do governo nas áreas monetária e cambial. Analistas esperam um avanço do PIB de 6,9% YoY neste trimestre”, destaca a LCA Consultores. Com isso, as bolsas mundiais caem forte, com destaque para Xangai, que fechou em baixa de 4,21%. 

As bolsas europeias também registram baixa, de cerca de 1%, em meio aos temores com a China e também de olho no cenário grego, após o premiê do país ter renunciado ao cargo e convocando eleições antecipadas, aumentando as incertezas sobre a sucessão grega. O líder da oposição conservadora na Grécia, Vangelis Meimarakis, disse nesta sexta-feira que tentará montar um governo com partidos que do atual Parlamento, a fim de evitar o impacto negativo das eleições antecipadas.

Noticiário corporativo
No noticiário corporativo, destaca para a CSN (CSNA3), que nomeou Bradesco e Banco do Brasil para vender a Sepetiba Tecon, que opera um terminal de contêineres no porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro, por cerca de R$ 1 bilhão, segundo fontes disseram à Bloomberg. Além disso, o Credit Suisse teria sido contratado para vender a participação da CSN na Usiminas por cerca de R$ 1,5 bilhão. Vale lembrar que Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, disse no mês passado que a companhia quer vender ativos de menor retorno ainda neste ano.

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Enquanto isso, os metalúrgicos da CSN em Volta Redonda decidiram, em votação durante assembleia, entrar em estado de greve. Mais de 71% dos trabalhadores aprovaram a proposta sugerida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense.

Destaque ainda para a notícia de que o Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) deverá pagar, com sua holding controladora Wilkes Participações, R$ 212,46 milhões à Morzan Empreendimentos, na sentença final relativa ao procedimento arbitral que teve início em 2012. Morzan é empresa que representava o Ponto Frio, adquirido pela varejista em 2009. O valor total será corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais juros de 12% ao ano.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.