Ibovespa fecha próximo dos 107 mil pontos e tem melhor semana em dez meses

O dólar, por sua vez, fechou em baixa por mais um dia seguido e acumulou queda semanal de 2%

Mitchel Diniz

Painel de ações e gráfico (Crédito: Shutterstock)
Painel de ações e gráfico (Crédito: Shutterstock)

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O Ibovespa voltou a subir forte nesta sexta-feira (14) operando mais uma vez na contramão dos mercados internacionais. Em uma sessão marcada por indicadores do varejo positivos no Brasil e fracos nos Estados Unidos, a Bolsa subiu com o apoio das blue chips e de empresas do setor financeiro, que ficaram entre as maiores altas do dia. O Ibovespa fechou em alta de 1,33%, aos 106.927 pontos, ficando acima dos 107 mil na máxima do dia. O volume negociado na sessão foi de R$ 25,9 bilhões.

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Na semana, a Bolsa subiu 4,09% e conseguiu recuperar tudo o que havia perdido ao longo do ano, acumulando, até agora, um saldo positivo em 2022. E não foi só isso: o Ibovespa teve a melhor semana desde março de 2021.

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Para Alexandre Brito, sócio e gestor da Finacap Investimentos, os preços na Bolsa parecem estar convergindo para o valor justo. “O mercado brasileiro continua muito descontado. Mesmo com essa alta na semana, ainda não deu para se recuperar da queda do segundo semestre do ano passado e, para o investidor estrangeiro, ainda estamos baratos”, afirma.

Contudo, Brito diz que ainda é muito cedo para cravar que o movimento de alta do Ibovespa seja uma tendência. “Vemos medidas que podem restringir a atividade econômica [em função do aumento de casos de Covid-19], e o setor de consumo pode sofrer com um impacto no curto prazo. Mas é possível que não sejam medidas tão restritivas quanto as do começo da pandemia”, diz.

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A curva de juros operou com pouca variação e terminou a sexta-feira com viés de alta. Na sessão estendida, o DI com vencimento em janeiro de 2023 subiu um pontos-base a 11,95%; os contratos para janeiro de 2025 subiram seis pontos-base, a 11,26%; e os contratos com vencimento para janeiro de 2027 avançaram dois pontos-base, a 11,18%.

O dólar, em mais  uma sessão de volatilidade, voltou a cair. A moeda americana encerrou a sessão em baixa de 0,29%, a R$ 5,512 na compra e R$ 5,513 na venda.  Na semana, o dólar recuou 2,1%.

As Bolsas em Nova York também acumulam perdas na semana e hoje foi mais um dia forte oscilação. Os índices operaram em baixa ao longo de todo o dia, mas recuperaram algum fôlego ao final da sessão. Impactado pela queda nas ações de bancos, o Dow Jones fechou em baixa de 0,56%, a 35.911 pontos; o S&P 500 fechou em ligeira alta de 0,08%, a 4.662 pontos; e a Nasdaq fechou em alta de 0,59%, a 14.893 pontos.

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As vendas no varejo nos Estados Unidos em dezembro frustrarem o consenso, recuando 1,9%, ante expectativa de queda de 0,1%. Além disso, a produção industrial do mesmo mês também frustrou ao cair 0,1%, ante projeções de alta de 0,3%, bem como a confiança dos consumidores para janeiro, que veio, segundo a Universidade de Michigan, com leitura de 65,9, ante consenso de 66,5.

Ao longo de toda a semana, as Bolsas americanas repercutiram a perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos em 2022, conforme declarações feitas por autoridades do Federal Reserve.

As Bolsas europeias fecharam negativas mais uma vez, acompanhando mercados mundiais diante dos acenos do Fed para o aperto monetário.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados