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Ibovespa fecha em queda de 0,18%, em mais uma sessão pautada por riscos fiscais; dólar fica praticamente estável

Confira o que movimentou os mercados nesta quarta-feira (23)

Mitchel Diniz

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Ainda que com uma queda sutil, o Ibovespa fechou em baixa pelo terceiro dia consecutivo, pressionado por mais uma disparada nos juros futuros. A Bolsa brasileira voltou a descolar dos índices em Wall Street, que repercutiram a ata da última reunião de política monetária do Banco Central dos Estados Unidos.

Já o presidente do BC brasileiro, Roberto Campos Neto, indicou hoje que a autoridade monetária poderia reagir diante do peso de uma “incerteza fiscal”. O mercado parece ter interpretado isso como um sinal de que a Selic poderá voltar a subir a curva de juros futuros precificou a taxa acima de 15% do ano que vem. Alguns contratos chegaram a subir mais 40 pontos-base na sessão de hoje.

“Ele [Campos Neto] dá a entender que vai segurar a Selic elevado pelo máximo de tempo que achar necessário para não deixar a inflação sair do controle”, explicou Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos.

“Você tem uma insistência dia após do dia do governo eleito em manter o déficit no ano que vem perto de 2% do PIB com a proposta de tirar despesas importantes do teto de gasto na ordem de R$ 200 bilhões”, destaca Marco Caruso, economista-chefe do banco Original.

“Se você parte de um déficit desse tamanho, você está jogando gasolina na inflação e mais do que isso, ampliando incertezas sobre quais poderiam ser os caminhos das contas públicas nos próximos quatro anos”, complementa.

Como os juros em alta acabam por “machucar” a Bolsa, o Ibovespa não encontrou fôlego para subir e fechou em baixa de 0,18%, aos 108.841 pontos, nos negócios desta quarta-feira (23).

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CVC (CVCB3), Cielo (CIEL3) e Americanas (AMER3) registraram as maiores baixas da sessão de hoje. Na ponta oposta, Rede D’Or, (RDOR3), Marfrig (MRFG3) e Sulamerica (SULA11) encabeçaram as maiores altas.

O Ibovespa só não performou pior porque as blue chips Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4) conseguiram fechar em terreno positivo.

O dólar, que também teve um dia de forte volatilidade, recuou 0,10% no fechamento, a R$ 5,373 na compra e R$ 5,374 na venda.

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A moeda perdeu força após a divulgação da ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do BC dos Estados Unidos.

O documento mostrou que uma maioria significativa dos diretores do Fed julga que uma desaceleração do ritmo de alta de juros provavelmente será adequada em breve, à medida que o debate se amplia sobre as implicações do forte aperto monetário pelo banco central dos Estados Unidos.

As Bolsas em Wall Street aceleraram alta por um momento após a divulgação da ata, mas o efeito positivo foi limitado.

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O Dow Jones subiu 0,28%, aos 34.195 pontos; o S&P 500 avançou 0,60%, aos 4.027 pontos; já a Nasdaq fechou em alta de 0,99%, aos 11.285 pontos.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados