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O Ibovespa fechou em alta de 0,07% nesta quarta-feira (26), aos 108.451 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, em parte, aquilo que foi visto nos Estados Unidos, mas teve performance bem mais fraca.
Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 1,88%, 1,96% e 2,05%.
“O mercado ficou meio confuso durante o dia. Lá fora, os treasuries para dez anos chegaram a negociar a um yield acima de 4% no começo da manhã, mas fecharam a cerca de 3,70%, com uma diferença de mais de 30 pontos-base. Isso causou um certo desarranjo”, explica Fábio Guarda, sócio e gestor da Galapagos Capital.
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Ubirajara Silva, também da Galapagos, destaca que o movimento do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) acabou interferindo no mercado – a autoridade monetária do Reino Unido anunciou hoje a interrupção da venda de títulos da dívida na próxima semana e a compra de títulos de dívida de longo prazo, para “restabelecer as condições normais de negociações”.
“A impressão que eu tenho é que a intervenção do BoE foi mais para descomprimir o mercado e a movimentação aliviou as tensões. O Banco Central do Brasil, quando o dólar subia muito, entrava vendendo dólar para estabilizar a moeda. Na Inglaterra, foi algo parecido, tentando valorizar a libra esterlina, apesar de não mudar nada no longo prazo”, explica Silva.
Segundo os especialistas da Galapagos, a recente crise no país também causou, provavelmente, chamadas de margem, o que fez a autoridade monetária intervir para diminuir o risco sistêmico.
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A moeda do Reino Unido fechou em alta de 1,37% frente ao dólar, a US$ 1,087.
O DXY, que mede a força do dólar frente a outras divisas de países desenvolvidos, por conta disso, recuou 1,18%, aos 112,76 pontos. Frente ao real, no entanto, a queda foi de 0,50%, a R$ 5,349 na compra e a R$ 5,350 na venda.
A intervenção do BoE, segundo Luiz Adriano Martinez, gestor da Kilima Asset, também acabou impulsionando o preço das commodities. O petróleo Brent fechou em alta de 3,35%, a US$ 89,16 o barril.
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As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4), no entanto, foram destaque entre as quedas por peso do Ibovespa, recuando 0,70% e 1,35%, respectivamente, em meio a falas do ex-presidente Lula, atual primeiro colocado nas pesquisas eleitorais, sobre uma possível mudança na política de preços no caso de sua eleição.
“A Petrobras underperformou o Ibovespa e o setor de petróleo possivelmente por questões eleitorais, que vão entrando no preço das ações”, explica Martinez. “A Bolsa brasileira, apesar de ter ido pior hoje do que os índices americanos, vem performando melhor no mês, então é comum ela ir um pouco pior em alguns dias, principalmente por conta da proximidade das eleições”.
Em parte, a tensão eleitoral também se fez sentir na curva de juros brasileira. Os DIs para 2023 tiveram seus rendimentos subindo um ponto-base, para 13,68%, e os para 2025, viram suas taxas avançarem 12 pontos, para 11,73%. Os DIs para 2027 e 2029 ganharam, respectivamente, 18 e 20 pontos, a 11,72% e 11,91%. Os DIs para 2031 foram a 12%, com alta de 20 pontos.
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Construtoras foram as principais altas do índice brasileiro, a despeito da alta da curva de juros. As ações ordinárias da Cyrela (CYRE3) subiram 8,15%, e as da MRV (MRVE3), 7,52%
“Destaque foi o setor imobiliário, que fechou com alta forte. Isso se dá, em parte, por conta da chegada do Banco Central ao topo da alta de juros. Além disso, hoje teve recomendação de compra para o setor por um grande banco, bem como as expectativas eleitorais, com programas de subsídios,” acrescenta o especialista da Kilima Asset.
Entre as maiores quedas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias do BB Seguridade (BBSE3), com menos 4,30%, da Minerva (BEEF3), com menos 3,63%, e da Marfrig (MRFG3), com menos 3,03%.