Ibovespa fecha com queda de 0,60% e volta aos 128 mil pontos, seguindo NY após dado de varejo

Dados de varejo dos EUA preocuparam investidores sobre trajetória de juros lá fora

Equipe InfoMoney

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Assim como ontem, o Ibovespa foi na onda do mau humor em Nova York, que viu seus índices terminarem no vermelho, e fechou com queda de 0,60%, aos 128.523 pontos, renovando mínimas desde 12 de dezembro, quando fechou a 126.403 pontos.

Além dos dados da economia chinesa divulgados no fim na noite de ontem, que abalou investidores também na Europa, os mercados seguem preocupados com o ritmo dos cortes de juros em outros países. Ou, mais precisamente, quando eles começam. A presidente do BCE acena para o verão por lá, mas essa é a grande discussão do momento. Enquanto isso, os Treasuries americanos seguem pressionados e subindo, tirando apetite pelo risco.

“Mais cedo, a divulgação de dados de vendas no varejo nos Estados Unidos acima do esperado acendeu o alerta sobre uma possível resistência do movimento baixista inflacionário, o que pode adiar o início do ciclo de baixa de juros nos Estados Unidos, que alguns analistas mais otimistas preveem começar em março. Isso também trouxe incerteza para os mercados hoje”, afirma Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital.

O dólar à vista fechou a quarta-feira muito próximo da estabilidade no Brasil, em um dia marcado pelo avanço da moeda no exterior após a divulgação de números decepcionantes da economia chinesa e de novos dados da economia norte-americana, que reforçaram a perspectiva de que o Federal Reserve pode não cortar juros já em março.

A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 4,9304 na venda, em alta de 0,07%. Em janeiro, a moeda acumula elevação de 1,62%.

Já para o petróleo, os preços variaram com dados decepcionantes da economia chinesa, o que pode afetar o maior comprador do mundo, e com um dólar mais forte. A Opep manteve previsão de demanda para 2024.

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Na Nymex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro teve alta de 0,22% (US$ 0,16), a US$ 72,56 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para março fechou em baixa de 0,52% (US$ 0,41), a US$ 77,88 o barril.

Investidores em Nova York viram os Treasuries subirem novamente – já são três dias seguidos – enquanto aguardam pistas sobre quando os bancos centrais, especialmente o Fed, começarão seus ciclos que baixa. Ao mesmo tempo, analisam os balanços do 4T23.

“Até o final deste ano, as taxas provavelmente serão mais baixas do que estão agora – mas não será uma linha reta”, disse à CNBC Thomas Martin, gestor-sênior da Globalt Investments. “Entretanto, as pessoas que estão posicionadas agressivamente para mais quedas nas taxas e para ações mais altas, talvez estejam se controlando e se diversificando um pouco mais. Você quer manter títulos, mas também quer manter ações”, acrescentou..

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Para o Ibovespa, a China balançou as estruturas hoje. O PIB da segunda maior economia do mundo registrou um crescimento anual de 5,2% em 2023, superior à meta anual de cerca de 5%, mas ligeiramente abaixo dos 5,3% esperados pelo consenso LSEG. Foi o bastante para derrubar o minério de ferro e, consequentemente, a Vale (VALE3), que terminou o dia com ampla baixa de 1,66%.

A Petrobras (PETR3;PETR4) também caiu, mas 0,83% e 0,58%, respectivamente, abalada por um comércio de petróleo ainda misto nas duas principais referências mundiais, por conta do insistente conflito no Mar Vermelho.

Os DIs (juros futuros) oscilaram durante o dia, enquanto os Treasuries nos EUA ficaram pela terceira sessão seguida em alta. Assim, os principais nomes do varejo ficaram mistos, com Magazine Luiza (MGLU3), perdendo 1,38% e Lojas Renner (LREN3) avançando 0,42%, enquanto Grupo Soma (SOMA3) subiu 0,28%.

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“Tendo em vista que as empresas com maior peso no índice são atreladas às commodities, as recentes quedas nas cotações do minério de ferro e do petróleo no mercado internacional pesam bem hoje na performance do IBOV”, comenta Cardozo.

O dia também mereceu destaque entre as construtoras e incorporadoras. A MRV (MRVE3) teve as suas projeções alteradas pelo Santander, que revisou para baixo suas estimativas para o lucro líquido, mas manteve recomendação de compra. A ação subiu 1,80%.

Bradesco (BBDC4) subiu 0,19%, dando à Bolsa brasileira um pouco de respiro, embora tenha perdido fôlego durante o dia em relação à máxima de mais de 0,7%. O Itaú Unibanco (ITUB4), mais uma vez, lutou para se posicionar, mas ganhou 0,06%, após elevação de recomendação por analistas. Outra casa de análises colocou Banco do Brasil (BBAS3entre as preferidas. Assim, o ativo, que passou o dia no negativo, terminou em alta de 0,20%.

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(com Reuters)