Ibovespa está andando “de lado” há quatro pregões, e isso é uma ótima notícia

Após iniciar o ano com grande euforia, mercado entrou em compasso de espera, mas a tendência segue positiva

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após encerrar 2018 com um forte rali, renovando sua máxima histórica por três pregões seguidos, o Ibovespa entrou em um período de lateralização, oscilando entre leves perdas e ganhos durante vários pregões e fechando sempre sem muita mudança. Tudo isso em um cenário onde os índices norte-americanos estão disparando.

Mas para quem acha que isso pode ser um sinal negativo, pelo contrário, este movimento da bolsa pode ser muito bom. Isso porque, após a disparada recente, o mais comum seria ver uma realização de lucros, o que levaria o mercado a cair. Só que não foi isso que vimos, e a indicação de que a bolsa está sustentando os novos níveis acima de 91 mil pontos é algo positivo.

Segundo Julio Fernandes, gestor do fundo XP Macro, o Ibovespa está com um ótimo desempenho no mês – alta de 4,72% – e seria normal uma lateralização ou realização. “Não ter realização é um excelente sinal”, afirma.

Ele explica isto mostra que o mercado está consolidando os ganhos ao longo do tempo e está em uma tendência de alta. Fernandes diz que os investidores agora estão se preparando para os próximos passos, de olho em anúncios do governo e, em especial, na eleição da Câmara dos Deputados e Senado.

É importante ressaltar também que a bolsa brasileira entrou em uma dinâmica própria nas últimas semanas, deixando de seguir o movimento do mercado norte-americano, que após fortes quedas no fim do ano passado, agora entrou em um rali acentuado.

“A gente aqui está operando de maneira descolada, nos dias 2 e 3 de janeiro, Wall Street caiu e aqui subiu forte”, explica Fernandes citando que o mercado brasileiro está com uma “expectativa própria” sobre os anúncios do novo governo.

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E a bolsa vai subir mais?
Para o gestor da XP, não existe um fato específico que possa levar a uma disparada da bolsa, mas questões como as eleições no Congresso e reforma da Previdência, por exemplo, devem fazer o mercado ganhar mais força. Mesmo assim, ele diz que não há como prever quando isso irá acontecer.

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“Se lá fora não tiver um novo movimento de queda brusca, a bolsa brasileira vai passar por cima, a gente não vai em linha com eles. O mercado passou a relevar o cenário externo”, afirma Fernandes sobre os riscos dos EUA segurarem o movimento doméstico.

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“Porém, se tiver um movimento direcional persistente para baixo ou para cima em Wall Street, pode ser que o Brasil repercuta. Mas se for 3% para baixo, 3% para cima, sem uma direção clara, no dia a dia, o Ibovespa não tende a repercutir tanto”, conclui.

A bolsa entrou em tendência de alta e o fato do mercado estar andando de lado nos últimos dias se torna uma boa sinalização disso já que não ocorreu um realização, algo que seria natural.

Não há como saber até onde o mercado vai seguir nesse ritmo positivo, mas, por enquanto, há muito mais sinais positivos do que negativos.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.