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Ibovespa encerra sessão aos 136 mil pontos e sobe 6,54% em agosto, melhor mês do ano

O rali no mês foi estimulado principalmente por perspectivas crescentes de que o Federal Reserve começará a reduzir os juros em setembro

Fernando Lopes

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Sextou! E quase não foi melhor! o Ibovespa mostrou poder de recuperação nos leilões finais e terminou o dia com queda curta de 0,03%, aos 136.004,01 pontos, uma perda de apenas 37,34 pontossprint final que evitou a semana de terminar negativa. Assim, o IBOV fechou a semana com mais 0,29%, enfileirando a quarta positiva seguida. Mesmo assim, vale notar que o principal índice da Bolsa brasileira não tinha dois pregões negativos consecutivos desde a sequência de derrotas dos dias 1º (-0,20%), 2 (-1,21%) e 5 (-0,46%) de agosto. De lá para cá, um rali que adicionou quase 11 mil pontos ao Ibovespa.

O resultado de hoje não tirou de agosto o gosto de encerrar positivo, com avanço de 6,54%, o terceiro mês consecutivo no azul e o quarto do ano com ganhos (junto com fevereiro), que tem também quatro meses negativos (janeiro, março, abril e maio), sendo o melhor mês do ano e o de melhor desempenho desde os 12,54% de novembro do ano passado.

O rali no mês, que fez o Ibovespa ultrapassar os 137 mil pontos pela primeira vez, foi estimulado principalmente por perspectivas crescentes de que o Federal Reserve começará a reduzir os juros em setembro.

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A consolidação dessas apostas fomentou uma entrada líquida de estrangeiros na bolsa paulista de R$ 9,66 bilhões em agosto até o dia 28, fortalecendo o Ibovespa, que subiu 6,54% em no mês, o melhor desempenho mensal desde novembro de 2023.

Para o UBS Wealth Management no Brasil, a mudança a favor de ativos de risco em agosto confirma a tese de que “a conclusão do ciclo monetário nos EUA será crucial como uma faísca para desbloquear ganhos potenciais” desses ativos globalmente”.

O dólar comercial, por sua vez, chegou à quinta sessão de alta seguida, ao fechar com mais 0,17%, a R$ 5,633. Nem mesmo a atuação do Banco Central freou o câmbio. O BC vendeu hoje 15.300 contratos de swap cambial tradicional (US$ 765 milhões), de um total de 30.000 contratos (US$ 1,5 bilhão) ofertados em operação extra realizada no mercado de câmbio. Esta é a segunda operação extra, com injeção de recursos novos no sistema. Pela manhã a instituição vendeu US$ 1,5 bilhão no mercado à vista, alegando que a operação buscava lidar com um fluxo atípico de dólares.

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Inflação nos EUA e na Europa

O mercado amanheceu hoje de olho nos EUA, aguardando o índice de preços de consumo pessoal, o temido PCE, que acabou vindo dentro do esperado, mas ainda acima da meta do Federal Reserve. O resultado reforça espaço para corte de juros nos EUA: “os dados de inflação divulgados hoje jogam em favor de um início de corte de juros mais intenso pelo Fed em setembro, de 0,5 p.p.”, segundo análise do Bradesco. “Por outro lado, os dados do PIB (de ontem) não demandam urgência da autoridade monetária, já que afastam os riscos mais iminentes de recessão nos EUA – sugerindo um corte de 0,25 p.p. na próxima reunião do Fomc”.

A dúvida ainda persiste. Em Nova York, os índices oscilaram durante o dia, mas acabaram positivos, com o Dow Jones em um novo recorde. Na Europa, desaceleração da inflação também e o formulador de política monetária francês disse que seria “sensato” se o BCE cortasse juros em setembro, o que faria Fed e BCE diminuírem suas taxas no mesmo espaço de tempo.

No Brasil, preocupação fiscal continua. Resultado fiscal de julho surpreende e dívida pública sobe a 78,5% do PIB. “Se nós tivéssemos aprovado 100% do que nós propusemos para o Congresso ano passado, nós estaríamos com déficit zero este ano, e sustentável”, disse o ministro da Fazenda Fernando Haddad em evento em São Paulo.

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(com Reuters)