Ibovespa encerra mês de setembro com queda de 3%, puxado pelo setor de varejo

Em 2024, Bolsa brasileira acumula queda de 1,77%; no 3º trimestre, porém, houve avanço de 6,38%

Equipe InfoMoney

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O Ibovespa acumulou perda de 3,08% em setembro, interrompendo a série de recuperação registrada entre junho e agosto. Dos 122 mil pontos do final de maio, o Ibovespa bateu na nova máxima histórica, de 137,4 mil pontos, em 28 de agosto.

Após renovação de recordes no intradia e também no encerramento daquela sessão, o índice da B3 iniciou um movimento de correção gradual que o mantém agora pouco abaixo dos 132 mil pontos.

No fechamento de setembro, o índice terminou aos 131.816,44, na mínima do último pregão do mês. Com o desempenho deste mês, o Ibovespa acumula queda de 1,77% em 2024, mas termino o 3º trimestre com alta de 6,38%.

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Entre as ações, a queda foi puxada pelo setor de varejo, influenciados, sobretudo, pelo novo ciclo de alta da Selic.

Nas maiores quedas do mês estão Assaí (ASAI3), -21,94%; Magazine Luiza (MGLU3), -20,23%; e Azzas (AZZA3), -13,94%. Fora do Ibovespa, Casas Bahia (BHIA3) caiu 33,6% em setembro.

Ibovespa em dólar

No fechamento de agosto, com o dólar de volta à casa de R$ 5,63, o Ibovespa, na moeda americana, marcava 24.135,58, refletindo a queda de 0,36% acumulada pela referência monetária no mês e o avanço de mais de 6% para o índice da Bolsa brasileira.

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Hoje, o dólar à vista fechou em alta de 0,21%, a R$ 5,4474, mas teve retração de 3,33% ao longo do mês.

Combinando a variação nominal da moeda e da Bolsa em setembro, o Ibovespa em dólar chega ao fim deste mês a 24.198,04 pontos, um pouco acima do nível em que estava no fim de agosto, movido para cima pelo ajuste cambial no intervalo.

No encerramento de julho, o índice da B3, em dólar, estava em 22.572,06, um pouco acima do nível do mês anterior, e ainda muito descontado. Em julho, o dólar havia seguido em alta frente ao real, acumulando ganho de 1,20% no mês – e na última sessão de julho, a moeda americana subiu 0,68%, a R$ 5,6553, em nível semelhante ao do encerramento de agosto.

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Trimestre do Ibovespa

No trimestre julho-setembro, o terceiro do ano, o Ibovespa teve avanço nominal de 6%, vindo de perda de 3,27% no trimestre anterior e de 4,53% entre janeiro e março.

No quarto trimestre de 2023, quando o Ibovespa também havia renovado máximas históricas no intradia e em fechamento, o ganho do índice foi a 15,11%;

Considerando apenas o terceiro trimestre, o desempenho de julho a setembro em 2024 foi o melhor desde 2022 (+11,66%) – no ano passado, havia colhido perda de 1,28% no mesmo intervalo.

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Fiscal

Perto do fechamento do período, “o Brasil seguiu sua tradição de conseguir estragar o que poderia ser um movimento de renovação de máximas históricas por conta de ruídos relacionados ao cenário fiscal”, aponta Eduardo Plastino, analista de renda variável da Alta Vista Research.

Ele se refere, em especial, à divulgação do relatório de receitas e despesas, pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, que veio como uma “decepção” para o mercado.

“O resultado fiscal efetivo do governo deve elevar a dívida pública em quase R$ 70 bilhões, considerando a premissa nada conservadora de que o governo conseguirá se manter no limite inferior da meta. O mercado foi rápido ao inserir prêmio de risco na curva de juros”, acrescenta.

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(Com Estadão Conteúdo)