Ibovespa dispara no último pregão do ano e fecha 2018 com ganhos de 15,03%; dólar fica em R$ 3,87

Só duas ações do índice fecharam em queda no último pregão de 2018

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou com forte alta o último pregão de 2018, seguindo uma sexta-feira (28) de recuperação nos índices internacionais após uma sessão de forte volatilidade na véspera. Enquanto isso, Wall Street sofreu altíssima volatilidade neste encerramento do ano e terminou o dia com leves altas em seus principais índices. 

O benchmark da bolsa brasileira fechou a última sessão do ano com alta de 2,84% aos 87.887 pontos. Com isso, o Ibovespa encerra 2018 com ganhos de 15,03%, destoando das principais bolsas do mundo

O dólar futuro, por sua vez, fechou o pregão com leve ganho de 0,13%, a R$ 3,883. Enquanto isso, o dólar comercial recuou 0,62%, cotado a R$ 3,875 na venda – no acumulado do ano, a variação foi forte, em 16,94%

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O dia 28 foi importante no câmbio, que teve forte volatilidade durante a manhã por conta da definição da taxa Ptax, que fechou em R$ 3,8742 na compra e a R$ 3,8748 na venda. Isso representou queda de 1,48% ante o pregão da quinta-feira.

Todo fim de mês o mercado cambial passa por uma forte volatilidade com os agentes disputando o preço da Ptax, que nada mais é que uma taxa de referência utilizada para contratos envolvendo negócios em dólar – desde acordos entre empresas, definição do dólar turismo até contratos futuros da moeda. Ela ocorre todos os dias, mas nos fins de mês ganha importância porque afetam os negócios feitos no primeiro dia do mês seguinte – neste caso, de janeiro de 2019.

No mercado de juros futuros, o dia também foi de queda, seguindo o desempenho do dólar e alívio nos mercados. Os contratos com vencimento em janeiro de 2021 tinham queda de 3 pontos-base, para 7,37%, ao passo que o DI com vencimento em janeiro de 2023 recuava 6 pontos-base, para 8,53%.

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Entre as commodities, o petróleo voltou a subir 1,12%, seguindo a euforia do início da semana. Apesar disso, o crescimento dos estoques brutos dos EUA e as preocupações sobre a economia global mantêm os mercados sob pressão.

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As maiores altas do índice na sexta-feira foram:

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 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 42,02 +5,29 +104,98 77,28M
 PETR4 PETROBRAS PN ERJ N2 22,68 +4,66 +46,84 1,38B
 RAIL3 RUMO S.A. ON 17,00 +4,55 +31,07 107,89M
 CPLE6 COPEL PNB EJ 30,55 +4,49 +22,94 36,45M
 EQTL3 EQUATORIAL ON 74,56 +4,28 +15,55 173,94M

Para ver as maiores altas e baixas do ano, clique aqui.

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:

 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CCRO3 CCR SA ON 11,20 -1,06 -26,84 65,19M
 RADL3 RAIADROGASILON EJ 57,15 -0,02 -37,17 65,61M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 C?digo Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN ERJ N2 22,68 +4,66 1,38B 1,89B 48.029 
 VALE3 VALE ON 51,00 +3,03 603,86M 1,09B 25.624 
 BBAS3 BRASIL ON 46,49 +3,04 593,07M 413,86M 33.031 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN EJ 35,50 +3,50 480,98M 665,84M 34.430 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 38,65 +3,07 464,39M 535,62M 26.869 
 B3SA3 B3 ON EJ 26,81 +2,48 328,65M 281,36M 25.745 
 FIBR3 FIBRIA ON 67,60 +0,87 311,21M 125,79M 9.475 
 PETR3 PETROBRAS ON EJ N2 25,40 +3,93 241,26M 339,20M 13.978 
 ABEV3 AMBEV S/A ON EJ 15,38 +1,85 239,17M 313,63M 21.262 
 ITSA4 ITAUSA PN EJ 12,08 +2,37 237,18M 276,10M 24.390 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Noticiário político

O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, que assumirá a chefia da Casa Civil no próximo governo, afirmou que, “no momento certo”, a proposta de reforma da Previdência será apresentada. Sem indicar prazos, disse que as equipes que estudam o assunto estão afinadas.

“Isso está cada vez mais maduro, os grupos estão muito afinados. No momento certo, quando o presidente comandar, ela vai aparecer”, afirmou o ministro, ao apresentar a agenda dos primeiros 100 dias para o próximo governo, resultado dos trabalhos realizados pela equipe de transição.

Onyx Lorenzoni acrescentou que a equipe econômica, sob comando do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, trabalha para zerar o déficit nas contas públicas já em 2019. A meta do governo, no entanto, ainda prevê déficit para o ano, no valor de R$ 139 bilhões. “O ministro Paulo Guedes e toda a sua equipe estão super debruçados para tentar, esse é um sonho nosso, zerar o déficit no próximo ano”, disse.

Já o jornal Valor Econômico informa que uma das medidas que o governo Bolsonaro vai enviar ao Congresso será uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para desvincular o Orçamento da União, segundo declaração feita pelo futuro vice-presidente, general Hamilton Mourão. “A Constituição engessa o país”, afirmou.

Por fim, jornais apontam que os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont devem ser leiloados no primeiro trimestre de 2022, para contratos de concessão de 30 anos, segundo a programação feita pela equipe de transição do governo de Jair Bolsonaro. Serão os últimos a sair da administração da Infraero que, ao final do processo, será extinta.

O novo governo quer oferecer ao mercado 44 aeroportos que, juntos, mobilizarão investimentos estimados em R$ 8,7 bilhões ao longo dos 30 anos do contrato de concessão. Não estão nessa conta os 12 aeroportos no Norte, Nordeste e Centro-oeste cujo leilão já está marcado para o dia 15 de março de 2019. A expectativa é que haja muitos grupos interessados.

Mercado externo
Na Ásia e na Europa, o último dia de negociações do ano foi de alívio. A exceção foi o mercado japonês, onde os índices caíram, levando o Nikkei para sua primeira perda anual desde 2011. As bolsas lutaram para subir na sessão, mas não conseguiram após o banco central do país divulgar seu relatório da reunião de política monetária, indicando o “aumento” dos riscos de queda para a atividade econômica.

“No que diz respeito às perspectivas para a economia global, os riscos foram inclinados para o lado negativo no geral, em meio a incertezas crescentes e a uma visão prevalente de que tal situação será prolongada”, disse a nota do Banco do Japão.

Em um dia mais tranquilo, mas ainda atento ao desenrolar da guerra comercial entre China e EUA, os demais índices da Ásia fecharam com ganhos. Na última quinta-feira, notícia da Reuters afirmou que o presidente Donald Trump planeja emitir uma ordem proibindo empresas americanas de usarem sistemas de telecomunicações da Huawei e da ZTE.

Já os mercados europeus fecharam a sexta com ganhos após uma quinta-feira turbulenta nas bolsas do mundo todo. Apesar do clima tenso ainda, o dia é marcado pela recuperação após as perdas de mais de 2% da véspera, seguindo a virada de Wall Street, onde o índice Dow Jones reverteu uma queda de 600 pontos para fechar em alta ontem.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney