Ibovespa descola do exterior e fecha em leve queda, com peso de estatais; dólar recua e vai a R$ 5,15

Por conta de risco político, Petrobras e Banco do Brasil foram destaques negativos do pregão desta terça-feira

Vitor Azevedo

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em queda de 0,17% nesta terça-feira (21), aos 99.684 pontos – e com volume de negociação de R$ 22,6 bilhões. O principal índice da Bolsa brasileira não conseguiu acompanhar a performance vista no exterior, onde os benchmarks americanos registraram altas consideráveis.

Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançaram, respectivamente, 2,15%, 2,45% e 2,51%, em um dia marcado por uma recuperação dos ativos de risco nos Estados Unidos na volta do feriado em Wall Street, após uma semana de fortes recuos.

“A última semana foi muito fraca, com o S&P 500, por exemplo, tendo sua pior performance desde 2020. Acho que o mercado está se recuperando um pouco”, explica Jennie Li, analista de mercados internacionais da XP Investimentos.

Nos Estados Unidos, além da recuperação normal após forte queda, há também comentários de a venda de casas usadas em maio ter desacelerado na base mensal, saindo de 5,6 milhões para 5,41 milhões, ter sido vista com bons olhos.

“O número veio dentro do esperado, apesar da desaceleração, trazendo alívio para os investidores”, comenta Caio Tonet, head de renda variável da W1 Capital.

O mercado imobiliário dos EUA não trouxe uma queda brusca, o que fortaleceria os sinais de uma recessão, mas também não se manteve em níveis elevados, o que pode ajudar a diminuir a pressão inflacionária.

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Ibovespa é prejudicado por ruídos políticos

No Brasil, os especialistas veem que o pregão foi marcado por um impacto direto do aumento do risco político, principalmente na frente do petróleo e dos combustíveis.

As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4), recuaram, respectivamente 1.06% e 1,99%, em um dia que contou com a participação do ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, em comissão na Câmara dos Deputados.

“Investidores continuam mostrando certa aversão ao risco no Brasil, principalmente por conta da Petrobras. Há certa cautela por conta do noticiário envolvendo a empresa”, comenta Tonet.

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Além da Petrobras, as ações ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) também foram destaque entres as quedas, fechando em baixa de 4,10%.

“Parte das preocupações quanto a Petrobras ainda transborda para outras estatais e isso ajuda a dragar a performance do Ibovespa”, diz Naio Ino, gestor de renda variável da Western Asset – que aponta que, além do risco político, recentemente vem se notado certa realização de lucros no setor financeiro.

Acompanhando o DXY, que mede a força da moeda americana frente outras divisas, dólar comercial caiu 0,63% frente ao real, negociado a R$ 5,153 na compra e a R$ 5,154 na venda, ignorando o risco político.

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A curva de juros, por sua vez, fechou sem tendência exata. Os DIs para 2023 e 2025 viram suas taxas recuarem, ambos, dois pontos-base, para 13,57% e 12,45%. Na ponta longa, os DIs para 2027 e 2029 tiveram seus rendimentos subindo um ponto, para 12,39% e 12,53%.

Foram destaques ainda entre as quedas do índice as ações da Cogna (COGN3)), com menos 4,33%, e da CPFL Energia (CPFE3), com baixa de 3,69%. Entre as altas, as ações ordinárias da Qualicorp (QUAL3) subiram 5,37%, as da Weg (WEGE3), 4,90% e as do IRB (IRBR3), 3,68%.

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