Corte de 0,25 ou 0,50 ponto? A dúvida sobre Fed que fez o Ibovespa cair 1,4% nesta 6ª

Analistas seguem em dúvida sobre magnitude do corte após dados do mercado de trabalho (payroll) divulgados nesta manhã

Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou com uma queda de mais de 1% nesta sexta-feira, uma vez que dados sobre o mercado de trabalho norte-americanos e declarações de membros do Federal Reserve não ajudaram a decretar o tamanho de um corte de juros amplamente esperado nos Estados Unidos neste mês.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,41%, a 134.572,45 pontos, o que determinou a primeira perda semanal desde o final de julho, de 1,05%. Na máxima do dia, marcou 136.653 pontos. Na mínima, 134.476,18 pontos. O volume financeiro somou R$ 16 bilhões.

Nos EUA, o Departamento do Trabalho divulgou que foram abertas 142.000 vagas de emprego no mês passado, após 89.000 em julho em dado revisado para baixo, ante previsão de 160.000 postos. A taxa de desemprego caiu de 4,3% para 4,2% e os salários subiram 3,8%, após avanço de 3,6% em julho.

Após os números, as apostas no mercado para a decisão do Fed a ser anunciada no próximo dia 18 passaram a embutir uma chance maior (55%) para um corte de 0,50 ponto percentual em relação à possibilidade de uma redução de 0,25 ponto. Antes, era 43%. A taxa atual está na faixa de 5,25% a 5,50%.

As apostas de um corte menor, contudo, voltaram a ser maioria após declarações do diretor do Federal Reserve Christopher Waller.

Apesar de afirmar que “chegou a hora” de iniciar os cortes e que tem a mente aberta quanto ao tamanho e ao ritmo dessas reduções, bem como que “o atual conjunto de dados não exige mais paciência, mas sim ação”, ele também afirmou que os números indicam abrandamento, não deterioração do mercado de trabalho.

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No final da tarde, os futuros de juros mostravam uma chance de 71% de um corte de 0,25 pontos e 29% para 0,25 pontos, de acordo com a feramenta Fedwatch da CME .

“É fato que os números divulgados hoje não parecem indicar, quando analisados isoladamente, um mercado de trabalho americano prestes a cair numa correção significativa”, avaliou o economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares.

Ele acrescentou, contudo, que quando se analisa a dinâmica dos últimos meses desses indicadores e, principalmente, quando inclui na análise outras informações, conclui-se que o mercado de trabalho de fato está desacelerando e, com isso, aumentam as chances de um “acidente de percurso”.

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“Precisaremos esperar a reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC) do dia 18 para sabermos qual o julgamento deles sobre essa situação”, afirmou.

Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário dos EUA, fechou em baixa de 1,73%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano marcava 3,7249% no final da tarde, de 3,733% na véspera.

Cortes de juros nos EUA tendem a ser favoráveis para o fluxo de capital externo para a bolsa paulista, como se provou em agosto, quando aumentaram as apostas de redução da taxa pelo Fed, mas se vierem acompanhados de uma recessão na maior economia do mundo podem gerar aversão a risco e minar esse movimento.

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