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O Ibovespa fechou em queda de 1,95% nesta sexta-feira (14), aos 112.072 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira caiu acompanhando, principalmente, a performance dos benchmarks internacionais. Na semana, o saldo foi negativo em 3,70%, a maior queda para o período desde julho.
Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 1,32%, 2,34% e 3,08%. Na semana, o primeiro índice conseguiu subir 1,18%, mas o segundo caiu 1,53% e o último 3,11%.
“O Ibovespa hoje seguiu as bolsas internacionais, que recuaram após divulgação do índice de sentimento do consumidor americano, da Universidade de Michigan, que mostra piora na projeção de inflação”, diz Fabio Louzada, fundador da Eu me banco. “O pessimismo, no entanto, já tinha começado ontem com os dados de inflação ao consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) vindo acima das expectativas”.
De acordo com a Universidade de Michigan, a expectativa de inflação para o ano que vem saiu de 4,7% para 5,1%.
Ontem, os índices americanos chegaram a fechar em alta, com investidores, segundo operadores, desmontando posições de compra a descoberto. Hoje, contudo, a valorização da véspera foi praticamente apagada. Já os treasuries yields fecharam no segundo dia de alta consecutiva – o título para dez anos ganhou 6,6 pontos-base, a 4,02%, e o para dois anos ganhou seis pontos, a 4,509%.
“Com a expectativa de mais altas de juros pelo Federal Reserve, buscando controlar a inflação, investidores migram seus investimentos para economias (e ativos) mais seguras, caso dos Estados Unidos. Isso contribuiu para a alta do dólar”, acrescenta Louzada.
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O DXY, índice que mede a força do dólar frente a outras divisas de países desenvolvidos, subiu 0,78%, aos 113.25 pontos. Frente ao real, a moeda americana ganhou 0,94% nesta sexta, a R$ 5,322 na compra e a R$ 5,323 na venda, sendo que na semana a alta acumulada foi de 2,1%.
“O temor de uma pressão inflacionária americana mais duradoura do que o esperado contaminou nosso mercado e influenciou a queda do Ibovespa no pregão de hoje. Se o Fed subir mais suas taxas, cresce também a expectativa sobre o comportamento do Copom em relação aos nossos juros. Se antes havia alguma expectativa de o Copom retomar a queda da Selic nos próximos meses, esse cenário passa a ser cada vez mais improvável”, adiciona Acilio Marinello, coordenador da Trevisan Escola de Negócios.
A curva de juros brasileira, então, avançou em bloco. A taxa do DI para 2025 ganhou seis pontos-base, a 11,77%, e a do DI para 2027, oito pontos, a 11,63%. Os DIs para 2029 e 2031 ganharam, respectivamente, nove e oito pontos, a 11,78% e 11,85%.
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“Com o aperto da política monetária no Brasil, mantendo a taxa Selic ainda em níveis restritivos, o custo do acesso ao crédito e as taxas de financiamento continuarão altos. Um dos setores que mais sentem essa conjuntura é o varejo, por depender fortemente da concessão de crédito para sustentar as vendas a prazo”, contextualiza Marinello.
Entre as principais quedas do Ibovespa desta sexta ficaram, justamente, as varejistas. As ações ordinárias da Magazine Luiza (MGLU3) caíram 11,18%, as da Americanas (AMER3), 8,45% e as da Via (VIIA3), 7,12%.
“Nossa bolsa está atenta aos dados lá de fora. Semana que vem, temos a publicação do produto interno bruto da China e do IBC-Br. Tudo isso traz medo, por conta da pressão nos juros e por influenciarem as decisões do Fed”, explica Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
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Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, vê que o mercado, incluindo o Ibovespa, deve continuar volátil, de olho nos dados macroeconômicos mundiais.