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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em forte baixa nesta terça-feira (21) seguindo a fraqueza das bolsas internacionais após o “Vírus de Wuhan” atingir os Estados Unidos. Um turista americano que voltou da China foi diagnosticado com o coronavírus em Seattle.
Desde o início da sessão, as bolsas já caíam depois do governo chinês confirmar que o vírus, que já matou três e contaminou 200 pessoas, é propagado pelo contato com doentes. A queda das bolsas dos EUA hoje foi a maior desde agosto.
Especialistas afirmam que além das preocupações com a saúde, há temores de que o coronavírus evolua para uma pandemia. Muitos lembram da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que também surgiu na China e matou 800 pessoas no mundo todo entre 2002 e 2003.
O Ibovespa caiu 1,54% a 117.026 pontos – maior queda desde 8 de novembro – com volume financeiro negociado de R$ 22,091 bilhões.
Nesta terça, novamente os bancos foram os vilões do pregão, uma vez que Itaú Unibanco caiu 2,1%, Bradesco teve queda de 3,5% e Banco do Brasil recuou 2,8%. Desde o fim do ano passado, as ações das instituições financeiras sofrem com medidas do governo como reduzir os juros do cheque especial e permitir que clientes de fintechs possam pagar contas como luz, água e telefone.
Enquanto isso, o dólar comercial registrou alta de 0,4%, a R$ 4,2054 na compra e R$ 4,206 na venda, chegando ao seu maior preço de fechamento desde 2 de dezembro.
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O dólar futuro com vencimento em fevereiro tem alta de 0,56% a R$ 4,2185. O câmbio refletiu o anúncio do Banco Central do México, que irá fazer um leilão de swap para estender o prazo da dívida do governo.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 caiu cinco pontos-base a 5,02%, o DI para janeiro de 2023 recuou seis pontos-base a 5,60% e o DI para janeiro de 2025 teve queda de dois pontos-base a 6,36%.
Ainda no noticiário macro, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou ontem a nota de Hong Kong de Aa2 para Aa3 por conta dos protestos que já duram mais de seis meses na região.
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Por aqui, o mercado ficou atento às falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, que discursou no Fórum Econômico Mundial de Davos. Guedes destacou cortes de despesas e disse que o Brasil crescerá um ponto percentual a mais por ano. Ele comparou a economia brasileira com uma “grande baleia, de dimensões continentais” e disse que o governo está “removendo os arpões que travavam o crescimento” do País, citando o descontrole fiscal.
Na véspera, as declarações de Guedes voltaram a fazer o dólar subir, com o ministro reiterando que a combinação de juros mais baixos e câmbio mais alto são o “novo normal” no Brasil.
Nos Estados Unidos, o Senado começou a julgar se o presidente Donald Trump será ou não afastado do cargo. O processo de impeachment foi aprovado pela Câmara dos Deputados no fim do ano passado e se baseia na acusação de que Trump tenha cometido abuso de autoridade ao pedir ao presidente eleito da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que investigasse o adversário político do americano, Joe Biden, do Partido Democrata.
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Em discurso na manhã de hoje em Davos, Trump afirmou que os Estados Unidos estão “no meio de um boom econômico que o mundo nunca viu antes”. Os “ótimos números” da economia, acrescentou, ocorrem apesar da política monetária do Federal Reserve. Trump é crítico da autoridade monetária, defendendo que o Fed corte mais os juros para estimular a atividade econômica.
O presidente americano afirmou que a “maior parte” das tarifas comerciais impostas à China vai continuar em vigor durante as negociações da próxima etapa do acordo bilateral, conhecida como “fase 2”, que começarão “muito em breve”. Ele ainda comemorou a assinatura da “fase 1” do acordo, na semana passada. “Nossa relação com a China neste momento nunca esteve melhor”, destacou.
Trump lembrou que o acordo prevê que a China gaste cerca de US$ 200 bilhões adicionais em bens e serviços americanos, mas apontou que o montante pode chegar a algo próximo de US$ 300 bilhões.
Noticiário corporativo
Matéria publicada hoje no jornal Valor Econômico informa que a Petrobras (PETR3; PETR4) espera obter mais de R$ 3,35 bilhões com a venda dos 10% restantes que possui na Transportadora Associada de Gás (TAG). No ano passado, a francesa Engie e o fundo canadense Casse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) compraram 90% da TAG por R$ 33,5 bilhões.
A Caixa Seguridade Participações fechou um acordo com a Icatu Seguros para vender títulos de capitalização, durante 20 anos, nas agências da Caixa Econômica Federal (CEF). A Icatu investirá R$ 180 milhões na nova empresa que fará essa operação. Já o Banco Inter comprou 70% do capital da DLM, uma gestora que tem uma carteira de R$ 4,5 bilhões.
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Maiores altas
Ativo | Variação % | Valor (R$) |
---|---|---|
RADL3 | 5.36479 | 125.5 |
BRKM5 | 3.22393 | 35.54 |
TIMP3 | 2.51688 | 16.7 |
VVAR3 | 2.21271 | 14.32 |
QUAL3 | 1.71362 | 43.33 |
Maiores baixas
Ativo | Variação % | Valor (R$) |
---|---|---|
HGTX3 | -12.59165 | 27.42 |
SANB11 | -4.93478 | 43.73 |
CVCB3 | -4.07317 | 39.33 |
BBDC3 | -3.47852 | 31.91 |
BBDC4 | -3.33717 | 33.6 |
A construtora e incorporadora imobiliária Even (EVEN3) publicou uma prévia dos seus resultados do quarto trimestre de 2019, informando que teve uma expansão de 46% na receita líquida, para R$ 583 milhões no período. Já a Cyrela (CYRE3) anunciou que as vendas contratadas somaram R$ 2,06 bilhões no quarto trimestre de 2019.
A Hering (HGTX3) divulgou na noite de ontem uma prévia do seu resultado do quarto trimestre de 2019. A empresa informou que teve uma queda de 5,2% no faturamento bruto, que foi de R$ 502,9 milhões no período.
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